Fundação Vanzolini

O setor da construção civil é um dos mais importantes para a economia brasileira. Para atestar a qualidade e conformidade das empresas do segmento, existe o Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil (SiAC).

A certificação faz parte do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) e visa avaliar e qualificar as empresas do setor da construção civil, em relação ao cumprimento das normas técnicas e dos padrões de gestão da qualidade.

O SiAC tem como objetivo principal elevar o padrão de qualidade e produtividade das empresas, incentivando a adoção de boas práticas e a melhoria contínua dos processos.

O funcionamento do SiAC se baseia na avaliação das empresas por organismos certificadores credenciados, que verificam o atendimento aos requisitos estabelecidos em cada nível de qualificação. E, com suas diretrizes, a certificação traz benefícios e contribui para o avanço da construção civil no Brasil.

Quer saber como funciona o SiAC e quais seus níveis de qualificação? Então, siga com a leitura!

Atual cenário da construção civil no Brasil

A construção civil constitui um pilar importante da economia brasileira e os números mais recentes provam isso.

De acordo com informações divulgadas pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o setor da construção civil apresentou um desempenho positivo em 2024, registrando um crescimento de 4,3% no Produto Interno Bruto (PIB), atingindo o montante de R$ 359,523 bilhões, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia E Estatística (IBGE).

Entre os fatores responsáveis pelo crescimento, a publicação destaca: aquecimento do mercado de trabalho, aumento das obras em ano eleitoral e retomada do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV). A expectativa de crescimento projetada pela CBIC era de 4,1% para o setor, mas ela foi superada pelo resultado final.

O que é o SiAC e qual sua relação com a eficiência na construção?

Para oferecer habitações de qualidade, sustentáveis e duráveis, é fundamental avaliar e acompanhar as empresas que as executam.

Para isso, existe o SiAC (Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil), um importante referencial de certificação de gestão da qualidade voltado, exclusivamente, para construtoras e também pré-requisito para aquelas que querem construir unidades habitacionais com verba do Governo Federal.

Dessa forma, o SiAC é um instrumento do PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat) e tem como objetivo garantir que as empresas do setor atendam aos requisitos técnicos e de qualidade, promovendo mais organização, segurança e eficiência nos processos construtivos.

Vale destacar que o PBQP-H é uma ferramenta do poder público federal que busca garantir dois pontos fundamentais quando se fala de habitação de interesse social: a qualidade das obras, marcadas pela segurança e durabilidade, e a produtividade do setor da construção a partir da sua modernização.

Como funciona a certificação SiAC e como ela atua na qualidade?

A certificação SiAC funciona por meio da implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) dentro das empresas de construção civil. Seu modelo segue os princípios da ISO 9001, com adaptações para atender às particularidades do setor contendo requisitos adicionais não exigidos pela ISO 9001, relacionados à gestão da qualidade, saúde e segurança ocupacional e ao meio ambiente.

Ou seja, a certificação SiAC é mais abrangente que a ISO 9001, pois contém mais exigências, garantindo que os processos sejam planejados, executados e controlados de forma eficiente.

Sendo assim, para obter a certificação, as empresas de construção civil devem:

Quais os níveis de capacitação do SiAC?

De acordo com o Regimento Específico do Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil (SiAC) “Art. 2º Para efeito da avaliação da conformidade dos sistemas de gestão da qualidade das empresas, os Referenciais Normativos da Especialidade Técnica Execução de Obras do SiAC possuem caráter evolutivo, estabelecendo os requisitos que o sistema deve atender para a sua certificação nos níveis B e A.” Ou seja, ​​o SiAC admite a certificação de construtoras em dois níveis: A e B.

A diferença entre eles é o número de requisitos que devem ser atendidos. Assim, a certificação do Nível B tem menos exigências e pode ser uma porta de entrada ao PBQP-H para construtoras que ainda estão em processo de evolução do seu sistema de gestão da qualidade. São empresas com SGQ parcialmente implantado, mas ainda necessitam de aprimoramento para atingir o nível A, relacionado, principalmente, ao número mínimo de serviços e materiais controlados exigidos para o nível A.

Assim, a empresa participa do programa e ganha tempo para avançar ao Nível A. Já a certificação Nível A é completa, mais exigente e voltada para empresas que já têm um sistema de gestão da qualidade implementado em sua totalidade. Importante destacar que, antes de solicitar a auditoria, a empresa já deve ter conhecimento do regimento para informar em qual nível deseja ser certificada.

Além de obras de edificações o SiAC também pode ser implantado em obras de saneamento básico, viárias e obras de arte especiais (OAE).

Importância e benefícios da certificação SiAC para a construção civil no Brasil

A SiAC é uma ferramenta fundamental para as empresas da construção civil que desejam a melhoria contínua de seus processos e que focam na qualidade como entrega essencial. Além disso, a SiAC é pré-requisito para contratos de construção civil com o governo federal.

A importância da certificação está em propor um sistema de gestão da qualidade mais eficiente, capaz de gerar impactos na produtividade, na confiança e na sustentabilidade das empresas. Podemos destacar como benefícios do SiAC:

Diante de sua importância e de seus benefícios, a certificação SiAC representa um diferencial competitivo para as empresas da construção civil, garantindo qualidade, padronização e confiabilidade nos serviços prestados.

Além disso, ela possibilita maior transparência e conformidade com as exigências regulatórias, fortalecendo a credibilidade da empresa perante clientes, investidores e órgãos reguladores.

Por fim, podemos ver como o SiAC é crucial para a evolução da construção civil no Brasil, pois foca em sua melhoria contínua. Ao investir na certificação, as empresas não só se adequam às melhores práticas do setor, como também contribuem para o desenvolvimento sustentável e produtivo de um dos mais importantes segmentos da economia brasileira.

Empresas modernas e atentas às novas demandas do mercado devem buscar pela certificação e aprimorar suas práticas. Para isso, elas podem contar com a experiência e o conhecimento em certificações da Fundação Vanzolini. Saiba mais sobre o SiAC em nosso site e consulte nossos especialistas.

Para mais informações:

certific@vanzolini.org.br
(11) 3913-7100

Agendamento e Planejamento
(11) 9 7283-6704 
Comercial
(11) 9 6476-1498 

Fontes:

Estudo revela desempenho da construção civil em 2024

Regimento Geral do Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil (SiAC)

Governo Federal – PBQP-H

Certificação ISO – Diferenças entre os Níveis A e B

O webinar destacou a busca da construção civil por práticas mais sustentáveis, com ênfase nas estratégias ESG (ambientais, sociais e de governança). Angel Ibanez, Diretor de Suprimentos e ESG da Tegra Incorporadora, e João Amato, Presidente da Fundação Vanzolini, apresentaram insights sobre o direcionamento do setor. Eles enfatizaram a eficácia das práticas ESG como guias cruciais para um futuro mais verde, destacando casos de sucesso e desafios superados.

A gestão de resíduos ainda é um assunto muito delicado quando se fala sobre construção civil. Um estudo desenvolvido em parceria entre o SENAI e o SEBRAE, mostrou que o setor é responsável por 50% da emissão de gás carbônico lançado na atmosfera e é sobre este assunto que o presidente da Fundação Vanzoli, João Amato, comenta na Revista Téchne de agosto.

