Após forte investimento em tecnologia nos últimos anos, Pindamonhangaba tem chamado a atenção de outras cidades que desejam investir nessa área.
Para trocar experiência sobre o assunto, Daniel Annenberg, consultor da Fundação Vanzolini e ex-secretário de Inovação e Tecnologia da cidade de São Paulo, e representantes de outras cidades se reuniram virtualmente para conhecer o que tem sido feito e como implantar o modelo em outras regiões
Para saber mais sobre o assunto, clique aqui.
A Fundação Vanzolini é parceira acadêmica da primeira IC² – Conferência Internacional sobre Teoria e Prática de Cidades Inteligentes e anuncia a chamada de artigos. Acadêmicos e profissionais são bem-vindos a participar.
Para participar do evento, autores de artigos aprovados receberão um código de inscrição gratuito como reconhecimento por sua contribuição. Acadêmicos e profissionais podem receber credenciais de cortesia com base em critérios específicos:
Para solicitar, envie um e-mail para ic2@scbamerica.com com prova de sua condição acadêmica. Outras pessoas interessadas podem enviar uma carta de justificativa para consideração. A decisão será tomada pelo comitê organizador.
Os artigos, com até 5 páginas, serão revisados por especialistas e os aceitos serão publicados nos anais da conferência. As datas importantes são:
ENCERRADO O PRAZO PARA ENVIO DE ARTIGOS
Os temas incluem Tecnologia e Infraestrutura, Energia e Sustentabilidade, Governança e Transformação Digital, Qualidade de Vida, Saúde, Educação e Segurança. A conferência oferece palestras, networking, painéis, workshops e a oportunidade de publicar artigos nos anais.
A Conferência IC² é uma excelente oportunidade para conhecer e conviver. Aproveite e participe do grande evento do setor na América Latina e:
De 1º a 3 de setembro acontece a 7ª edição do Connected Smart Cities & Mobility no Centro de Exposições Frei Caneca, em São Paulo, que reúne mais de 300 especialistas divididos em 75 painéis para discutir cidades inteligentes. Amanhã (3), a Fundação Vanzolini será representada por Daniel Annenberg, consultor da Fundação e professor do curso Implementando Cidades Inteligentes e Humanas.
Ao lado de nomes como Oswaldo Sanchez Junior, pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo; Tullio Ponzi, Secretário Executivo de Inovação Urbana da Secretaria Executiva de Inovação Urbana da Prefeitura de Recife; Antonio Carvalho, Secretário de Governança da Prefeitura de Maceió; e Elias de Souza, Sócio – Deloitte, Daniel Annenberg compõe a mesa que discutirá sobre Cidades Resilientes, e abordará temas dentro dos eixos de Educação, Segurança e Saúde, como: Soluções para Moradia em Cidades Inclusivas; Inclusão Digital como Fator de Desenvolvimento nas Cidades, e Planejamento das Cidades com Foco na Inclusão.
A busca pela conformidade nas organizações converge com o caminho da melhoria contínua e da plena satisfação do cliente. Nessa confluência, os indicadores de desempenho, quando aplicados de forma estratégica e alinhados à norma ISO 9001, transformam-se em valiosos instrumentos para o sucesso e destaque no mercado.
Neste artigo, nosso foco é demonstrar como transformar dados brutos em decisões informadas, integrando os indicadores à melhoria contínua, à tomada de decisão baseada em evidências e ao foco no cliente, pilares da ISO 9001.
Ao final, você terá uma compreensão aprofundada sobre como ir além do básico e alavancar seus indicadores para gerar impactos mais positivos. Então, siga com a leitura!
A medição de desempenho na ISO 9001 é um fator estratégico para qualquer organização que busca aprimorar seus processos e resultados.
Dessa forma, em sua seção 9.1, a norma exige, claramente, o “monitoramento, medição, análise e avaliação” do desempenho do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ). Essa exigência reforça a necessidade de ir além da intuição, baseando a gestão em dados concretos.
“9.1 Monitoramento, medição, análise e avaliação
9.1.1 Generalidades
A organização deve determinar:
a) o que precisa ser monitorado e medido;
b) os métodos para monitoramento, medição, análise e avaliação necessários para assegurar resultados válidos;
c) quando o monitoramento e a medição devem ser realizados;
d) quando os resultados de monitoramento e medição devem ser analisados e avaliados.
A organização deve avaliar o desempenho e a eficácia do sistema de gestão da qualidade.
A organização deve reter informação documentada apropriada como evidência dos resultados.
9.1.2 Satisfação do cliente
A organização deve monitorar a percepção de clientes do grau em que suas necessidades e expectativas foram atendidas. A organização deve determinar os métodos para obter, monitorar e analisar criticamente essa informação.
9.1.3 Análise e avaliação
A organização deve analisar e avaliar dados e informações apropriados provenientes de monitoramento e medição.
Os resultados de análises devem ser usados para avaliar:
a) conformidade de produtos e serviços;
b) o grau de satisfação de cliente;
c) o desempenho e a eficácia do sistema de gestão da qualidade;
d) se o planejamento foi implementado eficazmente;
e) a eficácia das ações tomadas para abordar riscos e oportunidades;
f) o desempenho de provedores externos;
g) a necessidade de melhorias no sistema de gestão da qualidade.”
