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Dia Mundial de Combate à Infecção Hospitalar e a certificação ONA

Postado em Certificação | 15 de maio de 2025 | 9min de leitura
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O Dia Mundial de Combate à Infecção Hospitalar, celebrado em 15 de maio, foi instituído pela Lei 11.723/2008, e tem como objetivo chamar a atenção dos estabelecimentos de saúde – como hospitais, clínicas e consultórios -, sobre a importância das ações de prevenção e de controle das infecções hospitalares (IRAS – Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde), um grave problema sanitário no Brasil e no mundo.

A segurança do paciente é um componente essencial para evitar IRAS e a adoção de medidas eficazes de prevenção e controle, como a higienização das mãos, o uso adequado de equipamentos de proteção individual, a esterilização de materiais e a vigilância epidemiológica, são fundamentais para garantir a qualidade da assistência prestada.

Também como ferramenta e mecanismo de prevenção das IRAS e de garantia da qualidade, as organizações de saúde podem – e devem contar – com as certificações, como a ONA.

Siga com a leitura e descubra como a certificação ONA ajuda no combate à infecção hospitalar, elevando a segurança do paciente e a qualidade nos hospitais.

O que são infecções hospitalares e por que ainda são um desafio?

As infecções hospitalares, também conhecidas como infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS), são aquelas adquiridas durante o período de internação em um hospital ou outra unidade de saúde, que se manifesta durante a internação ou após a alta, quando relacionada aos procedimentos hospitalares.

Essas infecções podem ser causadas por bactérias, vírus, fungos ou outros microrganismos e podem afetar diversos sistemas do corpo, como o trato urinário, respiratório, gastrointestinal e a corrente sanguínea.

As infecções hospitalares são um grave problema de saúde pública e um desafio em todo o mundo, com impactos significativos na morbidade, mortalidade e custos hospitalares.

No Brasil, a taxa de infecções hospitalares é quase três vezes superior ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo dados do Ministério da Saúde, estima-se que a incidência no país alcance até 14% entre pacientes internados, enquanto a recomendação da OMS é que esse índice fique em torno de 5%.

Essas infecções aumentam o tempo de internação, a necessidade de procedimentos adicionais e o risco de complicações, o que resulta em um aumento considerável dos custos para o sistema de saúde e para os pacientes. Além disso, as infecções hospitalares podem levar a sequelas permanentes e, em alguns casos, ao óbito.

O estudo “Estimativa do impacto financeiro das infecções relacionadas à assistência à Saúde em unidades de terapia intensiva de hospitais universitários brasileiros filiados ao Sistema Único de Saúde“, publicado no The Brazilian Journal of Infectious Diseases, estimou os custos diretos associados às IRAS mais significativas em 50 hospitais de ensino no Brasil, filiados ao Sistema Único de Saúde (SUS).

O resultado foi: pacientes com IRAS ficaram 16 dias adicionais na UTI, e tiveram um custo direto extra de US$ 13.892, em comparação com aqueles sem IRAS. Em média, são 211.427 leito-dia / ano nas UTIs de 50 hospitais universitários federais no Brasil. Em um cenário hipotético sem IRAS, o custo anual direto de cuidados hospitalares para 26.649 pacientes internados em UTIs adultos de 50 hospitais foi de US $ 112.924.421.

Quais são as principais infecções hospitalares?

Entre as principais infecções relacionadas à assistência à saúde estão:

  • Infecção da corrente sanguínea associada a um cateter venoso central;
  • Pneumonia associada à ventilação mecânica;
  • Infecção do trato urinário associada a um cateter vesical;
  • Infecção de sítio cirúrgico.

Prevenção e controle das infecções hospitalares

A prevenção e o controle das infecções hospitalares são fundamentais para garantir a segurança do paciente e a qualidade da assistência à saúde. Para isso, é essencial a implementação de medidas eficazes, como:

  • Higiene das mãos: a lavagem das mãos com água e sabão ou a utilização de álcool em gel pelos profissionais de saúde, pacientes e visitantes é a medida mais importante para prevenir a transmissão de microrganismos.
  • Precauções padrão: o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), como luvas, máscaras e aventais, durante procedimentos invasivos e o manejo adequado de materiais contaminados são essenciais para evitar a contaminação.
  • Isolamento de pacientes: pacientes com doenças infecciosas devem ser isolados para evitar a transmissão de microrganismos para outros pacientes.
  • Limpeza e desinfecção: a limpeza e desinfecção adequadas do ambiente hospitalar, equipamentos e materiais são fundamentais para reduzir a carga microbiana e prevenir infecções.
  • Uso racional de antibióticos: o uso de antibióticos deve ser restrito aos casos necessários e baseado em evidências científicas, para evitar o surgimento de bactérias resistentes.
  • Vigilância epidemiológica: o monitoramento constante das taxas de infecção hospitalar e a identificação de surtos são essenciais para a implementação de medidas de controle e prevenção.