Para ler a entrevista completa na íntegra, clique aqui.

Pensar em soluções cada vez mais sustentáveis nas construções é algo que gera uma série de debates, como o webinar promovido pela Fundação Vanzolini Residências do Futuro: eficiência energética na prática que aconteceu em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente.

Ainda dentro desta temática, o  professor e coordenador da área de Certificação José Joaquim do Amaral Ferreira concedeu entrevista ao Jornal da USP no Ar, comandado pela jornalista Roxane Ré, da Rádio USP, para falar mais sobre como a eficiência energética tem assumido um papel cada vez mais importante para a indústria de construção civil.

Para ler sobre o assunto e ouvir a entrevista, clique aqui.

A última palestra da Fundação Vanzolini na CASACOR São Paulo 2025 encerra o ciclo com provocações, dados e caminhos possíveis para o futuro

Encerrando com profundidade e senso de urgência o ciclo de palestras da Fundação Vanzolini na CASACOR São Paulo 2025, o encontro com o tema Eficiência energética, reduções de emissões e a arquitetura como protagonista em um mundo em colapso reuniu profissionais de referência para discutir como a construção civil pode — e precisa — liderar a transição rumo à sustentabilidade ambiental, econômica e social.

Realizado na mostra de arquitetura, design e paisagismo mais importante do Brasil, o evento teve como objetivo fomentar o debate técnico e ético sobre as responsabilidades da arquitetura em um contexto de crise climática global, desigualdade social e esgotamento de recursos naturais.

O colapso climático já é realidade — e a construção civil é parte do problema

Na abertura do evento, Gabriel Novaes, assessor de ESG da Fundação Vanzolini, apresentou dados atualizados que evidenciam o impacto da construção civil no agravamento das mudanças climáticas. Segundo ele:

“A construção e as edificações respondem por 36% do consumo de energia final global e 37% das emissões de gases de efeito estufa (GEE). No Brasil, esse setor é responsável por cerca de 6% das emissões diretas e mais da metade do consumo de energia elétrica.”

Esses números refletem desde as emissões incorporadas — ligadas à fabricação de materiais, transporte e execução das obras — até as emissões operacionais, relacionadas ao consumo de energia e água durante o uso do edifício.

Gabriel destacou ainda que, embora soluções como painéis solares e sistemas de automação predial sejam importantes, elas não substituem o papel do projeto arquitetônico consciente, que deve priorizar o desempenho passivo do edifício desde o início.

“Não é só ter o sistema de ar-condicionado mais moderno do planeta. A pergunta mais importante é: como posso evitar que ele precise ser ligado?

Arquitetura: protagonista dos impactos e das soluções

O arquiteto e professor Rodrigo Loeb trouxe uma fala provocadora e inspiradora ao relembrar que a arquitetura foi historicamente usada como instrumento de dominação e colonização, mas que hoje pode — e deve — ser um agente de restauração ecológica e social.

“A arquitetura só faz sentido se for capaz de promover um processo de restauração socioambiental que seja, ao mesmo tempo, ecossistêmico e humano.”

Rodrigo mostrou exemplos de projetos arquitetônicos que conciliam sustentabilidade, qualidade de vida e viabilidade econômica, como a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (USP) — que usou estratégias de conforto térmico passivo, ventilação cruzada e controle solar — e o Parque de Inovação e Sustentabilidade em Brasília, construído com fundações desmontáveis e envoltória térmica leve, adaptada ao clima do Cerrado.

Novo Referencial AQUA-HQE™: evolução, adaptação e coerência com os desafios do presente

Um dos pontos centrais da discussão foi a apresentação da nova versão do referencial AQUA-HQE™, lançada pela Fundação Vanzolini em 2024. A nova estrutura está mais conectada aos desafios atuais e internacionais, incorporando de forma explícita:

“O novo referencial não quer mais apenas que os edifícios compensem os impactos. Ele quer que eles evitem a geração do impacto desde o início, reduzindo a demanda sobre sistemas energéticos e promovendo conforto por meio de estratégias passivas”, explicou Gabriel.

Além disso, a certificação atualizada contempla mais de 70 referências técnicas brasileiras, garantindo maior aplicabilidade e contextualização dos critérios ambientais, sociais e de governança às realidades locais, especialmente em empreendimentos residenciais, comerciais e de infraestrutura urbana.

Arquitetura sem ética é só estética

Em sua intervenção, o professor José Joaquim Ferreira, presidente do Conselho Curador da Fundação Vanzolini, destacou que o trabalho arquitetônico deve ser guiado por uma convicção ideológica e ética em favor da vida e da coletividade.

“Se o arquiteto não tiver a certeza de que seu trabalho pode melhorar o mundo, então tudo vira apenas uma métrica. A certificação só tem valor quando há propósito.”

Rodrigo complementou com a experiência de atuar em projetos sociais e acadêmicos, muitas vezes com orçamentos restritos e sem retorno financeiro imediato, mas com alto impacto positivo para comunidades e territórios vulnerabilizados. Ele enfatizou a necessidade de que a sociedade valorize e remunere corretamente esse tipo de trabalho:

“A maioria dos projetos com comunidades em risco são tratados como trabalho voluntário. Mas esses são os projetos mais importantes.

O desafio da execução e o saber da mão de obra

Um dos trechos mais práticos e inspiradores da palestra foi quando Rodrigo falou sobre a execução das obras, destacando a importância de escutar e valorizar o conhecimento da mão de obra tradicional. Ele compartilhou o caso da biblioteca da USP, que contou com um mestre de obras de mais de 80 anos e uma equipe diversa em experiência e idade.

“Muitas soluções que aplicamos vieram da sabedoria prática da obra. A arquitetura precisa incorporar o cuidado com quem vai construir e manter os espaços.”

Rodrigo também alertou sobre a falsa promessa de sustentabilidade de algumas tecnologias, como grandes usinas solares e parques eólicos instalados de forma predatória:

“A tecnologia sem responsabilidade social e ambiental pode ser apenas uma nova forma de devastação.”

Considerações finais: conhecimento aplicado, ação coletiva

Fernando Berssanetti, executivo sênior da unidade de certificação da Fundação Vanzolini, encerrou o evento reforçando a importância do planejamento de longo prazo:

“Soluções sustentáveis reais nem sempre são imediatas. É preciso resistir ao curto-prazismo e entender que o bumerangue sempre volta. O barato hoje pode custar caro amanhã.”

Ele também fez um convite à comunidade técnica e acadêmica para participar dos projetos e pesquisas da Escola Politécnica da USP, lembrando que o Brasil é o país que mais publica artigos científicos sobre sustentabilidade no mundo, mas ainda precisa traduzir esse conhecimento em ação prática.

“A Fundação Vanzolini é a ponte entre a universidade e o mercado. E as portas estão abertas para quem quiser pesquisar, desenvolver e aplicar soluções sustentáveis com impacto real.”