Assim, a importância da medição de desempenho está na sua capacidade de fornecer um panorama claro da eficácia e eficiência dos processos, permitindo identificar pontos fortes, gargalos e oportunidades de melhoria.
Importante destacar que, sem indicadores claros e bem definidos, a gestão se torna um exercício baseado em “achismos”, dificultando a correção de rumo e a otimização de recursos.
Uma pesquisa da IBM revelou que dados de baixa qualidade geram um impacto financeiro significativo nas empresas, resultando em um custo médio alarmante de US$ 9,7 milhões.
O estudo, que envolveu 1.700 empresas, revelou ainda que, embora 74% delas declarem basear suas decisões em dados, apenas 29% conseguem efetivamente transformar esses insights em uma iniciativa concreta.
Indicadores de desempenho, ou Key Performance Indicators (KPIs), são métricas que avaliam o sucesso de uma organização ou de uma atividade específica em relação aos seus objetivos.
No contexto da ISO 9001, os indicadores funcionam como ferramentas essenciais para avaliar a eficácia e eficiência dos processos que compõem o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ).
Assim, é crucial que esses indicadores estejam diretamente alinhados aos objetivos da qualidade da organização e ao seu planejamento estratégico global, já que eles devem refletir o que é mais importante para o negócio e para seus clientes.
Um KPI bem escolhido fornece percepções valiosas sobre o progresso em direção a metas predefinidas.
Os indicadores de desempenho podem ainda ser divididos em três categorias principais, que se complementam para oferecer uma visão mais integral:
Desse modo, a combinação estratégica dos indicadores permite uma análise profunda e tomadas de decisões mais assertivas, garantindo que o SGQ não seja apenas um sistema de conformidade, mas um aspecto que agrega valor à organização.
A ISO 9001, além de sugerir o uso de indicadores, exige e fornece diretrizes para sua aplicação efetiva. Para entender melhor como a ISO 9001 trata os indicadores de desempenho, destacamos a seguir alguns trechos da norma.
“4.4 – Sistema de gestão da qualidade e seus processos: Requer que a organização determine os processos necessários para o SGQ e suas interações, e estabeleça os métodos para assegurar a eficácia da operação e controle desses processos, o que naturalmente envolve indicadores.
6.2 – Objetivos da qualidade e planejamento para alcançá-los: Exige que a organização estabeleça objetivos da qualidade para as funções, níveis e processos relevantes, e que esses objetivos sejam mensuráveis. Os indicadores são a ferramenta para medir o atingimento desses objetivos.
9.1 – Monitoramento, medição, análise e avaliação: Esta é a cláusula central para os indicadores. Ela detalha que a organização deve determinar o que precisa ser monitorado e medido, os métodos para o monitoramento, medição, análise e avaliação necessários para assegurar resultados válidos.
10.3 – Melhoria contínua: Os resultados da análise e avaliação do desempenho, obtidos através dos indicadores, são insumos essenciais para a melhoria contínua do SGQ.”
Vale reforçar, ainda, que um princípio fundamental da ISO 9001 que se relaciona diretamente com o uso de indicadores é a tomada de decisões baseada em evidências. Ou seja, as ações e estratégias de gestão devem ser tomadas e fundamentadas em dados e análises concretas, ficando bem longe de suposições.
Assim, os indicadores são esses dados concretos que fornecem evidências robustas, permitindo que a organização identifique tendências, avalie a eficácia das ações e tome decisões mais informadas e eficazes.
Outro ponto relevante em relação aos indicadores é que eles estão intrinsecamente ligados ao ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act), um conceito central da melhoria contínua:
Diante disso, podemos entender que os indicadores não são apenas um requisito isolado, mas uma parte integrante da cultura de gestão da qualidade da ISO 9001, impulsionando a organização em direção à excelência.
Para transformar os indicadores de desempenho em verdadeiros aliados da gestão, é preciso ir além da simples coleta de dados. A inteligência na aplicação dos KPIs se encontra na adoção de uma abordagem estratégica e sistemática.
Veja, a seguir, alguns passos para usar os indicadores de forma inteligente e eficiente para a organização:
O erro mais comum é criar indicadores sem uma finalidade clara. Antes de selecionar ou desenvolver qualquer KPI, a empresa precisa ter seus objetivos de qualidade bem definidos, alinhados à sua estratégia geral e às necessidades dos clientes.
Então, é preciso fazer as perguntas: “O que queremos alcançar?” e “Como saberemos que chegamos lá?”.
Os indicadores devem ser uma resposta direta a essas perguntas, fornecendo a métrica do progresso em relação às metas específicas. Por exemplo, reduzir não conformidades em 15% ou aumentar a satisfação do cliente em 10%.
Um bom conjunto de indicadores oferece uma visão completa e equilibrada do desempenho do SGQ. Assim, opte por KPIs que combinem diferentes perspectivas, como:
Aprofunde a metodologia de padronização dos indicadores, incluindo a importância de definir claramente cada elemento, como a periodicidade da coleta de dados e a identificação do responsável por cada indicador.
É importante explicar às pessoas envolvidas da área como a padronização garante a consistência e a comparabilidade dos dados ao longo do tempo, facilitando análises e auditorias.
Construa a ideia de que o monitoramento das ações deve ser uma prática contínua e integrada à rotina da empresa, não apenas uma preparação para auditorias.
