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Segurança do paciente: um compromisso que vai além da data

Postado em Certificação | 17 de setembro de 2025 | 11min de leitura
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Uma data para conscientizar sobre a importância de práticas seguras no ambiente de saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu o dia 17 de setembro como o Dia Mundial da Segurança do Paciente e, para 2025, o tema escolhido é “Cuidados seguros para cada recém-nascido e cada criança”.

Em vez de ser apenas uma data, o Dia da Segurança do Paciente funciona como um lembrete fundamental de que a segurança é um compromisso contínuo e destaca a importância de evitar incidentes que podem causar impactos devastadores na saúde pública, na confiança dos pacientes e na sustentabilidade dos sistemas de saúde.

Aliadas na prevenção, no cuidado e nas boas práticas nos espaços de saúde, com foco na promoção da segurança do paciente, as certificações, como a ONA e a ISO 7101, desempenham um papel fundamental, padronizando processos e promovendo a melhoria contínua.

Para saber como, siga com a leitura!

A segurança do paciente como cultura organizacional

A segurança do paciente extrapola o calendário e não pode ser vista como um evento anual ou uma meta a ser atingida em datas específicas.

Pelo contrário, ela deve ser intrínseca à cultura organizacional de qualquer instituição de saúde, permeando cada ação, decisão e interação.

Sendo assim, é fundamental superar a celebração do Dia Mundial da Segurança do Paciente e transformá-la em um valor cotidiano, um compromisso inegociável que guie todas as operações.

Para consolidar uma cultura de segurança robusta, é imperativo que as lideranças assumam um papel proativo e visível. A alta administração deve demonstrar um engajamento genuíno, alocando recursos, estabelecendo políticas claras e promovendo um ambiente onde a comunicação aberta e a aprendizagem com os erros são incentivadas.

Neste sentido, a capacitação contínua das equipes é outro pilar essencial. Profissionais de saúde, desde a equipe de enfermagem até os médicos especialistas, precisam ser treinados em protocolos de segurança, técnicas de comunicação eficaz e identificação precoce de riscos.

A análise sistemática de eventos adversos, quase-erros e incidentes é crucial para identificar as causas-raiz e implementar ações corretivas e preventivas. Além disso, a adesão rigorosa a protocolos assistenciais baseados em evidências é um alicerce para a padronização e a redução da variabilidade na prática clínica.

Assim, ações práticas que consolidam a cultura de segurança incluem:

  • Implementação de sistemas de notificação de eventos adversos que sejam simples, não punitivos e que estimulem o relato;
  • Criação e o fortalecimento de comissões de segurança do paciente, com representatividade multidisciplinar, fundamentais para supervisionar, monitorar e promover melhorias;
  • Auditorias clínicas regulares, tanto internas quanto externas, que fornecem insights valiosos sobre a conformidade com os padrões de segurança e identificam áreas para aprimoramento;
  • Revisão e atualização contínuas dos protocolos assistenciais, incorporando as melhores práticas e as lições aprendidas, completam este ciclo de melhoria contínua.

Leia também: Como o diagnóstico influencia na segurança do paciente

Dados sobre segurança do paciente e falhas na assistência ou erros de assistência

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo:

  • Um em cada dez pacientes sofre danos no atendimento de saúde;
  • Totalizando mais de 3 milhões de mortes anuais por cuidados inseguros;
  • Em países de baixa e média renda, essa taxa chega a 4 em cada 100 mortes;
  • Mais de 50% dos danos são evitáveis, sendo metade ligada a medicamentos;
  • Em ambientes primários e ambulatoriais, até 4 em cada 10 pacientes são prejudicados, com até 80% desses danos evitáveis;
  • Erros de medicação, cirurgias inseguras, infecções, diagnósticos errados e quedas são exemplos de eventos adversos comuns;
  • O dano ao paciente custa trilhões de dólares anualmente, reduzindo o crescimento econômico global em 0,7%;
  • Investir na redução de danos gera economia e melhora resultados, como o engajamento do paciente, que pode reduzir a carga de danos em até 15%.