A sustentabilidade como prática, ética e transformação

A terceira e última palestra promovida pela Fundação Vanzolini na CASACOR São Paulo 2025 não foi apenas um encerramento. Foi uma convocação. Para arquitetos, engenheiros, gestores públicos, investidores e cidadãos conscientes, a mensagem é clara: a sustentabilidade não pode ser superficial. Ela exige postura, coerência, escuta, técnica e ação coletiva.

Como disse Rodrigo Loeb:
“Ou a gente muda, ou a gente muda.”

Esse assunto foi útil para você? Conheça mais sobre o novo referencial AQUA-HQE™, cursos e certificações da Fundação Vanzolini.

A 38ª edição da CASACOR São Paulo, uma das maiores vitrines de arquitetura, design e paisagismo das Américas, fortalece em 2025 seu compromisso com a construção sustentável por meio de uma parceria estratégica com a Fundação Vanzolini.

Com o tema “Semear Sonhos”, o evento se torna palco para discussões profundas sobre o futuro da arquitetura responsável e inovadora, integrando natureza e ambiente construído.

No ambiente “Entre Sonhos”, assinado pelo arquiteto Lui Costa, a Fundação Vanzolini e a CASACOR realizarão uma série de palestras exclusivas foi promovida como parte do circuito oficial da mostra.

A primeira delas, realizada no Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), teve como tema central Construção Sustentável em foco: o olhar do AQUA-HQE™ e da CASACOR sobre o impacto ambiental.

O encontro reuniu especialistas, profissionais do setor e convidados estratégicos para compartilhar práticas reais, resultados concretos e os avanços da certificação AQUA-HQE™, desenvolvida e aplicada no Brasil pela Fundação Vanzolini.

A mostra, que desde 2014 vem adotando diretrizes ambientais consistentes, já é considerada referência em sustentabilidade aplicada à arquitetura efêmera.

Neste artigo, você confere os destaques do evento, os diferenciais da certificação AQUA-HQE™, os resultados alcançados pela CASACOR e o impacto positivo dessa aliança entre sofisticação, consciência ambiental e inovação na construção civil.

A construção sustentável em foco no Dia Mundial do Meio Ambiente

O Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, ganhou um novo significado na CASACOR São Paulo 2025, ao ser marcado por uma programação especial voltada à construção sustentável.

O evento proporcionou uma imersão em práticas que conciliam estética, inovação e consciência ambiental ao discutir caminhos reais e transformadores rumo a um futuro mais responsável. A escolha da data foi estratégica, reforçando o papel do setor da construção na agenda climática global e a urgência de incorporar critérios ambientais, sociais e de governança (ESG) às decisões de projeto e obra.

Durante toda a manhã, convidados selecionados participaram de um circuito de apresentações de cases de sucesso e dados técnicos, que destacaram como a certificação AQUA-HQE™, desenvolvida pela Fundação Vanzolini, tem impulsionado avanços significativos na eficiência energética, uso racional de recursos, gestão de resíduos e qualidade ambiental dos espaços construídos.

Além de celebrar a data, o encontro simbolizou a continuidade de uma parceria sólida entre duas instituições comprometidas com o futuro da construção no Brasil — promovendo não apenas a adoção de tecnologias e práticas sustentáveis, mas também uma mudança de cultura no setor, que passa a valorizar o impacto positivo gerado por cada intervenção no ambiente urbano.

O que é a certificação AQUA-HQE™ e por que ela é referência no Brasil

A certificação AQUA-HQE™ é hoje uma das principais referências em construção sustentável no Brasil, reconhecida por sua abordagem completa e rigorosa.

Adaptada do modelo francês HQE™ (Haute Qualité Environnementale), a certificação é coordenada no país pela Fundação Vanzolini, com foco em promover edificações que otimizem o uso de recursos naturais, garantam conforto e bem-estar aos usuários e reduzam significativamente os impactos ambientais.

Mais do que um selo, a certificação AQUA-HQE™ representa um modelo de gestão sustentável aplicado à construção civil.

Ela abrange desde a concepção e o projeto até a execução e operação das edificações, avaliando critérios que vão além da eficiência energética. Entre os aspectos considerados estão: desempenho ambiental da obra, qualidade do ar interior, conforto térmico e acústico, acessibilidade, biodiversidade, inovação e gestão de resíduos.

Durante o evento realizado na CASACOR, o professor Manuel Carlos Reis Martins, coordenador executivo da certificação, reforçou que passamos mais de 90% do nosso tempo em ambientes construídos.

Por isso, é essencial que esses espaços sejam planejados não apenas para funcionar, mas para promover qualidade de vida, saúde e sustentabilidade. Ele destacou também que a certificação exige comprometimento com planejamento, controle e monitoramento contínuos — pilares fundamentais para qualquer projeto realmente sustentável.

Ao longo dos últimos anos, a AQUA-HQE™ consolidou-se como a certificação com maior número de empreendimentos certificados no Brasil, contribuindo de forma expressiva para a evolução do setor. Seu diferencial está na metodologia robusta, nas evidências mensuráveis e no impacto positivo gerado nos três pilares da sustentabilidade: ambiental, social e econômico.

Resultados concretos: economia de energia, água e reaproveitamento de resíduos

Um dos grandes destaques da certificação AQUA-HQE™ é sua capacidade de gerar resultados concretos e mensuráveis nos empreendimentos certificados. Durante a palestra na CASACOR 2025, a especialista Ana Rocha, doutora em gestão de produção e sócia-diretora da ProActive Consultoria, apresentou indicadores expressivos que comprovam a eficácia da metodologia na prática.

Segundo os dados compartilhados, edificações certificadas com o selo AQUA-HQE™ registram, em média, uma economia anual de 170 mil kWh de energia primária por projeto. No aspecto hídrico, a redução no consumo chega a aproximadamente 7 mil m³ de água por ano, graças à adoção de sistemas eficientes e estratégias de uso racional. Já na gestão de resíduos, cada obra reaproveita cerca de 4 mil m³ de materiais, promovendo uma abordagem concreta de economia circular.

Esses números não apenas representam ganhos ambientais significativos, mas também se traduzem em redução de custos operacionais e maior valorização dos imóveis no mercado. Além disso, refletem um impacto positivo direto na qualidade de vida dos usuários, uma vez que os ambientes são projetados para oferecer conforto, saúde e bem-estar.

Até hoje, a Fundação Vanzolini já certificou mais de 980 empreendimentos, totalizando cerca de 20 milhões de metros quadrados construídos em 15 estados brasileiros. Os resultados médios dos projetos apontam para:

Esses indicadores fazem da certificação AQUA-HQE™ um modelo consolidado e confiável para quem busca incorporar práticas sustentáveis desde a concepção dos projetos até sua operação.

Gestão de resíduos e inovação na construção temporária

Montar uma mostra do porte da CASACOR São Paulo exige um planejamento rigoroso. A complexidade logística, o grande número de fornecedores e o uso intensivo de materiais tornam a gestão de resíduos um dos maiores desafios — e também uma das maiores oportunidades para inovação sustentável.