Desse modo, fale sobre a importância das ferramentas e sistemas que automatizam a coleta e o acompanhamento dos dados, garantindo a atualização em tempo real e a detecção precoce de desvios.
Sublinhe que o monitoramento constante permite uma visão proativa da performance, em vez de uma reação a problemas já estabelecidos.
Os dados são recursos fundamentais, mas eles sozinhos não resolvem nada. Por isso, explique como uma interpretação crítica das informações envolve a análise de tendências, a identificação de causas-raiz para problemas e a proposição de soluções eficazes.
Os dados devem ser um catalisador para discussões estratégicas e para a tomada de decisões embasadas, e não apenas um mero registro.
Promova um ambiente no qual os indicadores de desempenho sejam vistos como ferramentas poderosas para impulsionar a melhoria contínua.
Desvios, tendências negativas ou resultados abaixo do esperado devem ser encarados como oportunidades para ajustes, inovações e otimização de processos.
Os indicadores devem fazer parte de uma cultura organizacional de aprendizado e adaptação, na qual os erros são vistos como chances de aprimoramento.
Vale destacar que a personalização dos KPIs é fundamental, pois cada organização possui um contexto único, com processos, objetivos e partes interessadas distintas. A seleção deve ser estratégica e alinhada aos objetivos do negócio e às expectativas dos stakeholders.
Para finalizar, reforçamos que os indicadores de desempenho bem definidos são ferramentas poderosas de gestão e qualidade, e não apenas exigência de auditoria. Os KPIs, quando utilizados de forma estratégica, se tornam um guia para a excelência operacional e para o alcance dos objetivos de negócio. Eles fornecem uma visão clara do desempenho, permitindo uma gestão proativa e informada.
Então, lembre-se de definir ou revisar seus indicadores com uma abordagem mais estratégica, garantindo que estejam alinhados com a visão e os objetivos da empresa.
Para formação e capacitação em ISO 9001 e SGQ, conte com a expertise da Fundação Vanzolini.
Há quase 60 anos, a Vanzolini desenvolve, aplica e dissemina novos conhecimentos da Engenharia no cotidiano de pessoas, empresas, organizações e governos, no Brasil e no exterior. A Fundação Vanzolini se organiza em quatro Unidades de Negócios: Educação, Certificação, Gestão de Tecnologias em Educação e Estudos e Projetos B2B.
Aprimore seus sistemas de gestão da qualidade e garanta a conformidade com as normas internacionais com quem entende do assunto.
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Fontes:
Dados de baixa qualidade geram custos altos para empresas
Você conhece o conceito de Cidades Resilientes? Ele diz respeito ao gerenciamento e à conservação do ambiente urbano – incluindo o Patrimônio Cultural –, de maneira que a vida humana seja possível e sustentável em toda sua plenitude.
Uma cidade resiliente é um ambiente preparado para sobreviver a diversos tipos de eventos ou mudanças.
Na prática, refere-se a criar meios para utilizar ferramentas e tecnologias com o objetivo de alcançar o bom funcionamento de um ambiente urbano, levando em consideração o patrimônio cultural e histórico das cidades, assim como as formas de restaurá-los, monitorá-los e conservá-los.
Para sabermos mais sobre o assunto, entrevistamos César Massaro, professor do curso gratuito Cidades Resilientes: Técnicas de Documentação, Proteção e Recuperação do Patrimônio Urbano, promovido pela Universidade de São Paulo (USP), com apoio da Fundação Vanzolini.
Professor César Massaro: Os pontos de destaque são diversos, temos: 1- Erradicação da pobreza; 3- Saúde e bem-estar; 6- Água potável e saneamento; 7 – Energia limpa e acessível; 8- Trabalho decente e crescimento econômico; 9- Indústria, inovação e infraestrutura; 10- Redução das desigualdades; 12- Consumo e produção responsáveis e 13- Ação contra mudanças globais no clima. Todos esses objetivos dizem respeito a criar uma cidade sustentável, sempre alinhada com qualidade de vida.
Ou seja, onde se pode viver, trabalhar e desfrutar nas esferas societárias, socioeconômicas e ambientais.
Para isso, deve-se criar cidades inteligentes e digitais, capazes de atender às necessidades da população e estarem precavidas em caso de eventos, internos ou externos, que atrapalhem seu funcionamento.
Massaro: Uma cidade resiliente é uma cidade robusta. Ou seja, é um ambiente que, por meio de planejamento, indicadores, dados e uso de tecnologias adequadas, está preparado para sobreviver a diversos tipos de eventos ou mudanças.
Esses eventos podem ser desastres naturais, como terremotos, ondas de calor, ondas de frio, inundações ou então causados pelo homem, como guerras, por exemplo.
Massaro: Devemos considerar, primeiramente, que uma cidade inteligente é mais do que uma cidade digital.
Ou seja, ela precisa da transformação digital e de todas as ferramentas que você mencionou, no entanto, de nada adianta utilizar Big Data, se os dados captados não estiverem disponíveis para melhorar a interação das pessoas com as cidades para, por exemplo, poupar tempo no transporte.
Outro exemplo: Identificar a necessidade real de um poste de luz permanecer, ou não, aceso. Assim, deve-se direcionar todas as ferramentas disponíveis de forma a melhorar a eficiência das cidades em aspectos importantes, como iluminação, segurança, mobilidade etc.
