Fundação Vanzolini

Liderança e soft skills: desafios no novo mundo do trabalho

7 de outubro de 2022 | 8min de leitura
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Quais os desafios das lideranças diante das novas configurações no mundo do trabalho?

O mundo que circunda as organizações é o mesmo que atravessa pandemias, crises sanitárias, econômicas e sociais. É também o mesmo mundo que passa por mudanças climáticas e guerras.

Esse mundo muda, se transforma e vive momentos disruptivos, como o de agora. As organizações, como organismos vivos, estão inseridas em contextos e realidades históricas e não são imunes às mudanças e ações do tempo.

Por isso, desenvolver habilidades e competências, como as soft skills, que são capazes de elevar a consciência e os limites da liderança para encarar os desafios e ultrapassar os obstáculos que surgem diante dessa nova perspectiva, é fundamental para iniciar um caminho de mais humanidade e prosperidade nas relações de trabalho.

Entenda como liderança e soft skills se encontram para uma gestão mais humana, eficaz e com melhores resultados na entrevista com o especialista e professor da Fundação Vanzolini, Márcio Camargo.

O que está mudando para a liderança no momento atual e por que é importante se atualizar em relação a esse papel?

O mundo está mudando e os líderes precisam acompanhar as transformações no mundo do trabalho.

Para começar, acredito que um dos principais pontos da liderança atual é a questão do engajamento dos colaboradores. Uma pesquisa da Gallup mostrou que 85% dos trabalhadores não estão engajados nos seus trabalhos.

E o que fazer para engajar, então? Muitos líderes me fazem essa pergunta e a primeira coisa que respondo é: pare de tentar mudar as pessoas. A pergunta tem que partir de nós: Como nós, líderes, podemos nos adaptar a esse novo mundo? Como eu posso fazer com que meu time seja um time engajado?

Devemos começar por nós, para que então possamos engajar as pessoas no dia a dia. Outra coisa é não pensar em extrair o melhor das pessoas, e sim conquistar o melhor das pessoas. O que é bem diferente, pois elas só oferecem o melhor quando elas querem.

Nesse sentido, enquanto líderes, precisamos refletir sobre muitas coisas do mundo, o que era volátil, virou frágil. A pandemia nos mostrou isso.

O mundo está ansioso e o mundo complexo se tornou não linear, deixando claro que não temos mais controle de tudo. Mas nós seguimos querendo ter esse controle absoluto. É preciso parar de fazer microgerenciamento.

Diante das mudanças no mundo, quais os fatores motivacionais de hoje?

Bem, como disse, precisamos nos atualizar, olhar para um novo modelo de gerenciamento. Aquela gestão por meio de comando e controle, recompensas e punições era a forma de motivar os colaboradores.

Porém o cenário agora é outro. Esse modo virou obsoleto e o jeito de trabalhar com as pessoas mudou. A motivação agora é diferente, é intrínseca e tem, hoje, três pilares fundamentais para uma gestão de pessoas eficiente:

O primeiro é autonomia, que é o desejo de entregar resultados, seguindo seus próprios caminhos. Mas, para isso, é preciso ter alinhamento e o desafio do líder está em garantir o alinhamento entre as pessoas e os valores da organização.

O segundo é a maestria, que é a vontade que as pessoas têm de conhecer cada dia mais o que elas fazem, se aperfeiçoando cada vez mais.

Aqui, estamos falando do desenvolvimento de pessoas. O papel do líder é desenvolver pessoas e há muitas ferramentas para isso. E uma delas é o feedback. Como estamos usando o feedback? Como estamos falando com as pessoas?

Segundo o ranking elaborado pelo instituto Great Place To Work Brasil (GPTW), com as melhores empresas para se trabalhar, 46% das pessoas que atuam nessas corporações ficam nelas, justamente, por conta da possibilidade de desenvolvimento oferecida pela corporação.

Em terceiro, temos o propósito, que é o desejo que as pessoas têm de atuar em uma causa maior do que elas próprias. Dessa maneira, enquanto líderes, como e o quanto estamos trazendo de propósito para o trabalho das pessoas?