Ciente desse contexto, a CASACOR, em parceria com a Inovatech Engenharia, adotou metodologias avançadas de controle e melhoria contínua, com destaque para o ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act). Essa abordagem permitiu a implementação de um sistema estruturado de monitoramento ambiental desde a etapa de montagem dos ambientes até a desmontagem, garantindo a rastreabilidade dos resíduos e o reaproveitamento de insumos.

Durante a palestra promovida no Dia Mundial do Meio Ambiente, os especialistas Luiz Henrique Ferreira (sócio da Inovatech) e Darlan Firmato (diretor de operações da CASACOR São Paulo) apresentaram dados e processos que mostram como é possível integrar sustentabilidade em eventos temporários, tradicionalmente associados ao desperdício.

Entre os principais resultados apresentados, destacam-se:

Essas práticas não apenas diminuem os impactos ambientais diretos da mostra, como também servem de modelo replicável para outros eventos, obras e exposições. Ao priorizar a inovação e o compromisso ambiental mesmo em um formato efêmero, a CASACOR reafirma sua liderança no setor e mostra que sustentabilidade e sofisticação podem — e devem — caminhar juntas.

Quem participou: arquitetos, engenheiros e empresas comprometidas com a sustentabilidade

A palestra promovida pela Fundação Vanzolini e pela CASACOR no espaço “Entre Sonhos” reuniu um público altamente qualificado e diretamente envolvido com os desafios e as oportunidades da construção sustentável no Brasil.

O evento foi direcionado a 60 convidados exclusivos, entre eles arquitetos renomados, engenheiros, representantes de construtoras, incorporadoras, consultores e lideranças de associações e empresas do setor.

O ambiente de troca proporcionado pela mostra estimulou reflexões profundas sobre o papel da arquitetura e da engenharia na construção de um futuro mais resiliente, eficiente e responsável.

Mais do que uma palestra, o encontro funcionou como um hub de conhecimento e networking, unindo diferentes áreas do setor em torno de um objetivo comum: a promoção de práticas ambientais, sociais e econômicas sustentáveis no ambiente construído.

Os participantes puderam dialogar com os palestrantes, esclarecer dúvidas técnicas e identificar oportunidades para aplicar as metodologias discutidas em seus próprios projetos e negócios.

Ao engajar decisores e formadores de opinião do mercado, a parceria entre a Fundação Vanzolini e a CASACOR mostrou que a transformação sustentável na construção civil passa, necessariamente, pela educação, pela colaboração interinstitucional e pelo protagonismo técnico.

Palestras que inspiraram práticas responsáveis e aplicáveis

A programação do evento foi cuidadosamente elaborada para apresentar conteúdos técnicos, aplicáveis e inspiradores, promovendo a conexão entre teoria e prática no contexto da construção sustentável. As palestras mostraram como é possível integrar inovação, sofisticação e responsabilidade ambiental em diferentes tipos de projetos — do planejamento à operação.

A manhã começou com um café de boas-vindas, seguido por uma série de apresentações de especialistas com sólida atuação no mercado:

Com base em experiências reais, os conteúdos ofereceram ferramentas valiosas para profissionais e empresas que desejam transformar seus empreendimentos, adequando-os às exigências de um mercado cada vez mais orientado por critérios ESG e pela busca por resiliência ambiental.

Fundação Vanzolini e CASACOR: parceria que transforma a construção civil

A parceria entre a Fundação Vanzolini e a CASACOR se consolida, ano após ano, como um modelo de colaboração estratégica entre conhecimento técnico, inovação e propósito sustentável. Juntas, as instituições mostram que é possível aliar excelência estética e responsabilidade ambiental — promovendo experiências impactantes para o público e legados positivos para o setor da construção.

Mais do que uma ação pontual, essa aliança representa uma visão de futuro. Ao incorporar a certificação AQUA-HQE™ aos espaços da mostra e disseminar boas práticas, a CASACOR se posiciona como um agente ativo na transformação cultural e técnica do setor construtivo.

Já a Fundação Vanzolini reafirma sua missão de contribuir com a qualidade e a sustentabilidade dos ambientes construídos, aplicando uma metodologia reconhecida internacionalmente.

Em um cenário em que a transição climática e os desafios urbanos exigem ações concretas e coordenadas, iniciativas como essa reforçam a importância da educação, da inovação e da integração entre setores para alcançar resultados duradouros.

Ao incentivar soluções replicáveis e estimular a troca de conhecimento entre os principais atores do setor, a mostra não apenas celebra o design e a arquitetura, mas também semeia as bases para um futuro mais inteligente, eficiente e sustentável na construção civil brasileira.

Assista agora ao vídeo com os principais momentos da palestra realizada no Dia Mundial do Meio Ambiente, com foco na certificação AQUA-HQE™, referência nacional em construções sustentáveis: Certificação AQUA-HQE™ e construção sustentável em destaque na CASACOR 2025

Arquitetura, design, paisagismo e construção sustentável. A Fundação Vanzolini marca presença na CASACOR São Paulo 2025, uma das mais importantes mostras de arquitetura, design de interiores e paisagismo das Américas, reafirmando seu compromisso com a disseminação de práticas inovadoras e sustentáveis na construção civil.

Diante do chamado mundial por redução nos impactos ambientais, a participação da Fundação Vanzolini na CASACOR 2025 tem como foco apresentar a relevância da certificação AQUA-HQE™ como ferramenta essencial para a promoção da sustentabilidade no setor.

A programação da mostra contará com palestras ministradas por especialistas que abordarão a interface entre as tendências da CASACOR e a rigorosa metodologia da certificação AQUA-HQE™, buscando insights valiosos para profissionais e entusiastas da construção sustentável.

Acompanhe a leitura deste artigo e veja como a certificação AQUA-HQE™ e CASACOR 2025 abordam o impacto ambiental e apontam caminhos mais verdes.

O que é a certificação AQUA-HQE™?

A certificação AQUA-HQE™ (Alta Qualidade Ambiental – Haute Qualité Environnementale) é um sistema de avaliação e certificação de construções que se diferencia por sua abordagem holística e adaptável aos diferentes contextos.

Dessa maneira, a AQUA-HQE™ não se limita a um conjunto predefinido de soluções, mas incentiva a personalização dos projetos, considerando as especificidades de cada empreendimento e seu entorno.

Seu foco está no desempenho ambiental das construções, abrangendo desde a concepção e escolha de materiais até a operação e manutenção da edificação, visando a otimização do uso de recursos naturais, a redução de impactos negativos e a promoção da qualidade de vida.

Importante destacar que a AQUA-HQE™ é uma certificação internacional da construção de alta qualidade ambiental, desenvolvida a partir da renomada certificação francesa HQE™ e aplicada no Brasil exclusivamente pela Fundação Carlos Alberto Vanzolini.

Os requisitos da certificação foram cuidadosamente contextualizados pela Fundação, em parceria com a USP, para agregar valor às construções e projetos no Brasil, considerando aspectos culturais, do clima, das normas técnicas e regulamentações.

Independentemente do tipo de empreendimento, a certificação AQUA-HQE™ adota uma visão global multitemática e multicritério, combinando qualidade de vida, respeito ao meio ambiente, desempenho econômico e gestão e governança para um ambiente de vida sustentável, consistente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. 

