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Como a sustentabilidade está moldando novos indicadores ESG nas empresas

Postado em Certificação | 10 de julho de 2025 | 9min de leitura
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As transformações globais vêm impulsionando uma mudança significativa nos negócios. Nesse cenário, uma visão mais abrangente e sustentável tem ganhado cada vez mais espaço nas organizações. Com isso, as práticas de ESG (Ambiental, Social e Governança) nas empresas deixaram de ser um diferencial e passaram a ser essenciais.

Para mensurar essas ações, os indicadores ESG, surgem como ferramentas estratégicas para apontar metas e resultados financeiros e também para avaliar a competitividade e a resiliência das empresas no longo prazo.

Preparamos este artigo para desmistificar o papel desses indicadores, demonstrando como eles transcendem a mera conformidade, influenciando diretamente na atração de investimentos, na reputação institucional, na gestão de riscos e na longevidade empresarial. Acompanhe!

ESG: de diferencial para essencial nas empresas modernas

Mudanças climáticas, eventos extremos, escassez de recursos naturais. O mundo clama por mudanças na forma de viver, produzir, consumir e trabalhar. E os esforços devem partir de todas as esferas da sociedade, sobretudo dos governos e organizações.

As exigências cada vez maiores por sistemas sustentáveis têm feito com que a ESG deixe de ser uma tendência, um diferencial de uma marca, para se tornar uma necessidade estratégica das empresas.

Os negócios estão se dando conta de que o sucesso sustentável vai além da responsabilidade socioambiental, é também uma forma de estar preparado para as crises mundiais.

Assim, as empresas estão reconhecendo que a adoção de estratégias sustentáveis não é apenas uma questão de responsabilidade social, mas de retornos e benefícios econômicos associados a essas práticas.

De acordo com dados da B3, a Bolsa de Valores brasileira, a adoção de práticas ESG entre as empresas listadas tem experimentado um crescimento notável. Em 2021, aproximadamente 30% das empresas listadas já haviam incorporado algum aspecto de ESG em suas operações. Esse número saltou para mais de 70% até o final de 2023. Para 2024, a projeção era de mais de 90%.

Além disso, um estudo realizado pela McKinsey & Company demonstrou uma correlação positiva entre práticas ESG robustas e desempenho financeiro.

Segundo o artigo que cita a pesquisa, publicado na Plataforma RH, “empresas que adotam medidas sólidas de governança, promovem a diversidade e inclusão, e implementam estratégias ambientalmente sustentáveis, frequentemente superam seus concorrentes em termos de rentabilidade a longo prazo”.

A tendência das empresas é também reflexo de uma tendência do mercado. Uma pesquisa, realizada pela Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados, divulgada em setembro de 2024, revelou que 19% dos consumidores brasileiros consideram as práticas de ESG como um dos três principais pilares para a boa reputação de uma marca. A pesquisa aponta que o contrário, ou seja, a ausência de práticas ESG é o fator mais impactante para uma avaliação negativa das empresas (26% dos entrevistados).

Diante desse cenário, as organizações podem contar com indicadores ESG para que sua atuação sustentável possa ser medida, analisada, avaliada e aperfeiçoada.

O que são indicadores ESG?

Os indicadores ESG são métricas que avaliam o desempenho de uma empresa em três pilares fundamentais. Veja qual o foco de cada um:

  • Ambiental (E): está ligado ao impacto da empresa no meio ambiente. Inclui métricas como emissões de carbono, consumo de água e energia, gestão de resíduos, uso de recursos naturais e iniciativas de biodiversidade. Empresas com forte desempenho ambiental demonstram compromisso com a sustentabilidade e a redução das mudanças climáticas.
  • Social (S): avalia a relação da empresa com seus stakeholders, incluindo, por exemplo, colaboradores, clientes, fornecedores e a comunidade. Abrange aspectos como diversidade e inclusão, condições de trabalho, saúde e segurança, direitos humanos, diversidade, equidade e inclusão, privacidade de dados e impacto social na comunidade. Uma cultura organizacional justa e inclusiva, aliada a um impacto social positivo, fortalece a reputação e o engajamento.
  • Governança (G): diz respeito à estrutura de gestão, ética, integridade, compliance e transparência da empresa. Envolve a composição do conselho de administração, remuneração de executivos, direitos dos acionistas, prevenção à corrupção, auditorias internas e externas, e a transparência na divulgação de informações. Uma governança robusta garante a tomada de decisões responsáveis e a conformidade com as regulamentações, além de observar aspectos de desempenho econômico da companhia.

