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Acreditação ONA e Inteligência Artificial na prevenção de erros de diagnóstico

Postado em Certificação | 15 de janeiro de 2025 | 10min de leitura
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O uso da Inteligência Artificial (IA) tem avançado em muitas áreas, inclusive na medicina, e as novas tecnologias, que chegam com o propósito de melhorar o serviço de assistência à saúde, suscitam também novos desafios.

Como aliada da inovação na medicina, gestores de clínicas e hospitais, profissionais das áreas da saúde e tecnologia e instituições públicas e privadas podem contar com a Acreditação ONA (Organização Nacional de Acreditação), que tem se adaptado à incorporação da Inteligência Artificial nos processos clínicos para prevenção de erros de diagnóstico.

Para saber como a IA pode atuar na melhoria da precisão e na segurança dos diagnósticos médicos, além de como a Acreditação ONA pode assegurar que essas tecnologias sejam integradas de forma eficaz, com foco na qualidade e na segurança do paciente, siga com a leitura deste artigo.

O que é Acreditação ONA e seu papel na segurança, qualidade e eficiência nos cuidados com o paciente

A Acreditação ONA é um processo que avalia a qualidade e segurança dos serviços de saúde. Para isso, a ONA analisa e verifica se as instituições de saúde estão dentro dos padrões exigidos e se atendem às demandas de segurança e qualidade.

Diante disso, o papel da ONA é:

  • Avaliar e desenvolver padrões de qualidade e segurança em saúde;
  • Certificar a qualidade dos serviços de saúde, com foco na segurança do paciente;
  • Ajudar hospitais, clínicas e outras instituições de saúde a alcançar um alto padrão de assistência.

Por  meio da Acreditação ONA, os espaços de saúde e as empresas que prestam serviços voltados à área podem alcançar níveis de excelência, garantindo segurança e qualidade aos pacientes e profissionais. 

Com o avanço das tecnologias e do uso da IA na medicina, a Acreditação ONA passa a desempenhar um novo papel, o de colaborar para que os processos inovadores também sejam realizados dentro de padrões e normas, evitando erros, especialmente de diagnósticos.

A evolução da tecnologia médica e o papel crescente da Inteligência Artificial (IA) no apoio ao diagnóstico clínico

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Inteligência Artificial é uma grande promessa para melhorar a prestação de serviços de saúde em todo o mundo, promovendo:

  • Maior velocidade e precisão no diagnóstico e na triagem de doenças;
  • Melhoria no atendimento clínico;
  • Fortalecimento à pesquisa em saúde;
  • Fortalecimento no desenvolvimento de medicamentos;
  • Apoio a diversas ações de saúde pública, como vigilância de doenças e gestão de sistemas.
  • Segundo o relatório “Artificial intelligence index report 2022”, da Universidade Stanford, o setor privado investiu globalmente US$ 11,3 bilhões em pesquisa e inovação com IA para saúde em 2021, um aumento de 40% em relação ao ano anterior. Entre as aplicações da IA que mais despertaram interesse entre os profissionais de saúde está a visão computacional que, ao segmentar imagens de órgãos, lesões ou tumores, contribui para a obtenção de diagnósticos mais precisos. Vale ressaltar, ainda, que a Inteligência Artificial tem transformando a saúde também em diversas áreas, como: Análise de dados: identificação de padrões e tendências;
  • Diagnóstico preciso: auxílio em imagens médicas e exames;
  • Prevenção de erros: detecção de inconsistências;
  • Personalização do tratamento;
  • Agilidade no atendimento;
  • Melhoria da experiência do paciente.

Erros de diagnóstico no setor de saúde e seu impacto nos pacientes e no sistema de saúde

Os avanços e benefícios da IA na medicina são inegáveis, no entanto, é fundamental compreender que ainda há desafios técnicos, éticos e legais que precisam ser enfrentados, mesmo diante dos volumosos investimentos.

Sem dúvidas, uma das maiores preocupações está no cuidado com a precisão dos diagnósticos. Falhas desse tipo podem gerar danos irreversíveis ao paciente e à instituição.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), erros de diagnóstico representam 16% dos danos evitáveis que um paciente pode sofrer, incluindo eventos graves, danos permanentes ou morte.

Ainda de acordo com a OMS, é estimado que cerca de 5% dos atendimentos em ambulatório não recebam um diagnóstico correto, impactando todo o tratamento. Nos Estados Unidos, por exemplo, isso significa entre 40 e 80 mil casos todos os anos.

No Brasil, em 2022, foram registrados 292 mil incidentes envolvendo falhas na assistência à saúde, segundo dados da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e da Segurança do Paciente (Sobrasp), com base em informações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Entre os incidentes estão erros de diagnóstico, medicação equivocada ou problemas envolvendo comunicação entre as equipes durante a transição de cuidado.

Além das vidas colocadas em risco e das muitas mortes que poderiam ser evitadas, os erros de diagnóstico podem gerar sobrecarga no sistema de saúde, multas e indenizações altíssimas, e também afetar profundamente a imagem de uma instituição.

Com esses dados, fica evidente a necessidade de melhorar a precisão diagnóstica, dessa forma, o papel da Acreditação ONA se destaca como aliada na implementação de protocolos capazes de minimizar riscos.