Objetivos principais, divididos em três compromissos e em vinte temas, da certificação AQUA-HQE™:

A certificação AQUA-HQE™ é realizada em três fases:

Na tabela abaixo, é possível ter uma visão do processo de Certificação, consolidada em quatro compromissos e em vinte temas de reflexão.

Por que a construção sustentável é essencial hoje?

O setor da construção civil desempenha um papel significativo no cenário dos impactos ambientais globais, sendo responsável também por uma parcela considerável de emissões de gases de efeito estufa.

Segundo o Conselho Internacional da Construção (CIB), a indústria é responsável por cerca de 30% das emissões globais de GEE, 40% do consumo de energia e 30% dos resíduos gerados.

Sendo assim, diante dessa realidade, a adoção de práticas sustentáveis no setor não é apenas uma tendência, mas uma necessidade urgente. A crescente conscientização sobre as mudanças climáticas, a escassez de recursos e a degradação ambiental impulsionam a busca por alternativas que minimizem a pegada ecológica das edificações.

Além disso, a agenda global, representada pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e pelos princípios de Environmental, Social and Governance, estabelece metas claras para a sustentabilidade, pressionando empresas e profissionais a incorporarem esses critérios em suas decisões e projetos.

Por outro lado, a construção civil representa uma fatia significativa da economia brasileira: o setor teve um avanço de 4,1% nas atividades em 2024, segundo projeções da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O órgão aponta ainda que o setor cresceu 21,2% desde 2019, destacando-se como área fundamental na economia brasileira.

Nesse contexto, a certificação AQUA-HQE™ chega como uma importante aliada para traduzir esses anseios em ações concretas, oferecendo um framework estruturado para a implementação de práticas sustentáveis, capazes de gerar transformações positivas nos empreendimentos, desde a redução do consumo de energia e água até a melhoria da qualidade do ar interno e a valorização do bem-estar dos ocupantes.

Construção sustentável e certificação AQUA-HQE™ em destaque na CASACOR 2025

Como a urgência da pauta ambiental e com a necessidade de se rever métodos, processos e pensamentos, a palestra “Construção Sustentável em foco: o olhar do AQUA-HQE™ e da CASACOR sobre o impacto ambiental”conduzida pela Fundação Vanzolini na CASACOR 2025 vai reunir dois especialistas de grande expertise na área da construção sustentável.

Ana possui vasta experiência internacional e sólida formação acadêmica e irá contribuir com sua        visão abrangente sobre as tendências globais e os desafios da sustentabilidade na arquitetura.

Com profundo conhecimento das nuances técnicas do sistema, irá apresentar como a metodologia pode ser aplicada de forma eficaz em projetos de diferentes portes e tipologias.

Na ocasião, os especialistas vão tratar da intrínseca relação entre o olhar estético e inovador da CASACOR e a abordagem técnica e rigorosa da certificação AQUA-HQE™, demonstrando como a sustentabilidade pode e deve ser integrada ao design e à funcionalidade dos espaços construídos.

Serão discutidos cases de sucesso, as últimas novidades em materiais e tecnologias sustentáveis, e as estratégias para a criação de ambientes que conciliam beleza, conforto e responsabilidade ambiental.

Quais os principais benefícios da certificação AQUA-HQE™ para projetos arquitetônicos? 

A obtenção da certificação AQUA-HQE™ traduz uma série de benefícios tangíveis e intangíveis aos projetos arquitetônicos, contribuindo para a sua valorização e para a criação de ambientes mais eficientes e saudáveis. Entre eles, podemos destacar:

A redução do consumo de energia e água

Trata-se de um dos pilares da certificação, incentivando a adoção de soluções como o uso de energias renováveis, sistemas eficientes de iluminação e climatização, e o aproveitamento de água da chuva.

A qualidade do ar interno e o conforto térmico

Estes dois aspectos são priorizados, garantindo espaços mais saudáveis e agradáveis para os ocupantes, por meio da escolha de materiais com baixa emissão de poluentes e do projeto de sistemas de ventilação e isolamento eficientes.

A gestão eficiente de resíduos

Desde a fase de construção até a operação da edificação, a gestão dos resíduos visa a minimização do desperdício e o incentivo à reciclagem.

Valorização do bem-estar e da biodiversidade

A certificação AQUA-HQE™ incentiva a criação de espaços que promovam a saúde e o conforto das pessoas e que integrem a natureza ao ambiente construído.

Integração com o entorno

Trata-se da relação que o empreendimento possui com o meio circundante, ou seja, de que forma o projeto explora os recursos disponíveis no entorno e de que forma o impacta, em relação a:

As decisões de projeto abrangem, assim, tanto as necessidades do empreendedor e demais partes interessadas, como as limitações e pontos do entorno a valorizar. Com o intuito de incentivar a utilização de meios de transporte sustentáveis, podem ser previstas soluções como vagas para bicicletas e pontos para recargas de veículos elétricos.

Qualidades dos materiais, processos e pessoas

Este benefício está relacionado com a escolha de produtos, sistemas e processos construtivos que levem em consideração:

Assim, os produtos empregados no empreendimento devem estar de acordo com essas premissas da certificação, apresentando qualidade técnica adequada e menor impacto ambiental.

Organização do canteiro de obras

Na execução do empreendimento, devem ser desenvolvidos e utilizados projetos de canteiro contemplando a organização de entregas e retiradas, minimizando o impacto destas atividades na vizinhança.

Outros itens que complementam essa categoria estão relacionados à limpeza do entorno do canteiro, coleta seletiva, preservação de plantas já existentes no canteiro, planejamento de atividades ruidosas com otimização de horários, controle de consumo de água e energia, controle de queima de produtos e controle de estocagem de materiais e resíduos perigosos, sendo estes tratados de acordo com as exigências do CONAMA, entre outros.

Números da certificação

A certificação HQE™ Internacional tem mais de 20 anos de atuação no mercado e mais de 380 mil projetos já foram avaliados em todo mundo, contabilizando mais de 125 milhões de m², até dezembro de 2023. No Brasil, até janeiro de 2025, são cerca de 20 milhões de m² certificados

Em suma, são:

Também foram certificados:

Construção Sustentável em foco: o olhar do AQUA-HQE™ e da CASACOR sobre o impacto ambiental

No momento em que criatividade, design, sofisticação e consciência ambiental caminham lado a lado, a Fundação Vanzolini chega à CASACOR 2025, com sua expertise em certificação e boas práticas, para ampliar o diálogo entre arquitetura, sustentabilidade e inovação na construção civil.

A palestra “Construção Sustentável em foco: o olhar do AQUA-HQE™ e da CASACOR sobre o impacto ambiental“, marcada para o dia 05 de junho, inaugura a programação no Dia Mundial do Meio Ambiente, conectando a experiência técnica da Fundação Vanzolini às práticas da CASACOR 2025. A mostra acontece no Parque da Água Branca, de 27 de maio a 03 de agosto de 2025, na cidade de São Paulo.

Vale destacar que a palestra do dia 05/06 é fechada, voltada apenas para convidados AQUA-HQE™ e CASACOR, mas seu conteúdo será gravado e ficará disponível no site e no canal da Fundação Vanzolini, no YouTube.

