Para acompanhar as mudanças do mundo, a liderança precisa evoluir com elas. Aquela ideia de alcançar o topo e ficar no topo está ultrapassada. Até mesmo a ideia de topo tem sido modificada, quando pensamos em organizações mais horizontais.
Na liderança, o modelo tradicional, focado em comando e controle, já não atende mais às demandas de um mercado e de uma sociedade em ebulição.
Desse modo, assim como o próprio ambiente de negócios, a liderança está em contínua transformação, e aqueles que não se adaptam a essa nova realidade correm o risco de serem superados.
Partindo desse princípio, preparamos este artigo para contextualizar a evolução da liderança com propósito e orientar sobre como ser um profissional preparado para atender os desafios atuais e futuros.
Para entender os momentos da liderança no decorrer do tempo, vamos recorrer à teoria da professora de estratégia da Universidade de Columbia, Rita McGrath, que categoriza os líderes em três eras distintas, moldados pelas características dominantes do ambiente de negócios:
Ele se destacava pela capacidade de criar estratégias de longo prazo, otimizar processos e garantir a execução impecável. Como exemplos, temos empresas como a Ford no auge da produção em massa ou grandes corporações industriais do século XX, quando a eficiência e a previsibilidade eram as chaves do sucesso.
Assim, nesse cenário, o líder precisou se reinventar, tornando-se um inovador e ágil. A capacidade de experimentar, aprender com os erros e adaptar-se rapidamente às novas condições do mercado tornou-se crucial.
Empresas de tecnologia que surgiram nas últimas décadas, como as startups disruptivas, ilustram esse período, no qual a capacidade de inovar constantemente define a sobrevivência do negócio.
Nesse caso, o líder evolui para o papel de facilitador, educador e colaborativo. Ele não apenas inova, mas também fomenta a inovação e o aprendizado contínuo dentro e fora da organização, construindo pontes e parcerias estratégicas.
Como exemplos, temos as empresas como Google ou Amazon, com suas vastas redes de parceiros e plataformas que conectam diversos serviços.
No atual momento do mundo, como vimos acima, destaca-se a figura do líder educador, que longe de ser um “chefe” ditador de regras, é uma pessoa que age efetivamente em prol do desenvolvimento humano.
Ou seja, o líder educador não apenas transmite informações, mas também estimula o aprendizado contínuo, promove a autonomia e capacita suas equipes a encontrarem suas próprias soluções.
Essa transição marca uma mudança fundamental: o papel do líder deixou de ser o de “ditar regras” para se tornar a pessoa que orquestra talentos e aprendizados.
Em vez de microgerenciar, o líder educador confia na capacidade de seus liderados, oferecendo as ferramentas e o suporte necessários para que cresçam e prosperem. Essa abordagem está intrinsecamente ligada aos princípios da motivação intrínseca, especialmente a autonomia, a maestria e o propósito.
Dessa forma, ao permitir que as pessoas tomem decisões, desenvolvam suas habilidades e encontrem significado em seu trabalho, o líder educador cria um ambiente no qual a inovação e o engajamento florescem de forma natural, orgânica e genuína.
O conceito do líder versátil, abordado em obras como The Journey of Leadership, ressalta a importância de uma mente aberta e adaptável.
Mais do que deter conhecimento, o diferencial competitivo reside na habilidade de aprender, desaprender e reaprender.
Em entrevista ao The McKinsey Podcast, um dos autores do livro citado acima, Ramesh Srinivasan, destaca as mudanças do mundo como catalisadoras das mudanças na liderança.
“O mundo está mudando rapidamente. A geopolítica tornou-se bastante complexa, a tecnologia tem enorme impacto e as mudanças climáticas vieram para ficar. Diante desse contexto, sentimos que o mundo precisava de um novo paradigma de liderança, que chamamos de liderança com propósito centrada no ser humano. Acreditamos que os líderes devem refletir a fundo sobre seu propósito, identidade, posicionamento no mundo e como inspirar suas equipes e as instituições que lideram”.
Outro autor do livro, Hans-Werner Kaas, complementa com o conceito de “dentro para fora” que deve estar presente no atual modelo de liderança.
“A noção de “dentro para fora” significa que toda mudança começa com nós mesmos. Precisamos ter plena consciência de quem somos – e de nossas palavras, comportamentos e ações – para podermos então refletir sobre nossas qualidades e pontos fracos. Um bom nome para isso seria autodesenvolvimento, que implica atitudes humanas como empatia, desvelo, compaixão, humildade e vulnerabilidade – e, às vezes, determinação, confiança e resiliência. Mas o equilíbrio ideal entre esses variados tipos de comportamento realmente dependerá de cada situação de liderança”.
Isso significa que o líder do futuro e do presente deve estar disposto a questionar suas próprias crenças, abandonar modelos que não funcionam mais e absorver novas perspectivas. Essa flexibilidade é crucial para navegar em águas desconhecidas e para guiar suas equipes em meio à incerteza.
Além disso, a capacidade de aprender e desenvolver outros não é apenas uma soft skill desejável, mas um diferencial competitivo real.
Líderes que cultivam um ambiente de aprendizado contínuo, no qual o erro é visto como uma oportunidade de crescimento, e que investem no desenvolvimento de suas equipes, estarão mais preparados para os desafios de um mercado em constante mutação.
Leia mais em: A nova arquitetura da liderança: como ser um líder à frente de seu tempo
Agora, diante de todas essas transformações, é fundamental que cada líder se questione: “Onde eu me posiciono nessa curva de evolução da liderança?”
É importante ressaltar que muitos líderes acreditam que desenvolvem pessoas, mas poucos realmente fazem isso de forma eficaz. O desenvolvimento de equipes vai muito além de treinamentos esporádicos, exigindo um comprometimento contínuo, uma escuta ativa e a criação de oportunidades reais de crescimento.
Sendo assim, estar no caminho da liderança com propósito e transformadora é, hoje, um diferencial competitivo significativo.
No entanto, a tendência é que essa abordagem se torne o padrão, e aqueles que tardarem em adotá-la ficarão para trás.
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Para mais informações:
Fontes:
A ASCENSÃO DA LIDERANÇA EDUCADORA
Empresas não podem presumir estabilidade, diz Rita McGrath
Liderando de dentro para fora: por que CEOs precisam reservar um tempo para a autorreflexão