Para isso, tanto o poder público como o privado devem tirar proveito dessas tecnologias de modo que seja possível manejar a infraestrutura urbana, mantendo seu funcionamento, continuidade e a protegendo de eventos extremos, como disse na pergunta anterior.
Massaro: Quando pensamos em sustentabilidade, sempre vamos considerar o longo prazo. Ou seja, a cidade é o lugar que temos para morar, dessa forma, temos sempre que evitar situações predatórias, pois se destruirmos o que temos nos ambientes urbanos, não teremos para onde ir.
Por outro lado, temos que procurar incorporar inteligência, tecnologias, processos e ferramentas, de forma a termos conhecimento para ir cada vez mais longe em nossas cidades ou comunidades. Com isso, é possível mitigar riscos ambientais e socioeconômicos, estando protegidos caso eles venham, de fato, a ocorrer.
Massaro: As cidades são ambientes que habitamos, trabalhamos e desfrutamos. Dessa forma, o lazer, o entretenimento e a cultura são fundamentais, seja para a vida cotidiana e atividades sociais, ou mesmo de forma profissional, o patrimônio urbano é importante para todos esses aspectos.
Assim, a decisão de investir na restauração de um patrimônio desse tipo deve ser coletiva e envolver também a população. Por exemplo, quando houve o incêndio do Museu Nacional do Rio de Janeiro, ou então o deslizamento e destruição do Solar Baeta Neves, em Ribeirão Preto.
A partir de um acontecimento desse tipo, devemos nos perguntar: vale a pena o restauro? E, para responder essa pergunta, devemos considerar o que aquele patrimônio significa culturalmente e historicamente, bem como sua importância arquitetônica. Também devemos avaliar o investimento necessário e possíveis riscos ao realizar uma obra desse tipo.
No caso do Solar Baeta Neves, o risco de deslizamento já era conhecido, tanto que o lugar estava fechado e isolado há algum tempo. No entanto, evitar que pessoas circulassem pelo local foi a única medida tomada, o que, na minha opinião, não foi correto.
Ou seja, não houve mortos ou feridos, mas todo o ambiente foi perdido. A discussão de preservar, recuperar ou restaurar um local urbano, seja ele uma praça, um museu ou até uma árvore, deve ser debatida publicamente, entre as pessoas que habitam ou desfrutam da cidade e esse debate deve valer-se das informações que disse anteriormente.
Massaro: O GIS é muito importante para a gestão urbana, trata-se de uma visualização territorial da cidade, a partir de seus mapas temáticos. Esses mapas podem ser saúde, educação, vias, sistemas de transporte, infraestrutura, localização dos edifícios etc.
Assim, o GIS é uma ferramenta bastante poderosa, pois aumenta a produção, disponibilidade e processamento de dados. Esses dados podem ser acessados por um smartphone, computador ou, então, por portais como o GeoSampa, dessa forma, pode-se realizar estudos, análises ou simplesmente consultas com base nessas informações.
Sendo assim, com base nas informações, processamento de dados e ferramentas disponíveis, é possível orientar o poder público e o poder privado na relação do ambiente urbano com a população em geral.
Massaro: Com relação a edifícios históricos, a intenção deve ser protegê-los e utilizá-los, sempre considerando os riscos. Por exemplo, a Torre de Pisa, que existe há 848 anos, seu charme é o fato dela ser inclinada e ninguém cogita endireitá-la.
Ao mesmo tempo, ninguém quer vê-la cair e isso demanda um trabalho sistemático de engenharia e arquitetura para protegê-la e sustentá-la.
Para isso, é preciso documentar suas condições estruturais, de solo, de vento e como a torre se comporta perante essas variáveis. Também são elaborados modelos para gerenciar essas circunstâncias.
Por outro lado, temos também a questão dos reforços e da adaptação das estruturas históricas a novas tecnologias, de forma a proteger esses locais de eventos adversos, como sismos, inundações, maremotos etc.
E isso passa por criar um bom projeto e uma boa execução, de forma a poder contar com uma boa estrutura e análises estruturais, visando considerar e mitigar os riscos das funcionalidades e características de um edifício serem abaladas por algum tipo de evento.
Massaro: São aspectos importantes para saber quais são as informações de projeto, o que foi executado, como está sendo feita a operação, a manutenção dos equipamentos, quais tipos de materiais foram utilizados, qual o tipo de estrutura vigente e os tipos de instalações.
Isso tudo para saber quais reparos devem ser feitos, substituições, manutenções e uma operação correta, em geral, de modo a preservar o edifício no longo prazo, orientar modernizações que sejam adequadas funcionalmente, bem como a documentação de todos esses processos.
Com a transformação digital, temos diversas ferramentas para gerar os arquivos necessários para a caracterização do patrimônio em questão, bem como contar com uma “guarda inteligente” dessas informações, que podem ser armazenadas em banco de dados, sistemas de geoprocessamento ou sistemas de informações para construção e podem ser utilizadas para gerenciar um projeto, guardar informações e para uso operacional.
No caso de haver algum tipo de falha no processo, utiliza-se essas informações da maneira mais adequada possível, seja para recuperação ou outras questões. Como exemplo, temos o afundamento do viaduto da Marginal Pinheiros, há alguns anos. Esse fato surpreendeu a prefeitura e os usuários, pois esse tipo de informação era inexistente.