Por fim, convidamos você a acompanhar de perto os conteúdos da Fundação Vanzolini e a conhecer mais sobre a certificação AQUA-HQE™ e outras soluções para construções mais sustentáveis.

Fontes:

Industrialização na construção civil inclui sustentabilidade

Descarbonização: um desafio para os arquitetos e urbanistas

A abordagem do ciclo de vida é um conceito central para entender a sustentabilidade no setor da construção, e na versão 2024 do AQUA-HQE™ ela ganha ainda mais força. Essa perspectiva considera todos os impactos ambientais do edifício, desde a concepção até o fim da sua vida útil, promovendo uma gestão responsável dos recursos em todas as etapas: projeto, construção, operação e desconstrução.

Uma maneira clara e prática de ilustrar como a certificação AQUA-HQE™ incorpora essa visão abrangente é analisar a gestão dos resíduos gerados ao longo do ciclo de vida de um empreendimento residencial.

Na nova versão, além dos resíduos gerados na construção, há uma preocupação profunda com o que ocorre na fase de uso e na desconstrução, com medidas que vão desde a triagem e reciclagem até técnicas construtivas que permitem a desmontagem e reutilização dos materiais.

Fica evidente, assim, que pensar o edifício como um organismo integrado ao seu ciclo completo é fundamental para reduzir desperdícios, promover a circularidade dos materiais e, consequentemente, diminuir os impactos ambientais do setor da construção.

Três categorias de avaliação de desempenho do novo AQUA-HQE™ são especialmente relevantes para esse tema: Recursos Materiais, Resíduos e Canteiro de Obras.

A gestão de resíduos durante a construção

Em um canteiro de obras submetido aos requisitos do AQUA-HQE™, diversas ações são adotadas para garantir a transparência e a rastreabilidade dos resíduos. Seguindo etapas de estimativa e monitoramento, a certificação exige documentos identificando todos os resíduos produzidos em cada etapa da construção, classificando-os de acordo com a resolução CONAMA 307.

Esses mesmos resíduos precisam ser rastreados, contando sempre com fichas de localização ou depósito de modo a informar seus locais de destino à equipe de auditoria AQUA-HQE™.

Além disso, uma porcentagem mínima da massa total de resíduos precisa ser valorizada, podendo chegar a 70% no nível mais alto da certificação. Entende-se como valorização de resíduos: reciclagem, reemprego ou reutilização, compostagem, etc.

O canteiro deve também implementar medidas básicas de reciclagem, com triagem e coleta seletiva de, no mínimo: papéis, metais, plásticos, madeiras, vidros, gesso e fragmentos minerais.

Falando sobre reutilização, o AQUA-HQE™ também propõe que o empreendedor pense formas de reaproveitamento da terra movimentada na etapa de terraplenagem, evitando seu descarte e deslocamento.

A gestão de resíduos durante a operação

A fase de uso é, em geral, a mais longa do ciclo de vida de um edifício. É natural, portanto, que a maior parte dos requisitos do AQUA-HQE™ sobre resíduos esteja concentrada nessa etapa. Para fins deste artigo, esses requisitos podem ser organizados em três grandes eixos:

  1. Facilitação da reciclagem e do descarte adequado de resíduos domésticos

O empreendimento deve estar equipado para a triagem de resíduos, seja por meio de lixeiras para coleta seletiva, composteiras ou outras soluções justificadas. Quando houver iniciativas de coleta voluntária nos arredores, os moradores devem ser informados por meio de cartazes, manuais e outros canais.

  1. Alta qualidade projetual das diferentes áreas de armazenamento de resíduos domésticos

Essas áreas devem ser dimensionadas conforme o volume e a frequência da coleta externa, evitando o acúmulo excessivo de resíduos no espaço. Caso o município do empreendimento disponha de recomendações de dimensionamento, elas devem ser respeitadas; se não, o AQUA-HQE disponibiliza um cálculo próprio com base no número de habitantes.

Há ainda, por parte da certificação, outras especificações gerais de projeto para essas áreas, considerando larguras dos acessos, quantidade de pontos de água, ventilação e revestimentos apropriados etc., além de exigências especiais quando as áreas de armazenamento são externas.

  1. Alta qualidade projetual dos fluxos entre habitação, área de armazenamento, e local de coleta externa

O AQUA-HQE™ determina que o percurso dos moradores até as áreas de armazenamento deve ser fácil e direto, considerando o uso rotineiro e a manipulação de cargas. Já o trajeto entre o armazenamento e o ponto de coleta externa deve ser projetado para não interferir na circulação das áreas comuns.

Além disso, há restrições quanto ao percurso de lixeiras e contêineres, tanto em relação à distância percorrida quanto aos obstáculos presentes no trajeto, devendo ser evitados degraus, portas, batentes, valas etc., prevenindo o espalhamento de resíduos em espaços de circulação do edifício.

Esses critérios detalhados demonstram que a certificação AQUA-HQE™ se preocupa não só com o gerenciamento eficaz dos resíduos domésticos, mas também com o conforto e a qualidade de vida dos moradores e usuários do edifício.

A gestão de resíduos durante a desconstrução

O AQUA-HQE™ adota o conceito de potencial de desmontabilidade, incentivando técnicas construtivas que facilitem a desmontagem ao final da vida útil do edifício. A simplicidade e reversibilidade das montagens, bem como a independência entre os sistemas, aumentam as chances de reaproveitamento de materiais, reduzindo significativamente os resíduos dessa etapa de desconstrução.

Técnicas como construção modular e pré-fabricada vêm ganhando destaque por promover um modelo mais industrializado de edificação, com maior controle e menor geração de resíduos, distanciando-se do modelo artesanal ainda predominante na construção civil.

E quanto às demolições?

Como o AQUA-HQE™ se concentra nos processos de construção e operação, ela não contempla o monitoramento da produção de resíduos em eventuais demolições após o ciclo do empreendimento certificado. Os requisitos limitam-se ao potencial de desmontabilidade previsto em projeto e colocado em prática na construção.

Por outro lado, quando há demolições ou reabilitações prévias à construção do empreendimento, o AQUA-HQE™ solicita que o empreendedor faça um diagnóstico das peças a serem reutilizadas, e, no caso de impossibilidade, priorize a reciclagem, limitando assim a quantidade de resíduos gerados.

Mais uma vez, reforça-se a natureza cíclica da construção civil: edifícios com potencial de desmontagem contribuem para que futuras construções possam aproveitar seus componentes, reduzindo o volume de resíduos destinados ao descarte.

O pensamento de ciclo de vida é um dos princípios fundamentais que norteiam a elaboração e atualização do AQUA-HQE™, especialmente em sua versão 2024.

Como vimos, a certificação aplica essa visão sistêmica a diversas fases do edifício, do planejamento inicial à desconstrução. Embora a gestão de resíduos seja uma excelente forma de ilustrar essa abordagem, ela é apenas uma das muitas disciplinas cobertas pelo AQUA-HQE™, que também trata de água, energia, materiais, conforto ambiental, entre outras.

