Com a Saúde não se brinca e, para garantir a excelência de produtos e serviços oferecidos aos pacientes, é preciso que as organizações de Saúde tenham um eficiente Sistema de Gestão na Saúde.
Como aliada na busca pela melhoria contínua e entrega de qualidade, empresas voltadas ao segmento da Saúde podem contar com o sistema de acreditação.
Os métodos, práticas e normas da acreditação permitem avaliar a qualidade dos serviços de Saúde, mediante padrões previamente definidos.
Assim, é possível assegurar um atendimento de qualidade, com todos os cuidados necessários para a proteção e a Gestão na Saúde, assim como a promoção do bem-estar.
Quer saber como implementar a melhoria contínua de uma organização de Saúde, com a aplicação dos Princípios da Qualidade e seguindo a metodologia da Organização Nacional de Acreditação (ONA)? Então, siga com a leitura!
Antes de falarmos sobre como implementar um Sistema de Gestão eficiente em organizações de Saúde, vamos a um breve contexto sobre os investimentos em qualidade no setor da Saúde no Brasil.
De acordo com relatório de 2017, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) classifica grande parte dos gastos em Saúde como “na melhor das hipóteses ineficazes e, na pior, um desperdício”.
O OCDE indica também que cerca de 30% dos recursos são perdidos em gastos indevidos, retrabalho ou cuidado de baixo valor. Uma pesquisa conjunta da Planisa com a Plataforma Valor Saúde DRG Brasil, com dados de 2020, mostra um potencial de ganhos assistenciais que poderia chegar a R$ 38,9 bilhões, por meio da correção de falhas no sistema de Saúde brasileiro.
No entanto, para além das contas que não fecham, as consequências mais graves da falta de qualidade são sentidas na assistência, pelos pacientes e trabalhadores da Saúde. Segundo o relatório Expert Panel on Effective Ways of Investing in Health (Exph), da União Europeia, um em cada três pacientes não recebe a atenção de que precisa.
Além disso, o II Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil concluiu que “aproximadamente 30% a 36% dos óbitos determinados por eventos adversos graves podem ser prevenidos”.
Diante desse cenário, um Sistema de Gestão eficiente, com foco na qualidade, teria condições de reduzir perdas e prejuízos, além de assegurar melhores práticas e de garantir um atendimento com menos eventos envolvidos.
Como forma de mudar o cenário descrito acima, há a melhoria contínua, uma prática fundamental para as organizações que buscam evoluir sua gestão e oferecer um atendimento de excelência aos seus pacientes.
Dessa forma, a melhoria contínua envolve um processo ininterrupto de aprimoramento de produtos, processos e serviços em uma organização.
Por meio da prática da melhoria contínua, as empresas do segmento da Saúde devem, constantemente, analisar processos, buscar as falhas e gargalos e propor formas de solucioná-los, oferecendo melhores condições de cuidado e segurança para pacientes e colaboradores.
Nesse sentido, um programa de melhoria contínua, alinhado às exigências e normas da área da Saúde, colabora para evolução da organização e sua atualização diante das novas condições e exigências do mercado.
Entre as normas para promover a melhoria da Gestão na Saúde, estão a Portaria 529, do Ministério da Saúde, que fala do Programa Nacional de Segurança do Paciente, a RDC 36, que trata da Criação dos Núcleos de Segurança do Paciente, e a Portaria 2. 095, que aprova e amplia protocolos básicos de Segurança do Paciente.
Vale destacar ainda que, em dezembro de 2014, com a criação da Lei 13.003, foi instituído o Fator Qualidade, que proporciona reajuste diferenciado da tabela para instituições acreditadas.
E como incluir a qualidade na área da Saúde? Para indicar o caminho, existem os princípios da qualidade aplicados à Saúde, que dão as diretrizes necessárias para uma gestão eficiente e com melhores resultados. Veja só:
A eficácia está relacionada à capacidade de realizar iniciativas e processos que atendam aos objetivos propostos, assegurando que os resultados sejam atingidos de forma satisfatória.
Para se alcançar a eficácia, é preciso realizar constantes avaliações dos processos, identificando oportunidades de melhoria e ajustes necessários.
Sendo assim, a eficácia estabelece bases para uma Gestão em Saúde voltada para resultados efetivos, fornecendo pilares sólidos para as outras camadas da qualidade.
Depois da eficácia, a eficiência. Esta está relacionada à otimização dos recursos, com o objetivo de realizar tarefas de forma mais eficaz e econômica.
Desse modo, enquanto a eficácia está centrada nos resultados alcançados, a eficiência trata da relação entre recursos utilizados e resultados obtidos.
