Por Anna Penido
Inovação é a gente conseguir fazer algo que a gente não conseguia fazer antes e isso gerar um benefício direto na vida das pessoas, no sistema de produção e em todas as áreas. Inovação é encontrar novas formas de fazer o que antes era impossível. E inovação na educação, a gente costuma dizer que é conseguir, de fato, conectar os processos educativos ao perfil dos alunos contemporâneos e às demandas do século 21. É adaptar principalmente os modelos de escolas e os processos de ensino e aprendizagem ao que a sociedade contemporânea demanda, como os estudantes de hoje se posicionam no mundo, como aprendem e como interagem com o conhecimento.
Na verdade, sim. Toda inovação parte do desenvolvimento de uma nova tecnologia, não necessariamente tecnologia de comunicação. Encontrar uma nova forma de fazer algo é tecnologia. Quando um professor encontra uma nova maneira de incluir um aluno que antes não aprendia, ele desenvolve uma nova tecnologia e essa tecnologia pode ser mediada por computadores, ou não. O que acontece com a tecnologia digital é que ela tem permitido fazer com que muitas inovações aconteçam mutuamente, porque ela é capaz de processar informações, conectar pessoas, oferecer oportunidades que antes não seriam possíveis. Ela é uma alavanca muito interessante para a inovação. Ela nos permite, por exemplo, criar uma série de objetos digitais com os quais o aluno pode aprender em qualquer hora e lugar por meio de games, vídeos etc. A tecnologia está expandindo exponencialmente o acesso desses estudantes à educação, e crianças e jovens que antes ficavam limitados a uma biblioteca da escola ou do bairro. É a mesma coisa quando você pensa no curso de inteligência artificial, pensa nessas plataformas tecnológicas que vêm sendo desenvolvidas, que vão se adaptando ao que cada aluno aprende e registrando todas as informações, conseguindo criar percursos pedagógicos junto com o professor, conectando cada um dos alunos a essas plataformas que oferecem um caminho para personalizar a educação. A tecnologia é apenas uma ferramenta, porque quem faz os processos acontecerem são os indivíduos, mas ela potencializa o trabalho.
Para que isso aconteça, precisamos de alguns passos. O primeiro é um mergulho profundo no que não está funcionando e pode melhorar. A escuta dos alunos, professores e gestores para entender o que está acontecendo. Buscar esses diagnósticos para além da obviedade e conseguir entender os problemas de cada comunidade escolar com muita honestidade e abertura. Dessa forma, o problema será a alavanca para sair dessa situação. É o que chamamos de “escuta inspiracional”. Não é uma escuta que te paralisa, mas que te faz ter clareza daquilo que você precisa para correr atrás, que inspira a buscar soluções.
O segundo passo é ter uma política pública que crie a ambiência. Isso não vai poder acontecer somente nas escolas que têm um professor e um diretor que heroicamente saem tentando resolver os seus desafios. É preciso que a rede estimule a busca de soluções não só de fora para dentro, como por exemplo, contratar consultorias, mas convites a professores, gestores e alunos para se envolverem na construção de novas propostas, como algo sistêmico e não pontual. Uma política de estímulo à inovação que dê conta, inclusive, das questões de infraestrutura, para que as mudanças aconteçam.
A formação também é importante. É preciso oferecer referências aos professores, mas elas nunca devem ser empacotadas e sim permitirem que eles possam ampliar o seu repertório e habilidades e remixar e adaptar ao seu contexto cotidiano.
Estimular a mistura do professor com aluno, com empreendedor, com a comunidade, especialistas. Para você olhar fora da caixa, tem de olhar sobre vários pontos de vista, e nada mais interessante do que o diálogo entre empreendedor e educador, aluno e professor, para que criem soluções juntos. Essas misturas são um caldo fértil para a inovação.
A falta de conectividade ainda é um desafio no ambiente escolar das redes públicas de ensino?
É um grande desafio. A gente sabe que se os indivíduos não estiverem capacitados para usar os recursos, não vai adiantar; se não tiver a estrutura disponível, as pessoas continuarão sem acesso a essas facilidades. As pessoas tendem aqui no Brasil a contar com a improvisação. Ah, não tem internet? Vamos fazer offline. Não tem wi-fi? Vamos para o laboratório mesmo. Isso tudo gera uma subutilização das tecnologias digitais. Conectividade é algo básico que nem ter um caderno, um livro didático, porque ela abre a possibilidade de acesso a milhares de cadernos. Mas ela tem de ser conectividade estável, e não adianta fingir que tem conectividade nas escolas, assim como não adianta ter um laboratório que é utilizado uma vez por mês. Quando a gente começou a falar sobre tecnologia e estávamos preocupados com a inclusão digital, foi muito bom, porque vários alunos tiveram acesso, educávamos as pessoas para usar a tecnologia. Hoje, todo mundo tem acesso em tudo quanto é canto e muitas vezes na escola os alunos têm equipamentos piores do que em casa. Não é educar para usar a tecnologia e sim usar a tecnologia para educar; é conseguir conectar as pessoas para ajudar os professores a se qualificarem. Por isso você precisa da infraestrutura.