Com isso, a certificação não apenas orienta ações pontuais, mas estabelece uma estratégia de sustentabilidade completa para o setor da construção.

Para mais informações:

certific@vanzolini.org.br
(11) 3913-7100

Agendamento e Planejamento
(11) 9 7283-6704 
Comercial
(11) 9 6476-1498 

Assista agora ao vídeo com os principais momentos da palestra realizada no Dia Mundial do Meio Ambiente, com foco na certificação AQUA-HQE™, referência nacional em construções sustentáveis: Certificação AQUA-HQE™ e construção sustentável em destaque na CASACOR 2025

Em um momento em que sofisticação e consciência ambiental caminham lado a lado, a Fundação Vanzolini marca presença na CASACOR São Paulo 2025 com uma série de palestras que ampliam o diálogo entre arquitetura, sustentabilidade e inovação na Construção Civil.

A mostra acontece no Parque da Água Branca, de 27 de maio a 03 de agosto de 2025. A Fundação Vanzolini estará presente nos dias 5, 12 e 26 de junho, promovendo palestras com especialistas e profissionais de destaque no mercado. A abordagem sobre o tema Construção Sustentável em foco: o olhar do AQUA-HQE™ e da CASACOR sobre o impacto ambiental acontece no dia 5 de junho.

A certificação AQUA-HQE™, desenvolvida a partir do referencial francês HQE™, tem como propósito promover o convívio harmonioso entre as pessoas em ambientes construídos saudáveis e confortáveis, com redução de impactos ambientais.

Esta palestra inaugura a programação no Dia Mundial do Meio Ambiente, conectando a experiência técnica da Fundação Vanzolini às práticas da CASACOR, com foco na gestão de resíduos em eventos temporários de grande porte.

Programação:

9h às 10h – Café da manhã de boas-vindas

10h – Abertura Fundação Vanzolini e CASACOR

10h20 – Apresentação AQUA-HQE™ – Manuel Carlos Reis Martins (Fundação Vanzolini)

10h30 – AQUA-HQE™ e resultados práticos – Ana Rocha (proActive Consultoria)

11h10 – Gestão de Resíduos – Willian Konishi (Inovatech)

11h20 – Case CASACOR de gestão de resíduos – Darlan Firmato (CASACOR)

12h – Encerramento

Palestrantes:

Ana Rocha
Sócia-diretora da proActive Consultoria, atua nas áreas de Gestão de Projetos e Sustentabilidade Empresarial. Doutora em Tecnologia e Gestão da Produção pela EPUSP, com pós-doutorado em Gestão Ambiental em Paris.

Darlan Firmato
Diretor de Operações da CASACOR/SP. Arquiteto com certificações PMP e HBC-PRO, MBA em Gestão Estratégica de Projetos. Atua com inovação, design thinking e eventos de grande porte com foco em sustentabilidade.

Manuel Carlos Reis Martins
Coordenador da certificação AQUA-HQE™ na Fundação Vanzolini. Engenheiro civil pela Poli-USP, Ph.D. pelo Imperial College (Londres), com trajetória em sustentabilidade e normalização técnica.

Willian Konishi
Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo em 2012. Sócio da Inovatech Engenharia e Gerente da área de Atualmente é responsável pela área de projetos de instalações elétricas e hidráulicas.

Educar como caminho para transformar. Conheça a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento essencial para a promoção dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento de todos os estudantes da Educação Básica

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento, desenvolvido pelo Ministério da Educação, com a participação de especialistas e da sociedade, que estabelece as aprendizagens essenciais que devem ser garantidas a todos os alunos das escolas brasileiras ao longo da Educação Básica, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.

De acordo com a própria BNCC, trata-se de “um documento valioso [para cada uma das redes de ensino e instituições escolares] tanto para adequar ou construir seus currículos como para reafirmar o compromisso de todos com a redução das desigualdades educacionais no Brasil e a promoção da equidade e da qualidade das aprendizagens dos estudantes brasileiros.”

A primeira versão da BNCC foi disponibilizada pelo MEC em 2015. Após diversas etapas de consulta pública e revisão, em 2017, foi promulgada a BNCC para a educação infantil e o ensino fundamental. O documento referente ao ensino médio, elaborado em conformidade com a Lei nº 13.415/2017 (que instituiu a reforma posteriormente conhecida como Novo Ensino Médio), foi homologado somente em 2018.

Em 2025 deve começar o processo de revisão da BNCC de Educação Infantil e Ensino Fundamental, previsto para acontecer após cinco anos do início da implementação.

Para ajudar a se aquecer para o que vem por aí, entenda como a BNCC tem podido colaborar para a redução das desigualdades educacionais e saiba como a Fundação Vanzolini participou dessa história.

Os fundamentos da BNCC e o pacto Interfederativo

De acordo com a definição do próprio material, “A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE).”

Ou seja, a BNCC descreve aprendizagens essenciais que todos os estudantes precisam desenvolver na Educação Básica, tendo em vista a formação de pessoas capazes de participar ativamente da sociedade democrática.

Para atender a esse e a outros marcos legais que a sustentam – como a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 (LDB) e as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica de 2010 (DCN) –, a BNCC assume dois fundamentos pedagógicos que entende serem deles decorrentes: o desenvolvimento de competências e a formação integral. Segundo fragmentos do próprio documento:

“Ao adotar esse enfoque, a BNCC indica que as decisões pedagógicas devem estar orientadas para o desenvolvimento de competências. Por meio da indicação clara do que os alunos devem “saber” (considerando a constituição de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores) e, sobretudo, do que devem “saber fazer” (considerando a mobilização desses conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho), a explicitação das competências oferece referências para o fortalecimento de ações que assegurem as aprendizagens essenciais definidas na BNCC.”

“A BNCC afirma, de maneira explícita, o seu compromisso com a educação integral. Reconhece, assim, que a Educação Básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano global, o que implica compreender a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento, rompendo com visões reducionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva. Significa, ainda, assumir uma visão plural, singular e integral da criança, do adolescente, do jovem e do adulto – considerando-os como sujeitos de aprendizagem – e promover uma educação voltada ao seu acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas suas singularidades e diversidades. Além disso, a escola, como espaço de aprendizagem e de democracia inclusiva, deve se fortalecer na prática coercitiva de não discriminação, não preconceito e respeito às diferenças e diversidades.”

No contexto federativo brasileiro, a BNCC desempenha, então, um papel fundamental, pois expressa os parâmetros de igualdade educacional com base nos quais as diversidades e singularidades locais devem ser consideradas e atendidas.

Portanto, é somente por meio do pacto interfederativo para a implementação da BNCC que os sistemas e redes de ensino e as instituições escolares puderam e continuam podendo se planejar e atuar com foco claro na promoção da equidade, o que pressupõe não somente o reconhecimento das diferenças e o acolhimento das necessidades de cada estudante, mas principalmente um forte compromisso e atuação de todos os profissionais da educação para desnaturalizar as desigualdades educacionais e reverter a situação de exclusão histórica de grupos e pessoas do direito à educação.