Quanto estamos comunicando do propósito da empresa para as pessoas? Devemos trazer as pessoas para o propósito da organização.

Quais os desafios da liderança atual e como a carreira de um líder está atrelada às suas habilidades e competências humanas?

Como vimos acima, o engajamento dos colaboradores têm sido um grande desafio para as lideranças. E para que os líderes possam atuar nos três pilares motivacionais que destaquei, a palavra de ordem é confiança.

Assim, como líder, como estabeleço e mantenho a confiança da minha equipe? A primeira coisa é ter uma comunicação clara, transparente e direta. Possibilitar um espaço para olhar, falar e ouvir.

Desse modo, olhar as pessoas como pessoas é o desafio dos líderes nos dias de hoje e essa capacidade estabelece um ambiente de confiança, no qual se trabalha com justiça e imparcialidade.

Então, o desafio é trabalhar de modo que todos tenham espaços e oportunidades. E as ações de confiança devem estar presentes nas ações do dia a dia. Como uma ferramenta para desenvolver as práticas, temos o Management 3.0. O líder de hoje está ali.

No desafio da liderança, como a atenção e as capacitações, treinamentos, cursos e iniciativas voltadas às questões humanas impactam as equipes e os resultados?

Em relação à experiência do colaborador na organização, ela precisa acontecer a partir das ações de líderes, para além do RH. A experiência vai garantir a manutenção ou não dos talentos na sua organização.

Desse modo, destaco cinco etapas dessa jornada:

Primeira etapa, direto com RH, que é a atração de pessoas e o compartilhamento de proposta de valor e cultura da organização.

A partir da segunda etapa, que é a seleção, o líder precisa estar à frente. Ele precisa estar no momento da seleção, pois é ele e seu time que vai trabalhar com aquele colaborador, e não o RH.

Então, a liderança deve se preparar para fazer uma entrevista com qualidade. Mas como? Preparando perguntas estratégicas, lendo o currículo, pesquisando sobre o candidato nas redes sociais e sempre deixar um espaço e uma abertura para conversas.

Na terceira etapa, temos a integração. O onboarding tem que ser feito e pensado com e pela sua área e não deixar para o RH. Apresentar a pessoa no primeiro dia, ouvir ela falar, contar a história da empresa, das pessoas com quem vai trabalhar.

Uma ideia é destinar um colaborador para acompanhar a nova pessoa durante alguns dias, para acolher e integrar.

A quarta etapa é o engajamento, que destacamos acima os caminhos possíveis.

E, por fim, temos a quinta, que é preparar a saída de um funcionário. Precisamos cuidar disso, é preciso cuidar das demissões. O capital cultural de uma empresa está também no pensar em uma saída decente de um funcionário, de forma ética e respeitosa.

Dentro das opções de cursos da Fundação Vanzolini que desenvolvem habilidades humanas em líderes, quais particularidades de cada uma poderiam ser destacadas?

Na Fundação Vanzolini, temos cursos voltados à liderança e à gestão de pessoas em sintonia com as demandas de soft skills e novos caminhos no mundo do trabalho.

Como exemplo destaco dois deles: o Management 3.0 – Foundation (com certificação internacional) e o Liderança Ágil & Management 3.0.

Há algo mais que gostaria de destacar para o nosso público, a respeito do tema Liderança e gestão de pessoas? 

Para finalizar, gostaria de destacar que, na jornada do colaborador, é preciso acompanhar sua performance e depois partir para o desenvolvimento. O líder precisa preparar as pessoas – caso contrário ele não subirá de cargo, pois não terá ninguém para o substituir.

Para uma gestão eficiente de pessoas, é preciso usar verdade, bondade e utilidade. São fundamentais esses três fatores no feedback.

Assim, poderemos ter um mundo melhor e mais justo para todos.

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Autoconhecimento, Liderança e Gestão de Pessoas
Inteligência Emocional: Como usar a razão para equilibrar a emoção
Introdução a Gestão de Equipes em Home Office
Liderança Assertiva: Um Estilo que Constrói Relações Maduras com Foco em Resultados
Liderança e Gestão de Pessoas
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