Por sorte, alguns engenheiros e projetistas do viaduto original ainda estavam disponíveis para trabalhar e ajudaram no resgate dessas informações, disponibilizando-as e, com isso, foi possível acelerar o processo de recuperação da infraestrutura do viaduto.
Ou seja, existe toda uma questão da captura e processamento dos dados, tanto para documentação, a partir da digitalização, quanto para monitorar todos os ativos urbanos, sejam eles uma infraestrutura física, a qualidade de um asfalto, uma rede de telecomunicação, uma rede de distribuição de energia etc.
Novamente, isso é necessário tanto para monitoramento quanto para restauração, em caso de algum tipo de acidente.
Massaro: O Museu do Ipiranga estava, relativamente, abandonado, mas não estava destruído como alguns dos exemplos que citei. No entanto, teve que passar por uma série de reformas, primeiramente para a recuperação de sua área (que estava fechada) e também para uma modernização funcional.
Esse museu faz parte do acervo da USP e o Monumento da Independência pertence à Prefeitura de São Paulo, dessa forma, foi feito um projeto em conjunto para o restauro de ambos, com o objetivo de requalificá-los e modernizá-los funcionalmente, bem como recuperar todos os seus aspectos.
Para isso, foi feito um projeto de digitalização, contando com o trabalho integrado de arquitetos e engenheiros, tanto para o prédio do museu, como para o monumento. Além disso, houve também um projeto estrutural, de contenção e proteção do edifício, suas fundações e estruturas, tanto para preservação das condições atuais, como para um reforço do novo ciclo funcional do patrimônio.
Todas essas estruturas não sofreram com nenhum tipo de evento, como um desastre natural, no entanto estavam abandonadas e precisavam de um plano de reformas e isso foi feito. Porém, boa parte das técnicas aplicadas são também utilizadas quando existem riscos de desastres, ou quando eles de fato ocorrem, e falaremos mais sobre essas semelhanças no curso.
Conseguiu ter uma visão mais clara do que é uma Cidade Resiliente, inteligente e sustentável? Se você quer aprender ainda mais sobre o assunto, inscreva-se no curso gratuito Cidades Resilientes: Técnicas de Documentação, Proteção e Recuperação do Patrimônio Urbano, promovido pela Universidade de São Paulo (USP), com apoio da Fundação Vanzolini.
Até mais!
»Cursos USP da Fundação Vanzolini
A Indústria 4.0, também chamada de 4ª Revolução Industrial, é um conceito que envolve a automação industrial e a integração de diferentes tecnologias, tais como inteligência artificial, robótica, internet das coisas e computação em nuvem, tendo como finalidade a digitalização das atividades industriais. O objetivo final é melhorar os processos, aumentar a sua eficiência e eficácia.
As medidas de distanciamento social adotadas para impedir o avanço do coronavírus evidenciaram a importância do uso de tecnologias digitais pelo Estado e pelos cidadãos e cidadãs. Temos debatido mais sobre proteção de dados, transformação digital do Estado, cidadania e democracia virtuais, educação à distância, inovação social e meio ambiente – temas importantes para imaginarmos, democraticamente, novos modos de organização da vida coletiva. Hoje proponho uma reflexão sobre as relações entre desigualdades socioeconômicas e desigualdades digitais, tema importante para o presente e futuro das cidades.
Cada vez mais as oportunidades de emprego, os serviços básicos e as políticas públicas utilizam tecnologias digitais. Isso exige que os cidadãos e as cidadãs estejam aptos a utilizá-las no trabalho, no seu cotidiano e ao se relacionar com o Poder Público. Nesse cenário, três fatores constituem as desigualdades digitais: (i) acesso, (ii) habilidade e (iii) tipos de uso da internet e tecnologia dos diferentes grupos e setores sociais. A desigualdade de acesso ocorre quando os indivíduos não têm as mesmas condições para obter dispositivos digitais e conexão à internet. A desigualdade de habilidade diz respeito às distintas habilidades dos indivíduos para utilizar tecnologia digital em seu cotidiano. Por fim, as diferentes formas como indivíduos usam e se apropriam da internet e da tecnologia podem trazer benefícios como conexão social, solidariedade e engajamento cívico, por exemplo, ou prejuízos, como desinformação, fraudes e riscos ao direito à privacidade.
Essas três dimensões que compõem a desigualdade digital são afetadas pelas desigualdades socioeconômicas: estudos apontam que características como idade, renda, escolaridade, gênero e raça afetam as condições de acesso, as habilidades e os resultados do uso de tecnologia entre diferentes grupos sociais. A escolha do governo federal de usar um aplicativo para entregar o auxílio emergencial expôs que a população socialmente vulnerável é também desprivilegiada do ponto de vista do acesso, das habilidades e dos tipos de uso que faz da tecnologia. Não faltaram notícias sobre pessoas que foram alvo de fraudes e vivenciaram dificuldades para solicitar o auxílio emergencial.