O maior perigo da entrada da tecnologia na educação é aumentar a desigualdade, porque se uns tiverem o high tech e outros continuarem com o low tech, o fosso vai aumentar. O nível de oportunidade que o acesso de qualidade gera amplia todas as outras oportunidades que a pessoa tem. Se você sabe usar a tecnologia, você consegue se educar mais, você consegue informações sobre saúde, você consegue saber os seus direitos, pode encontrar melhores oportunidades de trabalho, melhores cursos profissionalizantes. É preciso capacitar as novas gerações para fazer o uso dessa tecnologia, para se empoderarem, porque se os alunos têm acesso à tecnologia e não a professores de qualidade, ele vai conseguir atravessar essa ponte. É mais um recurso para você estreitar os abismos da desigualdade, mas se os alunos continuarem sem o acesso a isso, vão ficar por fora sem saber transitar por esse mundo.
A personalização do ensino. Durante anos fizemos uma educação massificada, a questão de demanda por conta da revolução industrial, de ter de colocar muita gente na escola para desenvolver a mão de obra. A escola tem a cultura industrial e com isso a gente vai perdendo muita gente no meio do caminho. É o aluno que tem de se adaptar à escola e não a escola que oferece a melhor trajetória pedagógica para cada tipo de aluno. Cada cérebro é diferente do outro; mesmo alunos com desempenho escolar parecido têm percursos muitos diferentes, inteligências diferentes e cada um aprende de um jeito. A gente ignora tudo isso quando a gente dá a mesma aula, o mesmo material ao mesmo tempo para todo mundo. É condenar muitas pessoas ao insucesso. Até a forma de avaliar é padronizada, sendo que hoje sabemos que as pessoas conseguem comprovar o seu aprendizado de formas diferentes, como por exemplo, gente melhor no oral do que no escrito. Mas como hoje a avaliação não é algo para assegurar a aprendizagem, mas apenas para reprovar, a avaliação penaliza o indivíduo. Toda essa questão demanda personalização.
Todas as outras tendências dialogam com isso, encontrar novas tecnologias, encontrar novas evidências, novas formas de conhecer o aluno, e assim garantir que ninguém fique para trás e todos possam desenvolver o seu potencial na medida da sua capacidade. Hoje o potencial é medido pela capacidade do sistema.
Anna Penido é Diretora do Instituto Inspirare. Jornalista formada pela UFBA, com especialização em Direitos Humanos pela Universidade de Columbia e em Gestão Social para o Desenvolvimento pela UFBA. Em 2011, participou do programa Advanced Leadership Initiative da Universidade de Harvard. Trabalhou como repórter para o jornal Correio da Bahia e para as revistas Veja Bahia e Vogue. Integrou as equipes da Fundação Odebrecht e do Liceu de Artes e Ofícios da Bahia. Fundou e dirigiu a CIPÓ – Comunicação Interativa, da qual é conselheira. Coordenou o escritório do UNICEF para os Estados de São Paulo e Minas Gerais. É fellow Ashoka Empreendedores Sociais e líder Avina.
O segmento de transporte rodoviário de cargas no Brasil enfrenta um cenário de acirrada competição e de dificuldades econômicas. Devido à alta competitividade, o valor do serviço prestado pode ser um grande diferencial, sendo muitas vezes, o principal fator para a decisão de contratação de uma empresa. Em situações adversas como a atual, as companhias utilizam estratégias para melhorar a qualidade dos seus serviços, diminuir seus custos e aumentar não apenas a satisfação dos clientes como também seus lucros.
As estratégias de curto prazo como reduções de despesas com mão de obra, viagens e investimentos não têm sido suficientes. Assim, conhecer os custos das atividades e determinar o grau em que cada uma delas contribui para os custos de seus processos e serviços é fundamental para a tomada de decisão. Este trabalho originou-se pela necessidade de se identificar um método adequado para este custeio, que fosse capaz de realizar as apropriações de custos indiretos/fixos de forma acurada, reduzindo as distorções dos rateios e possibilitando a adoção de estratégias eficientes para tornar as empresas mais competitivas.
