“O futebol é uma ideia e também uma metodologia. O treinador passa os seus princípios e aplica nos treinos. Isso, claro, sem se esquecer da gestão, do lado humano.”
Tite, técnico da Seleção Brasileira de Futebol Masculino
Jogadores de futebol, o maior evento esportivo do ano e as quatro linhas do campo. A competição que vale o título de melhor seleção do mundo está chegando e o que a Copa, realizada em novembro, no Catar, tem a ver com liderança e gestão de pessoas?
De cara, podem parecer mundos completamente distintos, mas, se colocarmos uma lupa, será possível encontrar muitos pontos de convergência entre as práticas dos treinadores de futebol e a gestão de equipes de alta performance.
Para falar sobre esse ponto de encontro, entre como técnicos preparam seus times para a Copa do Mundo e o mundo corporativo, preparamos este artigo. Acompanhe a leitura e confira algumas lições em comum!
Para começar, na Copa do Mundo do Catar, as seleções que participarão serão compostas por jogadores nascidos (ou naturalizados) no país que representam. E, desse modo, o pensamento que surge é de que os “melhores jogadores” é que estarão nessa seleção, certo?
Mas, veja bem, no momento de montar o time, o que os treinadores fazem é pensar em quais são os 23 atletas que melhor se conversam para a formação de uma equipe coesa.
Sendo assim, as características buscadas pelos treinadores são aquelas capazes de formar não um grupo “só” de grandes jogadores, mas sim de formar o melhor time.
Olhando pela perspectiva empresarial, o mesmo acontece – ou deveria acontecer – nas quatros linhas do corporativo.
Ao pensar em montar uma equipe de alta performance, é preciso pensar em habilidades – ou skills – diferentes -, mas que sejam complementares, para que cada pessoa, integrante daquele time, possa colocar em prática seu papel da melhor maneira possível, ao lado dos outros integrantes.
Nesse sentido, o líder tem uma função primordial que é compreender quais pessoas deve escolher e como distribuí-las em sua grande área. É preciso o olhar sutil para perceber as habilidades de cada integrante e, assim, esquematizar seu time para que a atuação individual tenha impacto positivo no coletivo.
Seguindo com a bola em jogo, quando falamos do papel do treinador — ou do líder —, falamos também de sua função de oferecer um ambiente de transparência e confiança, para que jogadores e profissionais possam atuar com segurança e autonomia.
Sendo assim, outra lição que os líderes das seleções nacionais podem nos trazer é sobre a importância da comunicação clara e direta e do bem-estar no ambiente de trabalho.
Um exemplo de como um espaço construído de maneira humana e com confiança pode gerar bons resultados foi em 2002, quando a seleção brasileira foi campeã mundial, sob o comando do então técnico Felipão e a chamada família Scolari.
Ainda que no mundo do futebol tenhamos líderes mais duros, essa postura, definitivamente, não tem mais espaço no mundo do trabalho.
Aquele esquema de punição e recompensa não cabe mais e, sem dúvidas, as principais características para lideranças, nos dias de hoje, envolvem escuta ativa, empatia e comunicação. A confiança é indispensável quando se quer ter um time de alta performance.
Como falamos acima sobre punição e recompensa, vamos seguir esse tema e entrar no campo da motivação.
A maneira de motivar os times – tanto de futebol quanto das empresas – mudou e, hoje, ela passa por caminhos que olham para o propósito, para a autonomia e para a maestria (aperfeiçoamento no que faz).
Desse modo, manter a motivação dos profissionais e mantê-los engajados requer da liderança um novo modelo de gerenciamento, que foge daquela gestão por meio de comando e controle, e que se aproxima da escuta, da confiança, da comunicação assertiva, da responsabilidade e do alinhamento entre os envolvidos.
Por isso, vale destacar que pessoas (e profissionais) são diferentes e, sendo assim, alguns podem chegar na Copa do Mundo nervosos, ansiosos, com medo da pressão, da torcida etc.
Inclusive, muitas das principais equipes de futebol do mundo têm apoio de profissionais de psicologia e ferramentas de suporte para que o lado emocional seja também trabalhado durante as competições.
Assim, diante de um olhar que equilibra e suporta, têm-se maiores chances de conquista de bons resultados, especialmente em momentos tão tensos e intensos como é uma Copa do Mundo.
Seja no futebol ou no trabalho, é fundamental que o líder saiba transmitir ao seu time quais são os objetivos da gestão, quais os valores que movem a empresa, o que se espera de cada integrante e o que pode ser feito para possibilitar o alcance de metas.
A liderança precisa saber comunicar de forma clara, transparente, direta e, diante disso, possibilitar um espaço para olhar, falar e ouvir.
Assim, o desafio dos líderes nos dias de hoje – tanto dos treinadores em campo como dos gestores fora dele – é essa capacidade de estabelecer um ambiente de confiança, no qual se trabalha com justiça e imparcialidade, e no qual os anseios e objetivos sejam compartilhados em prol da vitória comum.
Por fim, temos duas situações inéditas, tanto no que diz respeito à preparação e à realização da Copa do Mundo deste ano, quanto na atuação dos líderes no mundo corporativo: o cenário pós-Covid e a Copa do Mundo em um período diferente do ano (no meio da temporada).
Temos, então, dois contextos complexos que afetam, de forma direta, o mundo do trabalho e a competição esportiva mundial, e que desafiam os líderes, pois, a partir desses eventos, surgem novas demandas.
Temos uma reestruturação no pós-Covid que pede a conciliação entre trabalho presencial e remoto – o chamado modelo híbrido – além de outras revisões no modo como se trabalha.
No caso da Copa do Mundo, há o desafio de ser em um período diferente do ano, por conta das condições climáticas do Catar. Por lá, o verão é longo, escaldante, abafado, árido e de céu parcialmente encoberto; já o inverno é agradável, seco, de ventos fortes e de céu quase sem nuvens.
Por isso, a Copa, tradicionalmente realizada no meio do ano, foi transferida para os meses de novembro e dezembro, quando a temperatura no Catar está mais amena.
Diante dessas mudanças de cronograma e do modo de atuação, o desafio dos líderes está em ter flexibilidade e abertura para reconhecer os novos terrenos e acolher as novas formas de gerenciamento em momentos de crise ou de transformação.
Seja o Tite, seja o líder corporativo, não importa, o head precisa estar preparado para uma atuação que extrapola as noções tradicionais de liderança e gestão de pessoas. É fato que os tempos são outros e que pedem novos ares.
E, para que a liderança esteja pronta para encarar as novas demandas que configuram o mundo do trabalho, a Fundação Vanzolini oferece cursos voltados à liderança e à gestão de pessoas. Entre as formações, estão Management 3.0 – Foundation (com certificação internacional) e o Liderança Ágil & Management 3.0.
Então, para conhecer mais sobre os cursos da Fundação Vanzolini e praticar uma liderança dentro das quatros linhas da sua área, alinhada às novas configurações do mundo do trabalho, confira abaixo as opções de cursos e fale com um de nossos especialistas.
Até a próxima!