No Brasil, segundo o Anuário de Segurança Assistencial Hospitalar, publicado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), cinco pessoas morrem a cada minuto no país devido a erros médicos, totalizando quase 55 mil pacientes por ano.

Qual o papel das certificações na consolidação de práticas para segurança do paciente?

As certificações de qualidade e segurança representam um diferencial estratégico para as instituições de saúde que buscam excelência e aprimoramento contínuo. Elas fornecem um arcabouço estruturado para a gestão dos riscos, a padronização de processos e a promoção de uma cultura de segurança enraizada.

Como a Certificação ONA (Organização Nacional de Acreditação) contribui com a segurança do paciente?

A Acreditação ONA é um sistema de avaliação e certificação da qualidade de serviços de saúde no Brasil, reconhecido por sua abordagem abrangente e focada na segurança do paciente e na gestão integrada.

A ONA estabelece três níveis de acreditação, que refletem a maturidade da instituição em relação à segurança e qualidade:

  • Nível 1 – Acreditado: A instituição atende aos requisitos básicos de segurança do paciente e estrutura organizacional.
  • Nível 2 – Acreditado Pleno: A instituição demonstra um sistema de gestão da qualidade consolidado, com processos bem definidos e monitorados.
  • Nível 3 – Acreditado com Excelência: A instituição atinge o mais alto nível de qualidade e segurança, com foco na melhoria contínua, inovação e resultados superiores.

Os requisitos da ONA abrangem diversas áreas, desde a gestão de pessoas e recursos até a assistência direta ao paciente, fortalecendo a governança clínica e administrativa e padronizando processos essenciais para a segurança.

A busca pela acreditação ONA impulsiona as organizações a revisarem suas práticas, investirem em capacitação e desenvolverem um ambiente mais seguro e eficiente.

Leia também: Certificação ONA: manutenção preventiva das instalações e equipamentos para garantir a segurança do paciente e reduzir erros médicos

Como a Certificação ISO 7101 (Gestão da Qualidade em Saúde) contribuiu para a segurança do paciente?

A ISO 7101 é uma norma internacional voltada, especificamente, para a gestão da qualidade em saúde, que oferece uma estrutura robusta para que hospitais, clínicas, laboratórios, entre outros espaços, melhorem seus processos, resultados e a experiência do paciente.

A certificação ISO 7101 promove uma visão sistêmica da gestão da saúde, incentivando as instituições a considerarem todos os aspectos que impactam a qualidade e a segurança. Para isso, a ISO 7101 inclui os seguintes princípios:

  • Gestão por indicadores: A norma enfatiza a importância de medir e monitorar o desempenho por meio de indicadores claros e relevantes, permitindo a identificação de áreas de melhoria.
  • Foco no paciente: O paciente é colocado no centro de todas as decisões e processos, garantindo que suas necessidades e expectativas sejam atendidas.
  • Melhoria contínua: A ISO 7101 adota o ciclo PDSA (Plan-Do-Study-Act), promovendo a análise constante, a implementação de ações corretivas e preventivas e o aprendizado organizacional.
  • Liderança para a segurança: A norma destaca o papel crucial da liderança na promoção de uma cultura de segurança, com o comprometimento da alta direção sendo um fator determinante para o sucesso.

Uma das grandes vantagens da ISO 7101 é sua flexibilidade e compatibilidade. Ela pode ser implementada em conjunto com outras certificações, como a ONA, complementando e fortalecendo os sistemas de gestão existentes. Essa sinergia permite que as instituições construam um ecossistema de qualidade e segurança ainda mais abrangente e resiliente.

Quais os benefícios práticos das certificações para as instituições de saúde?