Isso porque as desigualdades sociais e econômicas são reproduzidas digitalmente. Estudiosos da Universidade de Northeastern e do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, identificaram que o algoritmos do Facebook direcionam anúncios de casas à venda de forma desigual a usuários brancos e negros. O algoritmo é enviesado racialmente e reproduz digitalmente a prática de corretores de imóveis, que, em algumas regiões dos Estados Unidos, mostram às pessoas brancas casas em bairros majoritariamente brancos, com maior oferta de serviços e infraestrutura, enquanto mostram às pessoas negras casas em áreas mais diversificadas racialmente e com menor oferta de serviços. Ao ser replicada na esfera digital, a prática de segregação e desigualdade racial se perpetua na vida real.
Quando debatemos sobre a transformação digital do Estado e construção de cidades inteligentes, devemos considerar o caráter multidimensional das desigualdades digitais e seus possíveis efeitos. Políticas de inclusão digital, como o WiFi LivreSP, Fab Lab Livre e Telecentros em São Paulo, são imprescindíveis, pois combatem a desigualdade digital na dimensão de acesso e habilidades. Ainda há muito o que discutir em relação à dimensão dos diferentes usos, mas é razoável supor que investimentos em educação e emprego, por exemplo, podem ajudar a diminuir as desigualdades no uso da internet e de dispositivos digitais.
Por fim, é importante refletir sobre as ferramentas digitais de processamento e análise de dados do Estado, sejam as que automatizam a análise de elegibilidade dos cidadãos e cidadãs às políticas públicas (como é o caso do auxílio emergencial), sejam relacionadas à gestão das cidades (como o sistema de policiamento preditivo). As cidades devem utilizar tecnologia para melhorar o atendimento ao cidadão, reduzir as desigualdades e tornar a vida mais simples e sustentável. Mas cidades organizadas com foco no cidadão são inteligentes apenas quando também são humanas.
Daniel Annenberg é formado em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) e em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP). Foi um dos idealizadores do Poupatempo e seu superintendente por quase 10 anos (1996-2006). Atuou como Diretor-presidente do Detran-SP (2011-2016), Secretário Municipal de Inovação e Tecnologia (2017-2019) e Vereador de São Paulo (2017-2020). Atualmente é consultor da Fundação Vanzolini e um dos professores do curso Implementando Cidades Inteligentes e Humanas.
Marianna Sampaio é mestra e doutoranda em Administração Pública e Governo pela FGV-EAESP, bacharela em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) Atua como analista de políticas públicas e gestão governamental da Prefeitura de São Paulo. Foi secretária-adjunta de Inovação e Tecnologia (2017-2019) e de Negócios Jurídicos (2014) na cidade de São Paulo e é uma das professoras do curso Implementando Cidades Inteligentes e Humanas.
A quarta edição da série de encontros Como inovar na gestão municipal?, promovida pela Associação Paulista de Municípios e a Fundação Vanzolini, abordará um tema que está constantemente em pauta e que não pode deixar de ser mencionado quando se trata de cidades inteligentes: desenvolvimento sustentável.
Segundo o Relatório especial sobre mudança climática e terra divulgado em agosto pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), o mundo esquentou 1,09°C desde a era pré-industrial, e apenas 0,02°C podem ser atribuídos a causas naturais. É visível o impacto que essas mudanças causaram no cotidiano e que podem piorar se gestores não implantarem mudanças com foco na sustentabilidade. Por isso, o webinar on-line Como inovar na gestão municipal? Desenvolvimento sustentável, que acontecerá no dia 30 de setembro, às 10h, reunirá gestores municipais, estaduais e especialistas para debater sobre o assunto.
A conversa conta com a presença do presidente do Fórum Nacional de Secretários de Estado de Minas e Energia e Secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Marcos Penido. Engenheiro civil, ele foi diretor e presidente da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), atuou no Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e trará informações importantes sobre programas do Estado, caminhos e exemplos para a implantação de projetos de sustentabilidade e meio ambiente nos municípios.
Também participa o ex-vereador de São Paulo, Gilberto Natalini. Médico de formação, Natalini foi presidente dos Conselhos Estadual e Nacional dos Secretários Municipais de Saúde e há 50 anos atua na defesa do desenvolvimento sustentável e da preservação do meio ambiente. Ele irá trazer sua experiência em projetos e iniciativas voltadas à construção de uma cidade sustentável.
Marcos Buckeridge, diretor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, membro da Academia Brasileira de Ciências e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) do Bioetanol e o Centro de Síntese USP-Cidades Globais, ele irá falar sobre novas abordagens que podem ser utilizadas por gestores públicos municipais de forma a priorizar metas que levem a aumentar a sustentabilidade urbana, e também sobre Gestão Sistêmica, importante conceito para administrar sistemas complexos, como uma cidade.
A mediação do webinar será do presidente da APM e ex-Prefeito de Campos do Jordão, Fred Guidoni, e do consultor da FCAV e ex- Secretário Municipal de Inovação e Tecnologia de São Paulo, Daniel Annenberg. Com grande experiência em administração pública, eles irão contribuir para o debate sobre sustentabilidade.
Serviço
Webinar “Como inovar na gestão municipal?”
Tema: Desenvolvimento sustentável
Data: 30/09/2021
Horário: 10:00 às 11:30 h
Onde: ZOOM (participantes inscritos), e no Youtube e Facebook da APM.