O transporte rodoviário de líquidos a granel compreende a movimentação de produtos químicos e petroquímicos, combustíveis, óleos lubrificantes, óleos alimentícios, água, leite, vinho entre outros, exigindo utilização de equipamentos ou veículos com características específicas que mudam de acordo com os produtos e/ou tipos de operações que estão sendo contratadas, além das variáveis básicas como origem, destino e volume de viagens.
Deste modo, os custos no transporte rodoviário podem ser classificados em fixos e variáveis. Para os transportadores, normalmente essa classificação é feita em relação à distância percorrida (Km).
Custos fixos – todos os custos que ocorrem de maneira independente ao deslocamento do caminhão.
Custos variáveis – os custos que mudam de acordo com a distância percorrida.
Utilizando esta lógica, os custos variáveis são facilmente apropriados às movimentações, porém os custos fixos se tornam dependentes de rateios, quando se utilizam critérios arbitrários ou até mesmo pouco representativos, como por exemplo: % de participação da receita operacional, % de participação da quilometragem, entre outros. Esta arbitrariedade pode provocar distorções nos custos e consequentemente nas análises de rentabilidade de cada serviço (frete).
A metodologia de Custeio por Atividades ABC (Activity Based Costing) faz o rastreamento de custos das atividades realizadas por uma empresa e verifica como essas atividades estão relacionadas para a geração de receitas e o consumo de recursos. Sua principal função é reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos.
A metodologia observa separadamente todas as atividades de uma empresa ou processo específico, para identificar individualmente os custos envolvidos em cada etapa. Com estas informações é possível aprimorar as etapas com ineficiências. Devido a sua análise individual, a metodologia permite:
– Rateamento e divisão adequada dos custos;
– Descobrir os produtos ou etapas que envolvem os maiores custos de produção;
– Considerar não apenas serviços e produtos como consumidores de recursos, mas atividades que levam à obtenção desses produtos ou serviços.
Para desenvolver um modelo de custos para o transporte rodoviário de granéis líquidos, utilizando o método de Custeio por Atividades (Activity Based Costing – ABC) foi utilizado um estudo de caso didático, aplicado às distintas modalidades de prestação de serviços de transporte.
Foram considerados como objetos de custo as prestações de serviços de transporte, sendo as atividades representadas pelas operações de carga, descarga e deslocamentos entre origens e destinos. A aplicação do modelo de custeio por atividades–ABC seguiu as etapas de:
A partir da identificação e levantamento dos parâmetros necessários e, dos custos envolvidos, foram calculados os custos por unidade de cada recurso e, utilizando os direcionadores, estes custos foram atribuídos às atividades, detalhando o quanto cada atividade consome de recurso e o quanto isso influencia os custos finais dos dois tipos de prestações de serviços estudadas.
A seguir, mostramos o resultado diagramado da aplicação do modelo de custeio por atividades–ABC no estudo de caso.

Com a aplicação da metodologia de Custeio por Atividades-ABC, encontrou-se o custo para cada tipo de prestação de serviço do estudo de caso. Esses custos foram comparados com os valores dos custos dos fretes calculados pela utilização do método de Custeio por Absorção, que é uma das metodologias comumente usadas por este segmento, e apresentaram-se variações relevantes na distribuição do custo fixo entre os dois métodos.
Observa-se que, por meio da metodologia de Custeio por Atividades-ABC obtém-se, detalhadamente, o quanto cada prestação de serviço utiliza de cada atividade e, como os recursos são consumidos por elas; isto possibilita uma análise mais aprofundada dos gastos e, a partir desta análise, pode-se propor mudanças nos processos, a fim de reduzir custos e melhorar a eficácia dos serviços prestados.
Assim, espera-se que este estudo de caso didático possa auxiliar os gestores, das empresas de transporte rodoviário de granéis líquidos, no entendimento de conceitos e na percepção da utilidade e importância desta metodologia de custeio.
O Scrum é uma estrutura que suporta projetos complexos em ambientes, principalmente, de incertezas e que possibilita a implementação de times multifuncionais e auto gerenciáveis, para que possam realizar entregas de valor agregado com foco no cliente em ciclos curtos, utilizando três pilares:
1. Inspeção;
2. Adaptação;
3. Transparência.
A adoção do Scrum garante mais eficiência no desempenho dos projetos por meio da prescrição de cerimônias, artefatos e papéis.