A busca por certificações de qualidade e segurança é um investimento estratégico que gera uma série de benefícios para as instituições de saúde, para a saúde pública e para a sociedade como um todo. Entre os benefícios, destacamos:

  • Redução de erros e eventos adversos: Ao implementar os requisitos das certificações, as organizações são impulsionadas a revisar e otimizar seus processos, identificar e mitigar riscos, resultando em uma significativa redução de erros médicos, infecções hospitalares e outros eventos adversos que comprometem a segurança do paciente.
  • Aumento da confiança dos pacientes, familiares e equipes: Pacientes e seus familiares sentem-se mais seguros ao escolher uma instituição certificada, pois percebem o compromisso com a qualidade e a segurança. Para as equipes, a certificação gera um ambiente de trabalho mais seguro, transparente e com processos bem definidos, elevando a moral e o engajamento.
  • Melhor uso de recursos e processos mais eficazes: A padronização de processos, a otimização do fluxo de trabalho e a eliminação de desperdícios, incentivadas pelas certificações, levam a uma gestão mais eficiente dos recursos, reduzindo custos operacionais e aumentando a produtividade.
  • Aumento do engajamento das equipes e valorização da marca institucional: O processo de certificação envolve toda a equipe, desde a alta direção até os profissionais da linha de frente. Isso promove um senso de pertencimento e responsabilidade compartilhada, aumentando o engajamento e a colaboração. Consequentemente, a marca institucional é valorizada no mercado, atraindo novos pacientes, talentos e parcerias estratégicas.

Atualmente, das mais de 380 mil organizações de saúde no Brasil, conforme Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), 1.712 são acreditadas por metodologias nacionais ou internacionais.

A ONA detém a maior parte desse mercado, com 72,1% do mercado de acreditação. Isso corresponde a mais de 1.400 certificados, dos quais mais de 400 são hospitais. Em torno de 69% pertencem à gestão privada, 22,2% à pública, 8,3% à filantrópica e 0,1% à gestão militar.

O papel das certificações na melhoria contínua da segurança do paciente

Para finalizar, a segurança do paciente não se trata de um fim, mas sim de toda uma jornada contínua que começa com o compromisso diário de cada pessoa e de cada instituição de saúde. Trata-se, portanto, da base para uma assistência em saúde de qualidade, humanizada e eficaz.

Neste contexto, as certificações como a ONA e a ISO 7101 são essenciais para transformar culturas e resultados de organizações de saúde.

Com suas diretrizes e padrões, as certificações fornecem um roteiro claro para a excelência, impulsionando a melhoria contínua, a gestão de riscos e a promoção de um ambiente no qual a segurança do paciente é a prioridade máxima.

Ao abraçar essas certificações, as instituições não apenas cumprem um conjunto de requisitos, mas assumem um compromisso de cuidado seguro e de alta qualidade para o presente e o futuro.

Para conquista de novos patamares em qualidade e segurança do paciente , conte com a expertise comprovada da Fundação Vanzolini na implementação de sistemas de gestão e certificações internacionais.

A Vanzolini oferece treinamentos e capacitação, com desenvolvimento de equipes para uma implementação bem-sucedida; pré-avaliação ao realizar o diagnóstico e permitir que a organização identifique pontos críticos ao preparar-se para uma certificação; certificação de sistemas de gestão na saúde com abordagens alinhadas à realidade de cada cliente.

Dê o próximo passo em direção à qualidade global: entre em contato com a Fundação Vanzolini e descubra como podemos apoiar sua jornada rumo à certificação ONA ou ISO 7101!

Para mais informações:

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Agendamento e Planejamento

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Comercial

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Fontes:

Dia Mundial da Segurança do Paciente, 17 de setembro de 2025: “Cuidados seguros para cada recém-nascido e cada criança”

Patient safety

Segurança do Paciente: OMS revela que cinco pessoas morrem a cada minuto no país devido a erros médicos, totalizando quase 55 mil pacientes por ano

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