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Comunicação multigeracional: estratégias para Gestão de Pessoas

7 de janeiro de 2025 | 8min de leitura
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Aprenda como a comunicação multigeracional pode superar desafios e impulsionar estratégias eficazes de Gestão de Pessoas em equipes diversificadas.

Quatro gerações reunidas em uma mesma mesa de reunião e a comunicação geracional se coloca como um dos principais desafios – e estratégias – para a Gestão de Pessoas no atual mundo do trabalho.

O encontro entre profissionais de diferentes gerações em um mesmo projeto exige habilidades interpessoais específicas e uma comunicação bem construída para reduzir distâncias, evitar conflitos e aproximar ideias.

Quando um time multigeracional – com pessoas das chamadas gerações baby boomers, geração X, millennials e geração Z – está em campo, é fundamental contar com uma Gestão de Pessoas pronta para lidar com a diversidade de interesses, pontos de vista e histórias de vida.

A partir de uma Gestão de Pessoas capaz de reconhecer, valorizar e dialogar com as diferenças, a organização poderá colher os melhores frutos desse encontro de gerações.

Para saber mais sobre comunicação multigeracional,  as estratégias e desafios, siga com a leitura deste artigo!

A comunicação multigeracional e sua importância para lideranças modernas

Pela primeira vez na história, quatro gerações estão trabalhando juntas e de forma ativa. Entre os motivos desse inédito encontro geracional está o aumento da expectativa de vida.

Segundo o IBGE, em 1940, no Brasil, a expectativa de vida ao nascer era de 45,5 anos. Esse número vem subindo desde então e, em 2018, chegou aos 76,3 anos.

A projeção é que, até 2050, a média de vida dos brasileiros seja de 80,57 anos. Com o tempo de vida mais longo, as pessoas seguem mais ativas e passam a compartilhar os espaços com os mais jovens que vão chegando.

Atualmente, no ambiente organizacional, cada vez mais pessoas das chamadas gerações baby boomers, geração X, millennials e geração Z estão dividindo as mesas de reunião e tomando decisões juntas. Esse encontro geracional pode ser muito precioso para as empresas.

De acordo com um relatório da consultoria McKinsey, empresas com equipe multigeracional têm 21% mais chances de superar seus concorrentes em rentabilidade.

Outro benefício importante do encontro geracional para as organizações está na melhoria da sua imagem perante o mercado. Um estudo da consultoria PwC mostrou que cerca de 86% dos consumidores acreditam que as marcas devem promover a diversidade em todas as suas formas.

No entanto, para que um time multigeracional possa atuar de forma eficiente, colaborando com o desempenho da empresa, é necessário contar com uma Gestão de Pessoas pronta para lidar com a diversidade. 

Para isso, as lideranças modernas precisam ter conhecimento e desenvolver habilidades interpessoais capazes de reduzir ruídos, evitar conflitos e aproximar ideias. Uma delas é a comunicação multigeracional, que pode contribuir para:

  • Melhoria da colaboração: comunicação eficaz entre gerações promove trabalho em equipe e compartilhamento de conhecimentos;
  • Aumento da produtividade: líderes que se comunicam efetivamente com diferentes gerações podem motivar e engajar equipes mais eficazes;
  • Redução de conflitos: entender necessidades e preferências de cada geração ajuda a prevenir mal-entendidos;
  • Atração e retenção de talentos: líderes que se comunicam bem com diversas gerações atraem e retêm profissionais qualificados;
  • Inovação e criatividade: a combinação de perspectivas diferentes pode gerar soluções inovadoras.

Quatro gerações, quatro estilos de comunicação

Quando há esse encontro tão diverso, sem dúvidas, um dos desafios é fazer com que todo mundo fale a mesma língua. Mas são pessoas diferentes, que tiveram a vida atravessada por contextos histórico-políticos e sociais bem distintos.

Assim, os desejos, anseios e expectativas em relação ao trabalho serão diferentes. As mudanças tecnológicas, por sua vez, também acentuam essas diferenças, especialmente na era digital.

Dessa maneira, é fundamental compreender como cada geração tende a se comportar no ambiente de trabalho, para que, juntas, colaborem de forma sinérgica, compartilhando conhecimentos e experiências em prol de um objetivo em comum.

Baby boomers (1945-1964)

As pessoas nascidas nesse período podem ser vistas, hoje em dia, como os profissionais mais experientes no mercado de trabalho.

Os chamados baby boomers cresceram em uma época na qual a estabilidade ditava as regras. Desse modo, segundo o estudo da WeWork, 30% dos baby boomers se mostram particularmente interessados em um aumento salarial e 20% valorizam o reconhecimento e o apoio na tomada de decisões.