Inscrição: www.apaulista.org.br
Uma das formas atuais mais recorrentes de se associar tecnologia e cidades é por meio da ideia de smart cities ou cidades inteligentes. O conceito se popularizou nos últimos anos e vem sendo usado com significados diversos. Em geral, se refere às transformações digitais na organização da cidade e à incorporação intensiva de tecnologias da informação e comunicação nos serviços públicos. A visão associada a essa ideia é de uma cidade intensamente conectada e funcional, com a relação entre poder público e as pessoas fortemente mediada por tecnologias avançadas.
Altamente sedutora, essa ideia de cidades inteligentes tem sido incorporada às agendas e estratégias de desenvolvimento urbano de governos ao redor do mundo, como é o caso da Índia. Por outro lado, também tem sido muito utilizada por empresas que buscam vender serviços que seriam necessários para construir esse tipo de cidade. Obviamente, não podemos e tampouco queremos impedir esse setor de negócios de desenvolver seus produtos e serviços ou condená-lo por saber vendê-los. Por outro lado, é papel dos governos sempre proteger e promover o interesse público e contratar serviços e produtos que de fato atendam às reais prioridades da cidade – e não apenas adquirir produtos porque são “os mais modernos” ou porque tem o “selo smart city”.
A associação entre tecnologia e cidades também é óbvia quando pensamos nas plataformas de intermediação de serviços, como as de transporte individual, hospedagem e entrega. Esses serviços são percebidos por nós não apenas como grandes facilidades no cotidiano, mas como um novo modelo de consumo indispensável, do qual não é possível abrir mão, principalmente durante uma pandemia. Ainda que reconheçamos essas facilidades, é necessário identificar também o impacto desses serviços na forma como a cidade se organiza: justamente por se tornarem tão cruciais, podem ter efeitos coletivos não desejáveis como, por exemplo, o aumento de preços de aluguéis, que pode afetar o direito à moradia. Também significam uma concentração de dados sobre determinadas relações que se desenvolvem nas cidades nas mãos de poucas empresas. Você sabe, por exemplo, a quantidade de entregas de refeições feitas na cidade todos os dias e quantas pessoas trabalham nas ruas para isso acontecer? É importante que governos e sociedade possam conhecer esses dados para pensar políticas públicas para melhorar a vida nas cidades.
Para atingir tudo isso, cidades precisam ter autonomia, senso de prioridade, estratégias de desenvolvimento, planejamento de longo prazo e compromisso com a promoção de direitos para toda a população. Isso significa desenvolver suas capacidades de análise dessa nova realidade (ou seja, ter diagnósticos bem formulados sobre os problemas coletivos) e traçar, com participação social de qualidade, estratégias para resolvê-los.
Também é importante que cidades desenvolvam e atualizem continuamente infraestruturas e capacidades que atendam ao bem coletivo e protejam direitos da população, a fim de que não se tornem reféns tecnológicas de outros atores, incapazes de participar da definição do futuro coletivo. Boas práticas neste sentido são a capacidade de produção de dados sobre a realidade das cidades e a existência de órgãos governamentais com atribuição de impulsionar e avaliar estrategicamente (à luz de um projeto para a cidade) as necessidades de aquisições de tecnologia pelo poder público.
Ao mesmo tempo, outro tema inevitável relacionado a tecnologias e cidades se refere ao desenvolvimento econômico e vantagens competitivas. Para se inserirem nas cadeias de negócios, cidades precisam possuir uma boa infraestrutura tecnológica. E é papel também do poder público garantir um ambiente favorável para o desenvolvimento tecnológico e a inclusão econômica. Digitalizar serviços públicos para facilitar a vida das empresas é um exemplo disso. Foi com esse objetivo que, como Secretário Municipal de Tecnologia e Inovação, desenvolvi o Empreenda Fácil, iniciativa que reduziu, de meses para menos de 4 dias, o tempo para abertura, licenciamento e fechamento de empresas de baixo risco no município de São Paulo.
Por fim, é necessário que o poder público não se esqueça da tarefa de não deixar ninguém para trás. Para isso, é fundamental pensar em ações para inclusão digital e acesso a tecnologias de informação e da comunicação. A tecnologia e a inovação podem, ainda, ser utilizadas de modo estratégico para impulsionar padrões sustentáveis de produção e consumo. Apoiar o acesso de agricultores familiares, que se localizam na área rural de municípios, a novos conhecimentos é um exemplo possível.
Afinal, uma cidade de fato inteligente é aquela capaz de integrar a todos e todas no seu novo patamar de desenvolvimento, bem como de conciliar o desenvolvimento econômico com a sustentabilidade ambiental e a justiça social, como apontam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, e também com a participação social. Para que essas políticas sejam efetivas, é fundamental que conheçamos a fundo a realidade das nossas cidades, que não são todas iguais entre si. No caso de São Paulo, isso se aplica também às suas divisões administrativas internas, já que temos uma cidade muito socialmente desigual.
Todas essas facetas da relação entre cidades e tecnologias demonstram que não há respostas fáceis. Não se trata de escolher o interesse público em detrimento de interesses privados (afinal, uma cidade mais justa precisa também de desenvolvimento e inclusão econômica), mas de entender as contradições entre eles e, sobretudo, de compreender o papel do poder público em proteger as necessidades coletivas e de promover direitos e justiça social e de construir estratégias que utilizem tecnologias como pontes para um futuro mais simples, inclusivo e sustentável para nossas cidades.