Acreditação ONA e a IA na prevenção de erros de diagnósticos médico

Para orientar quanto ao uso da IA na medicina e evitar falhas como as citadas acima, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou uma publicação na qual detalha as principais considerações regulatórias em relação à Inteligência Artificial (IA) para a saúde.

Entre as principais orientações de regulação sugeridas pela OMS estão:

  • Transparência e documentação: a confiança é estabelecida por meio da transparência. Todo o ciclo de vida do produto e os processos de desenvolvimento devem ser meticulosamente documentados.
  • Gerenciamento de riscos: a abordagem deve ser holística, abrangendo ‘uso pretendido’, ‘aprendizado contínuo’, intervenções humanas, treinamento de modelos e possíveis ameaças de cibersegurança. Simplificar os modelos, sempre que possível, é crucial.
  • Validação de dados: a clareza sobre o propósito da IA é fundamental para assegurar a sua segurança e para a facilitação de sua regulamentação.
  • Compromisso com a qualidade dos dados: sistemas devem ser rigorosamente avaliados antes de seu lançamento, para evitar a propagação de vieses e erros.
  • Atenção às normativas: a complexidade das regulamentações, como o Regulamento Geral de Proteção de Dados – General Data Protection Regulation (GDPR) e a Lei de Portabilidade e Responsabilidade de Seguro de Saúde – Health Insurance Portability and Accountability Act (HIPAA), exige uma compreensão clara da jurisdição e requisitos de consentimento, tudo em prol da privacidade e proteção de dados.
  • Colaboração multissetorial: o envolvimento contínuo de órgãos reguladores, pacientes, profissionais de saúde, indústria e governos é vital para garantir que os produtos permaneçam em conformidade ao longo de seus ciclos de vida.

Assim, a ONA é capaz de propor e discutir as melhores práticas recomendadas para transparência e ética no uso de IA, especialmente em termos de privacidade dos dados e decisões automatizadas.

Acreditação ONA e a aplicação da IA na medicina

Em conjunto, a IA e a Acreditação ONA desempenham papéis fundamentais para melhoria da assistência em saúde, veja só:

  • Análise de dados: a IA analisa dados clínicos e identifica padrões, auxiliando na detecção de erros.
  • Verificação de protocolos: a ONA verifica se os protocolos sejam seguidos, reduzindo erros.
  • Treinamento de profissionais: a IA ajuda a treinar profissionais para interpretar resultados precisamente, além de capacitá-los de forma mais dinâmica e ágil.
  • Monitoramento contínuo: a ONA e a IA trabalham juntas para monitorar e melhorar processos.
  • Melhoria da comunicação: a IA otimiza a comunicação entre equipes, evitando a chance de erros.

Além disso, podemos destacar como exemplos de aplicação da IA na medicina:

  • Sistemas de apoio à decisão clínica, nos quais a IA pode ajudar médicos a tomar decisões informadas com base em dados.
  • Análise de imagens médicas, na qual a IA auxilia na detecção de lesões e doenças.
  • Sistemas de alerta, no qual a IA notifica os profissionais sobre possíveis erros.

Desafios e oportunidades na adoção de IA em hospitais acreditados

Mesmo diante dos benefícios e melhorias provocadas pelo uso da IA na medicina, não são poucos os desafios para a adoção da tecnologia nos hospitais e por parte dos profissionais. Entre eles, podemos destacar:

  • Resistência inicial à mudança;
  • Custo de implementação;
  • Necessidade de infraestrutura tecnológica.

Nesse sentido, nos hospitais acreditados com a ONA, é realizado um trabalho integrado com as pessoas envolvidas, com o objetivo de treinar, esclarecer, orientar e indicar os melhores caminhos.

Dessa forma, é possível obter maior engajamento por parte dos profissionais, mais segurança no uso das tecnologias e melhor aproveitamento de suas aplicações.

A Acreditação ONA e o futuro da IA na saúde

A Acreditação ONA está preparada para acompanhar a revolução tecnológica na saúde, permitindo que instituições de saúde acreditadas tenham a oportunidade de liderar essa transformação.

O futuro da saúde passa pela incorporação de tecnologia e as instituições de assistência à saúde acreditadas podem avançar com mais segurança rumo à inovação.

Ao adotar a Inteligência Artificial como uma ferramenta estratégica, pode-se garantir mais precisão e segurança nos diagnósticos, sempre dentro dos padrões de qualidade exigidos pela ONA.

Para mais informações sobre Acreditação ONA, contate a Fundação Vanzolini:

certific@vanzolini.org.br
(11) 3913-7100

Agendamento e Planejamento
(11) 9 7283-6704 
Comercial
(11) 9 6476-1498 

Quer saber mais? Assista ao webinar Planejamento Estratégico em Instituições de Saúde: Desafios e Práticas de Sucesso

Fontes:

O Brasil registrou 292 mil incidentes envolvendo falhas na assistência à saúde no ano de 2022.

Falhas no diagnóstico respondem por 16% dos danos graves a pacientes

Inteligência artificial chega à saúde

OMS: Orientações sobre regulação da Inteligência Artificial em saúde

Revolução da inteligência artificial: uso na saúde traz novas possibilidades

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