Geração X (1965-1981)

Aqui, os profissionais, hoje, têm entre 44 e 59 anos e compõem 25,4% da força de trabalho no Brasil, segundo pesquisa da WeWork. Nesse grupo, a prioridade está no equilíbrio entre as atividades de casa e do trabalho.

De acordo com a pesquisa, para 23% da geração X, o principal desejo é ter mais qualidade em processos, planejamento e foco estratégico, 22% não dispensam flexibilidade e 8% querem ter mais influência na tomada de decisões.

Millennials (1982-1994)

São a maior parte da força de trabalho atualmente e devem compor 75% dos profissionais até 2025, segundo pesquisa da empresa de pesquisa Pew Research Center.

As pessoas dessa geração valorizam o propósito no trabalho. Entre as prioridades dos millennials no trabalho estão a flexibilidade e um bom alinhamento entre processos e planejamento. Além disso, o protagonismo também é algo bastante importante para eles.

Geração Z (1995 e 2010)

Os nascidos nesse período são conhecidos por trazerem uma nova gama de prioridades e objetivos para dentro das empresas. A geração mais jovem a entrar no mercado de trabalho é a que tem impulsionado discussões e mudanças no mercado, assim como tem desafiado gestores.

A prioridade desses profissionais está no desejo de trabalhar de forma híbrida ou remota, recusando ofertas de emprego ou promoções que obrigam o trabalho presencial todos os dias.

Como desenvolver as soft skills para uma comunicação multigeracional?

Diante das especificidades de cada geração e da forma como cada uma enxerga o trabalho, é essencial que a liderança desenvolva habilidades capazes de unir, agregar e incluir as gerações dentro de um mesmo objetivo comum.

Vale lembrar que o objetivo pode ser comum, mas as formas de comunicá-lo e de alcançá-lo podem variar de acordo com a vivência de cada pessoa, e aí está a riqueza do potencial humano.

Assim, para as lideranças que desejam fazer uma Gestão de Pessoas multigeracional, inclusiva e eficiente, as soft skills que fazem a diferença são:

  • Empatia (capacidade de se colocar no lugar do outro, compreendendo os seus sentimentos, desejos, ideais, crenças e valores);
  • Inteligência Emocional (capacidade de gerenciar seus sentimentos, para que sejam expressos de maneira apropriada e eficaz);
  • Escuta ativa (capacidade de ouvir atentamente o que a outra pessoa está dizendo, buscando compreender o significado e a intenção da mensagem, de forma presente e atenta).

São competências relacionadas aos aspectos mais subjetivos e, por isso mesmo, mais desafiadores para os líderes modernos. O desenvolvimento dessas habilidades na Gestão de Pessoas em um ambiente multigeracional é essencial para reduzir conflitos e promover a colaboração.

Uma liderança nos dias de hoje precisa olhar para as pessoas, escutá-las e entendê-las . É preciso saber analisar comportamentos, aprender com suas potências e suas fraquezas.

Como exemplo, podemos destacar a importância de saber lidar com um imediatismo da geração Z e a busca da estabilidade da geração X. Ou, por exemplo, uma possível dificuldade de acompanhar a transformação digital dos baby boomers. O papel da liderança é transitar pelas gerações para poder compreendê-las e extrair o melhor delas.

Estratégias de Liderança e Gestão de Pessoas multigeracionais

Como estratégias para uma liderança eficiente na Gestão de Pessoas multigeracionais, é importante destacar algumas iniciativas:

  • Reuniões regulares para compartilhar experiências e conhecimentos;
  • Sessões de mentoria entre profissionais experientes e novatos (para que haja a troca, sem uma hierarquia preestabelecida);
  • Treinamentos para o time aprender junto;
  • Encontros para um feedback aberto e respeitoso;
  • Linguagem inclusiva, evitando jargões, falas preconceituosas e termos técnicos específicos de uma geração.

Assim, com ações que têm por objetivo aproximar as pessoas e entendê-las em sua especificidade, as lideranças podem transformar o desafio de um time multigeracional em oportunidades de crescimento para os profissionais e para a própria empresa. Investir no desenvolvimento das soft skills é o primeiro passo para isso.

Então, acesse o site da Fundação Vanzolini e explore os cursos de Gestão de Pessoas que vão te ajudar a conquistar as habilidades necessárias para conduzir um time multigeracional de sucesso.

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Fontes:

Mauro Wainstock: Integrar gerações impulsiona a lucratividade

A era da diversidade geracional no mercado de trabalho

Etarismo: 86% das pessoas com mais de 60 anos sofrem preconceito no trabalho

Dos baby boomers à geração Z: o que cada profissional quer no trabalho?

Diversidade geracional: por que as empresas precisam falar disso

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