Origem da BNCC e sua natureza democrática e participativa      

A ideia de uma base nacional comum para os currículos começou a ganhar fôlego no Brasil há mais de 30 anos, no âmbito da Constituição Federal de 1988, passando pela LDB (Lei de diretrizes e bases) de 1996, na qual a educação infantil foi reconhecida pela primeira vez como etapa essencial da educação básica.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de 1997/8 e as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) de 2001-2012 foram documentos elaborados em nível federal orientados na direção de uma base comum, mas não eram detalhados no sentido de especificar as aprendizagens essenciais, além de não terem caráter normativo.

Talvez também por isso, a implementação dessas propostas não possibilitou a constituição, em nível nacional, de uma base nacional comum, como pôde ser evidenciado no processo de elaboração da BNCC, cuja primeira versão considerou os currículos intencionalmente implementados em nível nacional.

Durante todo o processo, as diferentes versões do documento passaram por consulta pública com mais de 12 milhões de participações na plataforma online colocada à disposição de toda a sociedade, de acordo com o Observatório Movimento pela Base, seminários promovidos pelo Consed (conselho Nacional de Secretários da Educação) e pela Undime (União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação) nas 27 Unidades Federativas e, por fim, audiências públicas do Conselho Nacional de Educação realizadas nas cinco regiões do País.

Todo esse processo participativo possibilitou a elaboração de um documento democrático e plural, representativo dos interesses e das necessidades reconhecidos pela sociedade brasileira para a educação básica.

Além desse engajamento em sua construção, o impacto gerado pela BNCC também é bastante representativo. Segundo o monitoramento do MEC, realizado pelo Caed, cerca de 80% dos professores brasileiros apontam que a BNCC tem efeitos positivos sobre suas práticas em sala de aula.

Outro fator positivo é que a implementação da BNCC reforça a centralidade dos currículos e os aproxima das realidades das comunidades escolares locais, de acordo com 70% dos professores.

Ainda assim, vale lembrar que a “BNCC é um documento vivo, que precisa estar conectado ao mundo em que vivemos para garantir uma aprendizagem realmente significativa. Por isso, de tempos em tempos, precisa ser revista e atualizada”. Esse processo de revisão deve acontecer cinco anos após o início da implementação para Educação Infantil e Ensino Fundamental e três anos após a implementação do Ensino Médio, ou seja, após 2025.

A Fundação Vanzolini e a BNCC

Por meio da unidade de negócios Gestão de Tecnologias em Educação (GTE), a Fundação Vanzolini foi convidada pelo MEC para apoiar as ações de produção, discussão e sistematização da terceira versão (versão final) do documento da BNCC. Este processo se deu sob coordenação pedagógica da profª Ghisleine Trigo Silveira.

Para isso, a GTE disponibilizou um assessor pedagógico sênior para trabalhar diretamente com a Profª Ghisleine Trigo na coordenação do processo e na elaboração dos documentos propriamente ditos (BNCC Educação Infantil/Ensino Fundamental e BNCC Ensino Médio). “Nesse processo, nossa participação foi bastante significativa, principalmente se considerarmos a relação de respeito profissional e parceria na coordenação pedagógica, que permitia que atuássemos não somente como executores, mas como partícipes de um processo de discussão e construção coletiva de um documento curricular dessa importância no contexto nacional”, destaca Paulo Mendes, consultor da GTE nesse projeto.

No apoio à coordenação, a atuação da GTE envolvia desde a participação em reuniões contínuas com especialistas redatores para discussão do documento ou reuniões periódicas com o Comitê Gestor da Base Nacional Comum Curricular e Reforma do Ensino Médio para apresentação e aprovação dos textos até o trâmite de documentos com leitores críticos e sistematização de contribuições das audiências públicas e de leitores críticos.

Finalizada a redação da terceira versão da BNCC, a GTE ofereceu suporte técnico à realização das audiências públicas promovidas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) nas cinco regiões do país para apresentar e discutir o documento, com o objetivo de mais uma vez garantir a transparência do processo de elaboração e favorecer a participação da comunidade educacional e de toda a sociedade civil na construção desse documento de impacto nacional.

E para garantir ainda mais a transparência do processo, a Fundação Vanzolini atuou na produção de um site da BNCC que não apenas disponibilizou o documento homologado, mas que ofereceu, a qualquer pessoa, o acesso a todos os documentos preliminares (versões, leituras críticas, contribuições das audiências públicas, relatórios de análise técnica especializada das contribuições, relatório pedagógico comparativo entre as versões 2 e 3/final etc.) que constituíram a história da elaboração desse marco educacional brasileiro.

Com a homologação da BNCC Educação Infantil/Ensino Fundamental, a Fundação Vanzolini recebeu prontamente um novo convite do MEC. “Unindo prática e teoria, desenvolvemos cursos à distância para formar professores e gestores educacionais, impactando a aprendizagem de milhões de alunos”, completa Natália de Mesquita Matheus, profissional de Gestão de Tecnologias em Educação da Fundação Vanzolini. 

Foi um trabalho de fôlego e longo alcance, e as soluções implementadas pela Fundação Vanzolini encurtaram distâncias num país continental e efetivaram a comunicação entre os diferentes atores da educação e da sociedade. Dentre essas soluções, foram organizados e discutidos nos cursos cadernos digitais com práticas de implementação da BNCC, a partir de depoimentos de educadores de todo o país.

“Os cursos conseguiram desmistificar vários aspectos e demonstrar como a organização da BNCC em competências e habilidades contribui para o planejamento pedagógico e a formação integral dos alunos”, destaca Natália.

A diversidade como marca da BNCC

De maneira geral, a elaboração da versão final da BNCC exigiu um diálogo com as versões anteriores e com as contribuições feitas pela sociedade civil, isso sem considerar as ideias e convicções de especialistas redatores, leitores críticos e demais profissionais envolvidos mais diretamente na produção do documento. Nesse contexto, a diversidade de realidades e pontos de vista atravessa todo o processo.

Ainda assim, “toda essa diversidade” não dificultou a elaboração do documento em si, já que é, justamente, um dos princípios fundamentais que orientam a educação nacional – claramente reconhecida e defendida em seus marcos legais, em especial na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996) e nas DCN (destaque-se aqui o Parecer CNE/CEB nº 7/2010).

“Ou seja, o documento parte do princípio de que a diversidade é inerente à realidade e que deve, portanto, ser reconhecida e valorizada pela escola. Esse princípio deu sustentação à formulação da BNCC, em todas as etapas, áreas e componentes curriculares, defendendo, em seu cerne, espaço para outras realidades, culturas, visões de mundo, ideologias, linguagens, ou seja, outras formas de ler o mundo e participar dele”, explica Mendes.

E a Fundação Vanzolini, com a expertise em educação e tecnologia, pôde contribuir não somente na elaboração de um documento dessa importância para a Educação Nacional, mas no desenvolvimento de outras ações voltadas à implementação da BNCC, como a produção de materiais didáticos e cursos para formar gestores e professores.

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Até o próximo!

Fontes:

Base Nacional Comum Curricular (BNCC)

A importância da BNCC e de sua implementação

Os conceitos e fundamentos da BNCC

Segunda verso da Base Nacional Comum é apresentada