Em 18 meses, milhares de professores formados pelo antigo curso “Normal” receberam formação superior em Educação, com apoio da Fundação Vanzolini.
No início do Século XXI, muitos professores das redes públicas de ensino ainda eram “normalistas”, profissionais de nível médio, que cursaram o chamado Magistério, e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional impunha um desafio aos governos: a partir de 2006, todos os professores deveriam ter formação em nível superior.
São Paulo saiu na frente, para capacitar e graduar os seus profissionais. Eles constituíam um universo muito especial de futuros alunos, porque conheciam a prática docente e precisavam adquirir o conhecimento teórico, mas sem interromper as suas atividades. Era preciso criar um modelo de curso diferenciado para atendê-los, com o suporte das Tecnologias de Informação e Comunicação.
Uma tarefa gigantesca. Exigia mapear a vasta rede estadual, organizar as turmas, elaborar o curso e produzir o material de apoio. Em paralelo, capacitar os novos alunos, técnicos, tutores e professores, no uso das TICs que seriam empregadas.
Professores dispersos em todo o Estado de São Paulo, atarefados, com pouco tempo para estudar. Um desafio e tanto, organizar um curso de formação superior para graduá-los.
Fundamental também era implementar processos de logística, para dar suporte ao curso. Supervisionar a montagem da rede de telecomunicações e o sistema de geração de aulas. E ainda adaptar as salas de recepção distribuídas pelo Estado com equipamentos para teleconferência, videoconferência e atividades online. Completando, era necessário instalar uma central de operações, para supervisão e gestão dos processos.
ATUALIZAÇÃO TECNOLÓGICA, O GRANDE TRUNFO
O programa implementado pela FDE-Fundação para o Desenvolvimento da Educação recebeu o nome de PEC-Formação Universitária. A gestão acadêmica e o conteúdo ficaram a cargo de três das principais instituições de ensino superior de São Paulo — USP, UNESP e PUC — e coube à Fundação Vanzolini implementar a solução tecnológica e de gestão.
Estar sintonizados com os desafios educacionais do século XXI foi o nosso grande trunfo. Desenvolvemos ferramentas para o controle e o acompanhamento de cada etapa dos processos. Supervisionamos a montagem da rede de telecomunicações. Capacitamos todos os atores no uso das tecnologias. Produzimos o material impresso e digital. Instalamos a central de operações e coordenamos toda a logística exigida.
Rede de telecomunicações, capacitação tecnológica, produção de materiais, coordenação logística, ferramentas de controle. O trabalho da Vanzolini foi amplo.
Os recursos tecnológicos integraram todas as ferramentas audiovisuais. As videoconferências de especialistas e as teleconferências transmitidas pela TV Cultura trabalhavam os temas, que se desdobravam em atividades de reflexão. No ambiente online, professores e alunos aprofundavam o debate em grupo, com acompanhamento de tutores.
Inovador, o curso rompeu com a estrutura das disciplinas, integrou as diversas áreas do conhecimento e formou professores sem afastá-los de casa ou da escola.
UM GRANDE IMPACTO PEDAGÓGICO
Em dezoito meses, entre 2001 e 2003, o PEC-Formação Universitária graduou em nível superior 6.700 professores da rede estadual paulista, com impacto na aprendizagem de 260 mil alunos do Ensino Fundamental.
O programa foi considerado um modelo de formação educacional e a FDE, em parceria com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, decidiu criar uma versão para redes municipais de ensino. A Fundação Vanzolini foi novamente chamada a atuar na linha de frente. Realizou a gestão dos processos e contribuiu na graduação de 11.200 professores, de 41 municípios paulistas.