No entanto, as medidas de prevenção e as boas práticas no controle das IRAS só são eficazes quando há engajamento e capacitação dos profissionais da saúde. Sem a participação e a conscientização das equipes multidisciplinares, as infecções hospitalares continuarão sendo um problema grave de saúde pública.

Certificação ONA e a qualidade da assistência à saúde

Como mecanismo e ferramenta para prevenção e controle das infecções hospitalares, temos a certificação da Organização Nacional de Acreditação (ONA), que avalia a qualidade e segurança da assistência à saúde prestada pelas instituições de saúde.

A ONA estabelece requisitos rigorosos para a implantação de processos e práticas de prevenção e controle de infecções hospitalares, contribuindo para a redução das taxas de IRAS e a melhoria da qualidade da assistência prestada aos pacientes. Ao seguir os requisitos estabelecidos,  promove-se a segurança do paciente e a redução de infecções hospitalares, por meio de uma série de práticas e metodologias estruturadas. Veja abaixo:

  • Certificação ONA – a acreditação assegura que a instituição cumpre padrões rigorosos de qualidade e segurança. No entanto, para manter essa segurança, são necessárias auditorias internas e avaliações externas regulares para garantir a conformidade contínua com os padrões de acreditação da ONA.
  • Adoção de protocolos e diretrizes – são fundamentais para controle de infecções e segurança do paciente..
  • Capacitação de equipe – treinamentos contínuos com as equipes são extremamente importantes para o controle de infecção e segurança do paciente.
  • Gestão de riscos – mitigar riscos é necessário, principalmente, para detectar possíveis fontes de infecções e eventos adversos.
  • Melhoria da infraestrutura – sem um ambiente limpo e seguro não é possível controlar os índices de infecção. É importante também que a instituição garanta a manutenção e a limpeza adequadas de instalações e equipamentos.

Sendo assim, a certificação ONA contribui para a prevenção e controle das infecções hospitalares por meio de:

  • Adoção de processos mais seguros;
  • Redução de riscos e falhas;
  • Promoção da cultura de melhoria contínua;
  • Segurança do paciente como prioridade.

Com isso, a ONA não só colabora para a garantia da qualidade e melhoria dos serviços em saúde, como também contribui com a sustentabilidade do próprio ambiente de saúde, tornando-se uma estratégia organizacional.

Onde a certificação ONA pode ser aplicada?

A certificação ONA pode ser aplicada em diversos serviços de saúde, como:

  • Clínicas odontológicas;
  • Hospitais;
  • Laboratórios;
  • Serviços de Atenção Primária à Saúde;
  • Serviços de nefrologia e terapia renal substitutiva;
  • Serviços radiológicos, de diagnóstico por imagem e medicina nuclear;
  • Serviços ambulatoriais e de pronto atendimento;
  • Serviços de hemoterapia;
  • Serviços de atenção domiciliar;
  • Serviços de medicina hiperbárica;
  • Outros distanciamentos de saúde do setor público ou privado.

Também é possível certificar serviços relacionados, como processamento de roupas, dietoterapia, serviços de esterilização e de reprocessamento de materiais e serviços de manipulação de drogas antineoplásicas ou dietas parenterais.

Fundação Vanzolini: expertise na certificação de instituições de saúde com foco em segurança e eficiência

Diante da importância da prevenção e do impacto das infecções hospitalares nas instituições e na sociedade, a certificação ONA tem um papel estratégico como aliada na luta contra as IRAS.

A Fundação Vanzolini, uma instituição com quase 60 anos de história, é referência em certificações – tendo contribuindo com a certificação de mais de 450  instituições de saúde – e capacita equipes por meio de cursos especializados para interpretar normas e formar auditores.

Com foco na segurança do paciente e na qualidade e eficiência do atendimento, a Fundação Vanzolini conta com um portfólio abrangente de normas e certificações reconhecidas a nível global, com o padrão IQNET e ISQUA, oferecendo soluções para todos os aspectos críticos da gestão na área de saúde.

Entre as certificações está a ONA, certificação nacional, que, como falamos, comprova a qualidade e segurança nos serviços prestados aos pacientes.

Se você é um profissional da saúde, gestor de hospital, administrador de unidades de saúde ou faz parte de organizações e instituições de saúde que estão em busca de certificações e acreditações, veja como a Vanzolini pode apoiar sua instituição na busca por qualidade, segurança e excelência na área da saúde.

Para mais informações:

certific@vanzolini.org.br
(11) 3913-7100
Agendamento e Planejamento
(11) 9 7283-6704 
Comercial
(11) 9 6476-1498 

Fontes:

Anvisa – Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares

ONA – Organização Nacional de Acreditação

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