E – Quanto a empresa impacta o meio ambiente?

S – Como a empresa impacta a comunidade?

G – Como a empresa impacta as pessoas?

Como sua empresa responde a essas perguntas?

Além disso, uma estratégia de ESG completa observa, além dos impactos que a empresa gera sobre o seu entorno (meio ambiente, sociedade e economia), também quais os impactos que o contexto gera sobre a empresa e também o quanto as problemáticas ambientais e sociais são capazes de impactar o desempenho econômico da empresa, sua estratégia e seu relacionamento com a comunidade.

Como exemplos práticos de indicadores ESG, podemos destacar:

  • Redução de emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa);
  • Percentual de mulheres em cargos de liderança;
  • Taxa de rotatividade de funcionários;
  • Investimentos em programas sociais e políticas de combate à corrupção.

Por que ESG é a nova medida de sucesso empresarial?

Segundo a pesquisa Avanços e Desafios: A Maturidade ESG nas Empresas Brasileiras 2024”, realizada pela Nexus em parceria com a Beon ESG, 51% das empresas brasileiras têm estratégias de sustentabilidade. O volume representa um crescimento de 14 pontos em relação a 2021.

Outro dado relevante é a alta de 10 pontos percentuais da existência de estrutura ESG nas empresas, de 29% para 39% no mesmo período de comparação.

Mas é importante entender que essa ascensão da ESG não é um fenômeno isolado, mas sim o reflexo de mudanças profundas no mercado e na sociedade:

  • Reação de investidores e consumidores:

Cada vez mais, os investidores buscam empresas com práticas ESG sólidas, enxergando nelas um menor risco e um maior potencial de valorização a longo prazo.

Dados do Estudo Global do Consumidor da IBM: Ações de Sustentabilidade Podem Falar Mais Alto que a Intenção mostram que 49% dos consumidores pagaram mais caro por produtos classificados como sustentáveis nos últimos 12 meses, enquanto 59% dos consumidores já estão dispostos a boicotar as marcas que não agirem em relação às mudanças climáticas.

  • Conexão com risco reputacional e valor de marca:

Uma falha em qualquer um dos pilares ESG pode acarretar em sérios danos à reputação da empresa, resultando em perda de clientes, desvalorização de ações e dificuldades em atrair e reter talentos. Por outro lado, um forte desempenho ESG fortalece a marca, construindo confiança e lealdade.

  • Tendências do mercado:

O mercado global está cada vez mais impulsionado por pressões regulatórias, que exigem maior transparência e responsabilidade das empresas. Além disso, as cadeias de valor sustentáveis estão se tornando um pré-requisito, com empresas cobrando de seus fornecedores o alinhamento com os princípios ESG. A não adaptação a essas tendências pode significar a perda de competitividade, perda de talentos e a exclusão de mercados importantes.

ESG – uma estratégia de longo prazo e longe de modismos

Para finalizar, é importante entender que os indicadores ESG transcenderam a esfera do discurso e da propaganda bonita e se consolidaram como pilares essenciais da estratégia das empresas modernas.A capacidade de medir, gerenciar e evoluir continuamente com base nesses indicadores é o que distingue as empresas preparadas para o futuro.

O ESG não é um modismo passageiro, mas sim um posicionamento e uma ação essenciais de médio e longo prazo, que garantem não apenas a sustentabilidade financeira, mas também o impacto positivo no planeta e na sociedade.

Portanto, empresas que abraçam o ESG com seriedade estão construindo um legado de valor, resiliência e inovação.

Se você é CEO, gestor de sustentabilidade, riscos e compliance, profissional envolvido em relatórios ESG, due diligence e estratégias de impacto ou especialista, que atua com ESG, B Corp, certificações e inovação social, e quer desenvolver uma estratégia ESG robusta e mensurável que impulsione a competitividade e a longevidade da sua empresa, conheça os cursos da Fundação Vanzolini.

As formações são focadas em impacto e sustentabilidade, além de transformar visão em resultados concretos.

Veja a seguir quais são eles e se aprofunde no tema:

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Fontes:

Maturidade ESG avança nas empresas brasileiras e 51% têm estratégia de sustentabilidade

IBM Global Consumer Study: Sustainability Actions Can Speak Louder Than Intent

 2024: O ano do ESG no Brasil em 5 pontos

Consultoria em sustentabilidade: definindo a ‘década da ação’

ESG transforma reputação e marcas no mercado global

ESG: como a Sustentabilidade e a Governança moldam a reputação das empresas

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