Product Owner (PO): É o responsável por transformar a necessidade do cliente em uma lista de requisitos priorizada, que compreende o que será realizado. Sua visão tem um forte viés de negócio, tentando sempre entregar o máximo valor.
Scrum Master: É o que mais entende do framework Scrum e é responsável por manter as cerimônias dentro da cadência e dos objetivos traçados, além de exercer um grande papel de líder servidor e retirar os impedimentos para a equipe.
Time: Responsável pela execução, constituído de expertises multifuncionais, as quais englobam a necessidade do que precisa ser realizado.
• Planning: O Product Owner explana o objetivo da próxima sprint e o time escolhe os requisitos que devem fazer parte da execução e estima.
• Sprint: É um tempo pré-definido (time box) no qual as cerimônias e as tarefas devem ser executadas, se inicia na planning e encerra-se na retrospectiva. A duração sempre é fixa (salvo casos específicos) e o período é de 1 a 4 semanas, no máximo.
• Daily meeting: Reunião diária de 15 minutos, preferencialmente em pé, em torno do quadro kanban, que serve para o time explorar o que foi feito no dia anterior, o que será feito no dia atual e se existe algum impedimento para o Scrum Master retirar.
• Review: reunião de revisão na qual o time demonstra juntamente com o PO as funcionalidades incrementadas dentro da Sprint.
• Retrospective: Reunião de melhoria contínua em ciclos curtos que ocorrem no final de cada sprint. Responde-se a 3 questões básicas para implementações de melhoria na próxima sprint.
Backlog do Produto: Uma lista priorizada de requisitos, no qual o responsável é o PO; essa lista é atualizada constantemente tendo como intenção a redução de incertezas ao longo do projeto.
Backlog da Sprint: São itens extraídos do backlog que serão utilizados na sprint corrente, atribuindo a esses itens uma lista de tarefas de alto nível (não totalmente detalhada) para entrega do objetivo da Sprint.
Incremento: São os requisitos escolhidos na planning que darão origem a uma entrega em potencial ou para a produção.
O Scrum é muito conhecido na área de desenvolvimento de software. Contudo, atualmente é utilizado nos mais diversos projetos, como na área de saúde, varejo, para escritórios de advocacia, marketing, engenharia, entre outros.
A certificação EXIN Foundation é o primeiro passo para seguir as demais certificações dessa área e lhe dar a oportunidade de entrar em um mercado que cresce exponencialmente, pois ela irá fornecer o conhecimento mais adequado ao seu trabalho e, ao mesmo tempo, irá certificar seu domínio em Scrum.
O EXIN Foundation é uma instituição internacional que oferece formação para profissionais de TI. Entre as certificações incluídas no seu pacote de desenvolvimento está a Agile Scrum Foundation (ASF), que atesta o conhecimento nas práticas do Scrum.
No entanto, a formação do ASF também é voltada para profissionais que desejam que suas habilidades sejam atestadas no framework Scrum por um órgão internacional e reconhecido pelas organizações, com o objetivo de obter cargos de liderança, de modo que o profissional possa aplicar facilmente tudo o que aprendeu.
O Agile Scrum Foundation é voltado para profissionais que desejam aprimorar suas habilidades em modernas práticas em projetos, porém também pode ser voltado para aqueles que entendem de melhorias e atuam indiretamente com Scrum.
O curso possibilita ao profissional o aprimoramento de habilidades, que passa a entender como adentrar em organizações que estão no momento da transformação ágil e digital.
Dessa forma, otimizamos o seu olhar para que possa estabelecer novos times, sempre focando no multifuncionalismo do projeto.
Vivemos um tempo marcado pelo dinamismo, mudanças rápidas e novas tecnologias. Nesse cenário, a adaptabilidade e agilidade são trazidas pelo Scrum: um framework simples e interativo possibilita a otimização do desenvolvimento de projetos, em ambientes cada vez mais complexos.
Este é o momento para se destacar no mercado!
Você também pode gostar desses conteúdos:
Leia mais aqui:
Scrum Master, Product Owner e Agile Coach: como se preparar para carreiras das metodologias ágeis?
Transformação Ágil: como o Agile Coach lidera o processo
Trilhas Agile: gestão eficiente, inovação e produtividade
Assista ao VanzoliniCast “O futuro das práticas ágeis: inovações que transformam” com as especialistas da Fundação Vanzolini, professoras Débora Zavistanavicius e Isabela Gayno:
Para mais informações: