Fundação Vanzolini

O poder da criatividade

Postado em Trabalhos realizados | 18 de março de 2021 | 3min de leitura
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Do bordado ao videogame, a indústria da cultura cria riqueza e gera emprego e renda. Em São Paulo, a Fundação Vanzolini desenvolveu um plano para ajudar o governo a impulsionar a Economia Criativa.

Economia criativa. Negócios baseados no capital intelectual e cultural. Atividades em que a criatividade é a matéria-prima para a produção e distribuição de bens e serviços. Cadeia produtiva baseada no conhecimento e capaz de produzir riqueza, gerar empregos e distribuir renda.

O conceito veio da Austrália em 1994 e ganhou destaque na Inglaterra três anos depois, quando o governo trabalhista concluiu que a indústria do rock faturava mais que a do minério. Desde então, entrou em foco no mundo todo e deixou claro que tem um papel estratégico no desenvolvimento de muitos países. No mercado global, a Economia Criativa movimenta meio trilhão de dólares anualmente, segundo relatório da conferência da ONU sobre comércio e desenvolvimento.

Mas, que mercado é esse? Quais são as empresas desse campo e onde se localizam? Existem regiões com vocações diferenciadas? Se a criatividade é fundamental para um negócio ser bem-sucedido, como medir a contribuição das atividades criativas para o conjunto da economia? Quais os requisitos para identificar volume, processos, serviços e produtos criativos, no universo empresarial? Como organizar as políticas públicas de fomento? O governo do Estado de São Paulo precisava de respostas, para fortalecer e ampliar a Economia Criativa em seu território.

A Economia Criativa movimenta US$ 500 bilhões anualmente, em todo o mundo. São Paulo precisava de um estudo abrangente, para orientar os investimentos e as políticas nessa área.

Em 2015, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação apresentou a demanda e a Fundação Vanzolini foi a campo. Convocou economistas e consultores, disponibilizou gestores e técnicos, pesquisou as atividades criativas mais presentes em São Paulo. Foi o início de um trabalho de muita complexidade, que selecionou 44 classes de atividades econômicas criativas, divididas em dez categorias: arquitetura e design; artes performáticas; artes visuais, plásticas e escritas; audiovisual; edição e impressão; ensino e cultura; informática; patrimônio; pesquisa e desenvolvimento; publicidade e propaganda.

Como num tabuleiro de xadrez, os movimentos desse estudo exigiam precisão. Rodadas de discussão e pesquisas. Análises de dados. Novos conhecimentos na definição do escopo das indústrias. Mais pesquisas para entender a capilaridade das “ideias produtivas”. Uma sequência de lances muito bem planejados.

A Vanzolini entrevistou representantes de associações, empresas, governo, investidores e parceiros. Qualificou e quantificou empresas. Mapeou a posição de empregos informais. Identificou vocações regionais. E avançou, apontando eixos estratégicos na formação e profissionalização dos agentes econômicos, por meio de escolas técnicas.

Sugeriu ao governo implantar um Observatório Estadual de Economia Criativa, para realizar constantemente pesquisas, análises, monitoramentos e apoiar ações. Até porque esse tipo de indústria estimula a inovação em todos os setores da economia, gera riquezas, promove o desenvolvimento inclusivo, e apoia a construção de sociedades mais colaborativas.