Daniel Annenberg é formado em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) e em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP). Foi um dos idealizadores do Poupatempo e seu superintendente por quase 10 anos (1996-2006). Atuou como Diretor-presidente do Detran-SP (2011-2016), Secretário Municipal de Inovação e Tecnologia (2017-2019) e Vereador de São Paulo (2017-2020). Atualmente é consultor da Fundação Vanzolini e um dos professores do curso Implementando Cidades Inteligentes e Humanas.
Marianna Sampaio é mestra e doutoranda em Administração Pública e Governo pela FGV-EAESP, bacharela em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) Atua como analista de políticas públicas e gestão governamental da Prefeitura de São Paulo. Foi secretária-adjunta de Inovação e Tecnologia (2017-2019) e de Negócios Jurídicos (2014) na cidade de São Paulo e é uma das professoras do curso Implementando Cidades Inteligentes e Humanas.
No dia 18 de setembro, a Comissão Extraordinária de Inovação, Tecnologia e Cidade Inteligente da Câmara Municipal de São Paulo firmou um importante termo de cooperação técnica com a Fundação Carlos Alberto Vanzolini.
O objetivo desta parceria é desenvolver projetos e programas que promovam a inovação, a tecnologia e o desenvolvimento sustentável na cidade de São Paulo, criando um impacto positivo para a sociedade paulistana.
A assinatura do termo de cooperação é resultado de um requerimento que e visa aproveitar a expertise da Fundação Vanzolini para enfrentar os desafios urbanos, sociais e ambientais da capital paulista.
A fundação, gerenciada por professores da Escola Politécnica da USP, tem quase 60 anos de atuação em áreas como tecnologia, inovação e sustentabilidade, sendo referência nacional e internacional nesses temas.
Essa parceria tem como foco a adoção de políticas inovadoras e sustentáveis para melhorar continuamente a qualidade de vida dos habitantes de São Paulo, soluções que combinem eficiência, tecnologia e respeito ao meio ambiente.
A Fundação Vanzolini reafirmou seu compromisso em fornecer suporte técnico à Comissão de Inovação e Tecnologia da Câmara, colaborando na criação de um ambiente mais propício à inovação tecnológica e ao desenvolvimento sustentável. A fundação se destacou como uma aliada crucial na construção de cidades inteligentes, com soluções que integram tecnologia e sustentabilidade em favor da sociedade.
“Quero aqui reiterar o compromisso da fundação, em colocar toda a sua estrutura, o seu conhecimento à disposição dessa Comissão, para fornecer o devido o suporte técnico à Comissão de Inovação, Tecnologia e Cidades Inteligentes”, reforçou João Amato Neto, presidente da Diretoria Executiva da organização.
“Eu gostaria de dizer que nós estamos muito honrados com essa cooperação. Esse termo de cooperação tem por objetivo dar apoio a essa Comissão e nós estamos aqui à disposição para fazer discussões sobre o futuro aqui da nossa cidade, num horizonte de longo prazo, com uma contribuição das instituições de ensino e pesquisa”, acrescentou Marcelo Schneck de Paula Pessoa, coordenador do Grupo de Pesquisas em Cidades Inteligentes do Laboratório de Cidades, Tecnologia e Urbanismo/Conecticidades da POLI USP e da Fundação Vanzolini.
“Esperamos que se enraíze aqui em São Paulo [a cultura de inovação e cidade inteligente] e que dê exemplo para outros locais, onde possamos trabalhar de maneira integrada a questão de inovação, tecnologia e cidades inteligentes. Conte com o nosso apoio e dedicação”, acrescentou Cesar Massaro, consultor sênior de Desenvolvimento de Negócios da fundação e representante da organização na Comissão.
Durante a reunião, foram planejados temas como inteligência artificial, cidades 100% sustentáveis e cibersegurança, com representantes de grandes empresas de tecnologia. A Nvidia, por exemplo, trouxe à mesa a importância da computação acelerada e de plataformas tecnológicas que podem tornar as cidades mais eficientes e conectadas.
Outro ponto de destaque foi o conceito de Green Fields, apresentado pela empresa Kei Cities. Green Fields são bairros ou cidades construídas do zero, planejadas de forma totalmente sustentável, com foco no desenvolvimento social, econômico e ambiental, sempre com as pessoas no centro do planejamento.
O aumento da digitalização das cidades também levanta questões sobre a proteção de dados dos cidadãos. Leonardo Fonseca Netto , gerente da Italtel Brasil, destacou a importância de medidas robustas de cibersegurança para proteger informações sensíveis, como endereços, biometria e documentos públicos.
Cidades Inteligentes, que utilizam dados em larga escala para oferecer serviços melhores e mais eficientes, precisam garantir que essas informações sejam seguras contra ataques cibernéticos.
A parceria entre a Fundação Vanzolini e a Câmara de São Paulo marca um novo capítulo no desenvolvimento da cidade.
O presidente da Comissão de Inovação, vereador Sansão Pereira, ressaltou que o objetivo é criar leis e políticas que desburocratizem processos e facilitem a implementação de tecnologias que beneficiem diretamente a população. O foco é fazer com que essas inovações cheguem à ponta e atendam de forma eficiente os cidadãos paulistanos.
Saiba mais aqui: Comissão de Inovação e Tecnologia firma termo de cooperação com a Fundação Vanzolini