Na gestão em Saúde, a eficiência é vital, já que a demanda por serviços é alta e os recursos são frequentemente limitados. Sendo assim, ao se buscar a eficiência, a organização não apenas reduz custos desnecessários, como também contribui para a oferta de serviços mais acessíveis e sustentáveis.
Como terceiro princípio da qualidade na Gestão em Saúde está a efetividade, que envolve o investimento na identificação e correção de pontos de falha nos processos.
Dessa forma, instituições efetivas são aquelas que buscam aprimorar continuamente seus métodos, garantindo uma prestação de serviços em equilíbrio com as melhores práticas e padrões de qualidade.
A efetividade é crucial nos casos de acreditação das organizações de Saúde, já que nos processos de avaliação das instituições de saúde para certificação são examinados minuciosamente os registros dos prontuários eletrônicos para checar, por exemplo, prescrições corretas realizadas em tempo hábil.
Assim, o pilar da efetividade mostra a importância de processos bem desenhados e da capacidade de reação da organização diante das necessidades dos pacientes.
A otimização chega como quarto princípio na Gestão na Saúde e trata da redução de tempo gasto com atividades desnecessárias e do aprimoramento do tempo dedicado às tarefas essenciais.
Nesse sentido, desde as primeiras normas ISO para controle de qualidade nas instituições de Saúde, discute-se a padronização de processos, uma ferramenta que não apenas facilita a otimização, mas também colabora para a redução de custos desnecessários, tanto em termos de tempo quanto de recursos financeiros.
Eficiência e otimização andam de mãos dadas e são fundamentais para a manutenção e sustentabilidade de uma instituição.
Como quinto princípio essencial na Gestão em Saúde temos a aceitabilidade, que destaca a autonomia do paciente e suas expectativas em relação ao atendimento.
Nesse caso, a qualidade não está apenas ligada aos resultados clínicos, mas também à satisfação do paciente e à valorização de sua opinião.
As abordagens mais modernas da assistência à Saúde permitem que as pessoas sejam mais ouvidas e valorizadas, enfatizando a participação ativa do paciente em decisões relacionadas ao tratamento.
Desse modo, a aceitabilidade está relacionada a criar um ambiente no qual o paciente se sinta respeitado, ouvido e considerado no seu próprio cuidado. Essa postura contribui para a eficácia, eficiência e efetividade do tratamento.
A legitimidade é o sexto princípio da gestão da qualidade em Saúde e trata da conquista da confiança e do reconhecimento por parte da equipe interna da organização e da sociedade em geral.
Quando a qualidade nos serviços prestados coloca a instituição em um lugar de referência em seu campo, a legitimidade é alcançada.
Assim, a Gestão em Saúde, ao almejar a legitimidade, direciona suas ações para um atendimento alinhado às melhores práticas e padrões de qualidade.
Vale destacar que a legitimidade é uma construção contínua, que está fundamentada na oferta consistente de serviços e no compromisso com a melhoria constante.
Depois de conquistada, a legitimidade precisa ser mantida e não esquecida.
Por fim, temos o princípio da equidade, que diz respeito à manutenção da qualidade no atendimento da Saúde para todas as pessoas, sem distinção de raça, gênero ou situação socioeconômica. A Saúde deve atender todos aqueles que precisam de cuidado. Não deve haver espaços para preconceitos.
Leia mais em: Como fazer a gestão de riscos em saúde com a ONA
Para aderir ao processo de acreditação hospitalar, o serviço de Saúde deverá cumprir alguns pré-requisitos, como: estar constituído legalmente há mais de um ano, ter alvará de funcionamento , licença sanitária e licenças pertinentes a sua atividade.
A partir daí, para iniciar o processo de acreditação, é preciso:
No Brasil, a Acreditação ONA é representada na forma de níveis (Acreditado; Acreditado Pleno; Acreditado com Excelência e Não Acreditado), e os critérios que regem cada nível podem ser observados no Manual Brasileiro de Acreditação, proposto pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), criada em 1999.
Então, se você deseja aplicar a melhoria contínua em uma organização de Saúde, para uma gestão eficiente, conheça o curso ONA – Acreditação para organizações de Saúde: Formação de avaliador interno para Acreditação de OPSS (2022/2025), da Fundação Vanzolini.
Durante a formação, você vai aprender a como implementar a melhoria contínua na organização, por meio da aplicação dos Princípios da Qualidade e seguindo a metodologia da Organização Nacional de Acreditação (ONA).
Até o próximo!
Fonte: