O webinar destacou a busca da construção civil por práticas mais sustentáveis, com ênfase nas estratégias ESG (ambientais, sociais e de governança). Angel Ibanez, Diretor de Suprimentos e ESG da Tegra Incorporadora, e João Amato, Presidente da Fundação Vanzolini, apresentaram insights sobre o direcionamento do setor. Eles enfatizaram a eficácia das práticas ESG como guias cruciais para um futuro mais verde, destacando casos de sucesso e desafios superados.
A gestão de resíduos ainda é um assunto muito delicado quando se fala sobre construção civil. Um estudo desenvolvido em parceria entre o SENAI e o SEBRAE, mostrou que o setor é responsável por 50% da emissão de gás carbônico lançado na atmosfera e é sobre este assunto que o presidente da Fundação Vanzoli, João Amato, comenta na Revista Téchne de agosto.
Para ler a entrevista completa na íntegra, clique aqui.
Pensar em soluções cada vez mais sustentáveis nas construções é algo que gera uma série de debates, como o webinar promovido pela Fundação Vanzolini Residências do Futuro: eficiência energética na prática que aconteceu em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente.
Ainda dentro desta temática, o professor e coordenador da área de Certificação José Joaquim do Amaral Ferreira concedeu entrevista ao Jornal da USP no Ar, comandado pela jornalista Roxane Ré, da Rádio USP, para falar mais sobre como a eficiência energética tem assumido um papel cada vez mais importante para a indústria de construção civil.
Para ler sobre o assunto e ouvir a entrevista, clique aqui.
Entenda como obter a certificação AQUA-HQE™ e transforme o padrão de sustentabilidade nas construções.
No cenário atual da construção civil, onde a preservação ambiental e a eficiência energética ganham cada vez mais destaque, a certificação se estabelece como uma resposta vital às crescentes preocupações com a sustentabilidade.
Esse reconhecimento, que já alcançou renome internacional, vai além de simplesmente elevar os padrões de construção sustentável – ele transforma a maneira como os projetos de construção são concebidos, implementados e valorizados no mercado.
Neste artigo, mergulharemos profundamente no processo para alcançar a certificação AQUA-HQE™, uma jornada que não só reflete o compromisso com práticas construtivas ambientalmente responsáveis, mas também um investimento no valor e na relevância futura das edificações.
Exploraremos desde os princípios básicos da certificação ambiental para edificações até os detalhes específicos da certificação AQUA-HQE™, sustentabilidade, oferecendo um panorama abrangente que aborda tanto a teoria quanto a prática.
Ao entender esse processo, profissionais e empresas do setor de construção poderão atender às demandas atuais do mercado, além de se posicionar na vanguarda do desenvolvimento sustentável.
A certificação AQUA-HQE™ é mais do que um selo de sustentabilidade, é um compromisso com práticas construtivas que respeitam o meio ambiente e promovem a eficiência energética.
Adaptada para o Brasil a partir de um modelo francês, a certificação avalia aspectos críticos, como o uso racional de recursos, a minimização do impacto ambiental e a qualidade do ambiente construído. Saiba mais sobre a certificação e seu impacto no setor imobiliário em Certificação AQUA-HQE para negócios imobiliários.
O processo de obtenção da certificação AQUA-HQE™ é detalhado e rigoroso. Começa com a avaliação dos critérios de sustentabilidade do projeto, seguido pela implementação de práticas que atendam ou superem esses padrões. Avaliações regulares e auditorias são parte integrante do processo, garantindo que o projeto permaneça alinhado com os objetivos da certificação.
A certificação AQUA-HQE™ pode ser obtida para vários tipos de empreendimentos: residenciais, comerciais, infraestruturas, etc., tanto no ciclo construção como no de operação. Em ambos os ciclos, o empreendimento será avaliado sob a ótica de sua gestão e desempenho ambiental, por meio dos requisitos dispostos nos referenciais técnicos AQUA-HQE.
Neste artigo, iremos tratar especificamente do processo de certificação para o ciclo construção.
No ciclo de construção, a certificação AQUA-HQE™ é dividida em três fases:
Em cada uma das fases é realizada uma auditoria, que tem como finalidade verificar a conformidade do projeto e sistema de gestão com os requisitos dos referenciais técnicos, ao final de cada auditoria são emitidos dois certificados: um com validade nacional (AQUA) e outro com validade internacional (HQE). Os certificados de cada etapa têm validade até a etapa seguinte, exceto os certificados da Fase Execução, que têm validade vitalícia e atestam o desempenho ambiental do edifício construído.
É a documentação que o empreendedor elabora, justificando o atendimento ao referencial técnico AQUA-HQE™.
Nas auditorias de todas as fases, o empreendedor deve fazer uma autoavaliação do desempenho ambiental e do sistema de gestão do empreendimento, com base nos referenciais técnicos. Nesse documento, devem ser apresentadas as justificativas de atendimento a cada um dos requisitos do referencial. É com base nele, denominado dossiê, que os auditores conduzem a avaliação. Além disso, o empreendedor pode encaminhar arquivos de projeto, memoriais e outros estudos necessários para corroborar com as justificativas apresentadas no dossiê.
O ponto de partida para a certificação é estabelecer o sistema de gestão do empreendimento, conforme o referencial técnico SGE, o qual inclui um comprometimento do empreendedor com as práticas ambientais e a hierarquização das 14 categorias do referencial técnico QAE, conforme o desempenho ambiental almejado – aqui, nesse ponto, o empreendedor deve definir quais são suas estratégias e motivações para a certificação.
Um dos pontos importantes para a definição do desempenho ambiental do empreendimento é a elaboração da análise do local do empreendimento (conforme anexo A1 do referencial SGE), no qual devem ser identificadas as características, potências e restrições do local.
Em seguida, com base nos projetos básicos da edificação, deve-se avaliar o cumprimento dos requisitos do referencial técnico QAE, no qual estão dispostas as 14 categorias de desempenho ambiental e suas exigências mínimas.
O conjunto dessas autoavaliações deve compor uma documentação (dossiê), a ser enviada para a Fundação Vanzolini, que irá conduzir a auditoria de certificação. Após finalizado o processo de auditoria e comprovada a conformidade com os requisitos dos referenciais técnicos, serão emitidos os certificados AQUA-HQE da fase pré-projeto.
No final da fase pré-projeto e antes da auditoria dessa fase, responda às perguntas:
Na segunda etapa, o empreendedor deve manter e atualizar a documentação do sistema de gestão e da qualidade ambiental do edifício. Nesse momento, espera-se que sejam apresentados estudos mais aprofundados e projetos mais consolidados, demonstrando o cumprimento das exigências do referencial técnico.
É importante ressaltar que nessa etapa podem ocorrer modificações em relação ao desempenho ambiental apresentado na fase anterior, conforme o amadurecimento do projeto.
O empreendedor deve encaminhar à Fundação Vanzolini a documentação referente à fase Projeto, que inclui dossiê, projetos atualizados e eventualmente estudos e relatórios de desempenho.
Após finalizado o processo de auditoria, são emitidos os certificados da fase Projeto, que substitui os certificados da fase anterior.
No final da fase projeto e antes da auditoria desta fase, responda à pergunta: O projeto atende o perfil de QAE?
Nessa última etapa, assim como nas anteriores, deve-se atualizar o dossiê, considerando as soluções adotadas.
Ao receber o dossiê, a Fundação Vanzolini irá conduzir a auditoria, em que será verificada a aderência das exigências técnicas do referencial ao edifício construído. Aqui, o auditor irá buscar as evidências de cumprimento dos requisitos na edificação, logo, é importante que nessa fase a obra esteja em vias de ser concluída, mas ainda não tenha sido entregue ao cliente final.
Ao final dessa auditoria, são emitidos os certificados AQUA-HQE da última fase do ciclo construção, que atestam o desempenho ambiental alcançado pelo empreendimento.
No final da fase execução e antes da auditoria dessa fase, responda à pergunta: O empreendimento entregue atinge o perfil de QAE visado?
A obtenção da certificação AQUA-HQE™ traz uma série de benefícios significativos para projetos de construção, estendendo-se desde vantagens ambientais até melhorias econômicas e sociais. Vamos explorar alguns dos principais benefícios dessa certificação:
Um dos maiores benefícios da certificação AQUA-HQE™ é a melhoria na eficiência ambiental dos edifícios. Projetos certificados são projetados e construídos com foco na redução do consumo de energia, na gestão eficiente da água e no uso responsável de materiais. Isso não apenas minimiza o impacto ambiental da construção, mas também resulta em operações mais sustentáveis a longo prazo.
Projetos que seguem os padrões da certificação são projetados com o bem-estar dos ocupantes em mente. Isso inclui a melhoria da qualidade do ar interior, a otimização da luz natural e a garantia de um ambiente interno confortável e saudável. Esses aspectos contribuem para o bem-estar e a produtividade dos usuários do espaço.
Ao obter a certificação, as empresas demonstram liderança e compromisso com a sustentabilidade. Isso pode fortalecer a marca e a reputação da empresa no mercado, além de posicionar a organização como uma líder no campo da construção sustentável.
Finalmente, ao adotar os padrões, os projetos contribuem ativamente para o desenvolvimento sustentável. Eles ajudam a estabelecer novas normas no setor de construção, incentivando práticas mais responsáveis e sustentáveis em toda a indústria.
A certificação ecológica para imóveis está se tornando um diferencial no mercado imobiliário. Com a crescente consciência ambiental, edificações que possuem a certificação AQUA-HQE™ destacam-se, oferecendo não apenas um espaço de vida sustentável, mas também uma declaração de responsabilidade ecológica.
Embora a jornada para a certificação AQUA-HQE™ possa apresentar desafios, como o investimento inicial em tecnologias sustentáveis e a adaptação dos processos de construção, as soluções são numerosas e acessíveis.
Com o planejamento adequado e a colaboração com especialistas em sustentabilidade, esses desafios podem ser superados, resultando em um projeto que não apenas atende, mas excede as expectativas de sustentabilidade.
Para alcançar a certificação, é crucial entender e atender a uma série de critérios rigorosos, que abrangem desde o planejamento e design do projeto até a execução e operação do edifício.
Esses critérios são projetados para garantir que as construções certificadas atendam aos mais altos padrões de sustentabilidade e eficiência. A conformidade com esses critérios não apenas assegura a obtenção da certificação, mas também contribui para a criação de espaços mais saudáveis e ambientalmente responsáveis.
Além de atender aos critérios, é essencial que os projetos de construção abracem uma abordagem integrada à sustentabilidade. Isso significa considerar aspectos ambientais, sociais e econômicos em todas as fases do projeto, desde a escolha dos materiais até as práticas de gestão de resíduos e a eficiência energética.
A busca pela certificação AQUA-HQE™ é um passo crucial para empresas e profissionais da construção civil que se comprometem com a sustentabilidade. Esse processo melhora a qualidade e eficiência dos projetos de construção e também estabelece um novo padrão no mercado imobiliário, demonstrando um compromisso genuíno com a construção sustentável.
Agora que você sabe da importância da certificação AQUA-HQE™ para o conceito de construções sustentáveis, conheça seus referenciais técnicos.
Você também pode baixar o e-book: A Certificação AQUA-HQE™ e suas contribuições à consolidação do perfil ESG de uma empresa
Um selo que atesta a preocupação com o meio ambiente, um selo que fala sobre a responsabilidade de construir o presente e pensar no agora e no futuro, isto é, sustentabilidade ambiental, social e econômico.
Este selo é a certificação AQUA-HQE™, também chamado de “selo verde”, que chancela empreendimentos imobiliários – residenciais e comerciais – como sendo construções alinhadas às atuais demandas ambientais e sociais.
Dessa maneira, no mundo de tantas mudanças digitais e tecnológicas, estamos diante de uma transformação no olhar da construção civil, que passa a usar novas lentes, na busca por soluções práticas mais conscientes, sustentáveis e inclusivas.
Nesse sentido, temos a certificação AQUA-HQE™, que pode ser compreendida como uma estratégia de sustentabilidade que extrapola os grandes empreendimentos e chega às construções de casas e prédios.
Então, quer saber mais sobre a certificação AQUA-HQE™ e quais aspectos técnicos ela considera para a garantia de uma construção verde? Acompanhe a leitura deste artigo!
Para começar, é importante compreender o cenário e os impactos ambientais produzidos pela construção civil atualmente, mostrando, assim, como é urgente olhar para as questões ligadas à sustentabilidade.
Bem, cerca de 35% do volume total de recursos naturais empregados no setor produtivo é consumido pela construção civil. Segundo dados do Balanço Energético Nacional (BRASIL, 2008), os edifícios brasileiros consomem cerca de 45% do total da energia elétrica produzida.
Já em relação aos resíduos, os materiais descartados pela construção e demolição constituem de 41% a 70% da massa dos resíduos sólidos urbanos. Além disso, pesquisadores apontam impactos sonoros e visuais, além da poluição do ar, gerados durante a execução de obras.
Dessa forma, como contraponto aos efeitos causados pela construção civil, algumas iniciativas que tratam de diretrizes e requisitos com soluções sustentáveis vêm sendo tomadas com o objetivo de reduzir os impactos ambientais do setor e colaborar para uma tomada de consciência social.
No Brasil, a certificação ambiental de prédios tem ganhado impulso e é tida pelos responsáveis do setor da construção civil como uma estratégia e uma condição importantes para posicionamento e competitividade no mercado.
Assim, o primeiro sistema de certificação ambiental de edifícios brasileiro para o setor da construção civil foi criado em 2008, o Referencial Técnico de Certificação: edifícios do setor de serviços, sistema Alta Qualidade Ambiental (AQUA), da Fundação Vanzolini.
A certificação AQUA-HQE™, lançada em 2008, é baseada na renomada norma francesa Démarche HQE™.
Hoje é a norma que mais atende à realidade do Brasil, pois mesmo tendo referenciais técnicos estrangeiros, as documentações da certificação AQUA-HQE™ foram adaptadas, em 2007, pela Fundação Vanzolini, em parceria com a Escola Politécnica da USP, levando em consideração a cultura, o clima, as normas técnicas e as regulamentações brasileiras.
Além disso, desde 2014, o HQE™ possui referenciais técnicos de nível internacional que levam em conta a experiência brasileira.
Mas, do que é feita a certificação AQUA-HQE™? Bem, ela é composta de mais de 270 requisitos e etapas com foco em promover um melhor aproveitamento de materiais nas etapas da construção, evitar desperdícios e reduzir o consumo de energia e água, entre outros impactos fundamentais que geram impactos positivos tanto para os empresários e profissionais da construção civil como para os futuros moradores.
Dessa maneira, atualmente, existem mais de 230 mil projetos já certificados no mundo e, no Brasil, são mais de 14 milhões de m² construídos com selo AQUA-HQE™ no projeto.
Por aqui, o destaque vai para a cidade de São Paulo, que conta com 206 dos 455 edifícios certificados no país. Eles estão localizados, especialmente, no bairro da Vila Mariana, onde se concentram 23 construções entregues ou em processo de certificação.
Portanto, o selo AQUA-HQE™ propõe um novo olhar para a sustentabilidade nas construções brasileiras, aperfeiçoando práticas, seguindo regulamentações nacionais e visando sempre a melhoria contínua de desempenho.
Antes de destacar os aspectos técnicos considerados pela norma AQUA-HQE™ para uma construção sustentável, vale destacar as vantagens da certificação para todas as pessoas envolvidas. Lembrando que o selo AQUA-HQE™ pode ser aplicado em casas residenciais, condomínios, prédios comerciais, escolas e outros espaços privados ou coletivos.
Desse modo, para que os benefícios possam ser desfrutados por todos, é fundamental que a construção de prédios e casas esteja alinhada com os requisitos da certificação AQUA-HQE™ e com os aspectos técnicos que ela preconiza. Entre eles, podemos destacar:
Vamos agora para um exemplo prático da norma AQUA-HQE™. Trata-se da Residência Verde, localizada em Piracicaba, uma edificação concebida e programada em todos os detalhes para proporcionar o máximo de conforto e saúde, minimizando o impacto no ecossistema local.
A casa, construída em um condomínio, atendeu aos critérios do referencial técnico da certificação AQUA-HQE™, citados acima, ao longo de todo o processo de concepção do projeto, levando em conta as necessidades dos usuários, o contexto da casa, seu entorno e a gestão integrada do empreendimento.
Nesse sentido, a Residência Verde conta com soluções sustentáveis que reduzem o consumo de energia elétrica, água, recursos naturais e de emissão de gases efeito estufa, poluentes aéreos, líquidos e sólidos.
Assim, o projeto conta com aquecimento da água de banho com sistemas de aquecimento solar e utilização de energia fotovoltaica – tecnologias que ajudam a mitigar a emissão de CO² e a reduzir o valor da conta de energia.
Além disso, a gestão ecológica da água será feita por meio de reservatórios com filtros que captam água da chuva e propiciam o reuso na irrigação de áreas verdes e abastecimento das bacias sanitárias.
A combinação dessas estratégias deve garantir uma redução de 46% no consumo de água potável. Outra iniciativa está relacionada ao tratamento de esgoto da residência, que passará por um biodigestor antes de ser lançado na rede pública.
A acessibilidade, como requisito da norma, também esteve presente no projeto na Residência Verde.
A edificação foi programada para se adequar às etapas e necessidades do envelhecimento e, como exemplo, há a leve rampa na frente do lote calculada conforme a Norma de Acessibilidade ABNT NBR 9050, que possibilita o acesso universal a todos os locais, inclusive ao jardim.
Portanto, seguir os processos da certificação AQUA-HQE™ e aplicar as práticas de construção citadas são as lentes que olham de forma holística para o projeto e resultam em economia para o usuário e para a cidade, e geram impactos positivos ao meio ambiente.
Em parceria com a Cerway, órgão certificador responsável pelas normas da marca HQE™, a Fundação Vanzolini aplica com exclusividade a certificação AQUA-HQE™ no Brasil.
A instituição foi a responsável pela adequação da norma francesa para a realidade brasileira, como citamos anteriormente e, desde 2008, realiza auditorias em construções para garantir que os parâmetros de Gestão e Qualidade Ambiental sejam cumpridos e efetivados, alcançando, assim, o maior nível de sustentabilidade possível.
A Fundação Vanzolini, inclusive, foi responsável pela certificação AQUA-HQE™ da Residência Verde.
Por isso, se você também quer implementar a certificação em seu empreendimento residencial ou comercial, entre em contato com a Fundação Vanzolini e saiba como obter o selo de alta qualidade ambiental para seus projetos.
Uma reflexão mais profunda sobre a sustentabilidade começou na década de 1990. Dentre outros eventos, foi nessa época que John Elkington introduziu o conceito conhecido como “Triple Bottom Line” (ou “Tripé da Sustentabilidade”), cuja ideia principal foi a ênfase na importância de considerar não apenas os resultados financeiros, mas também os impactos sociais e ambientais das organizações.
Uma vez iniciada a materialização do conceito de sustentabilidade e gestão sustentável, começa-se a busca de como estabelecer, medir e assegurar essa qualidade a uma organização ou seus produtos.
Sendo o setor de construção civil um dos maiores causadores de impactos ao meio ambiente, não é surpresa ter sido logo incluído na discussão sobre sustentabilidade, já durante esse período.
Em 1996, foi criada na França a Associação HQETM (HQETM: Haute Qualité Environnementale), com o objetivo de reunir as partes interessadas para criar uma linguagem comum de conceitos e critérios e fornecer a referência que foi, mais tarde, chamada de “processo HQETM”.
O “processo HQETM” foi definido em 14 categorias, que deveriam ser consideradas para o desenvolvimento sustentável numa construção. Nesse momento, essas quatorze categorias do processo HQETM foram divididas em quatro famílias:
Eco-construção
Eco-Gestão
Conforto
Saúde
Já na década de 2000, a ideia de “sustentabilidade” continua a crescer conjuntamente a conceitos como o do ESG (Environmental, Social and Governance), que enfatiza a integração de critérios ambientais, sociais e de governança nos processos de tomada de decisão empresarial.
Nesse contexto, a Certificação HQETM já se alinhava perfeitamente, promovendo padrões rigorosos nessas três dimensões.
No ano de 2002, com participação ativa das partes interessadas, o conceito do “processo HQETM” foi utilizado para a criação de um processo de certificação, com requisitos para edifícios em cada uma das 14 categorias, levando a criação da primeira versão do referencial “Qualidade Ambiental do Edifício” (QAE).
Esse foi o início da certificação HQETM (Haute Qualité Environnementale), um exemplo paradigmático da evolução da sustentabilidade, traçando uma trajetória que reflete, além dos avanços na construção sustentável, o amadurecimento da consciência ambiental global.
No Brasil, a busca por soluções sustentáveis na construção civil cresceu consideravelmente nas últimas décadas, em sintonia com a conscientização global sobre a urgência das práticas ecologicamente e socialmente responsáveis.
No início dos anos 2000, a Fundação Vanzolini identificou essa necessidade e realizou um estudo de todas as certificações existentes voltadas aos edifícios sustentáveis. De tal pesquisa, conclui-se que a Certificação HQETM é a certificação mais adequada para o Brasil, sendo apontados como alguns de seus principais pontos fortes:
Na época chamávamos as três fases de programa, projeto e realização. Essas auditorias realizadas em momentos cruciais no desenvolvimento do empreendimento auxiliam até hoje na gestão dos projetos. As auditorias de 3ª parte também trazem maior confiabilidade nos resultados e incentivam a melhoria contínua da atividade de incorporadoras e ou construtoras.
Apesar do foco da certificação ser o desempenho das edificações, avaliar o sistema de gestão permite que os empreendedores tenham um maior controle de seus processos.
Desde as primeiras versões, a certificação HQETM leva em conta a variedade de soluções técnicas e arquitetônicas, que contribuem para o desempenho das edificações. Aqui vale ressaltar que, na época, os franceses foram pioneiros no desenvolvimento do próprio conceito de desempenho aplicado a edifícios, o qual é, hoje, no Brasil, tão largamente aplicado nas avaliações dessa mesma natureza, conforme NBR15575.
Um dos objetivos da primeira versão AQUA-HQETM, de 2007, era realizar aplicações piloto da certificação HQETM fora da França e analisar a sua aderência.
Considerando esses e outros fatores, em 2007, a Fundação Vanzolini estabeleceu um contrato de cooperação com o Certivéa, organismo responsável pela certificação do “processo HQETM” para edifícios não residenciais na França.
Após um trabalho de quase um ano para criar um referencial de certificação adequado ao Brasil, a Fundação Vanzolini, em parceria com a Escola Politécnica da USP, publicou a primeira versão do “Processo AQUA” (Alta Qualidade Ambiental).
A partir de então, foram publicados vários referenciais de certificação AQUA. Dentre esses eventos, destaca-se o ano de 2010, quando a Fundação Vanzolini, em parceria com o Qualitel-Cerqual, lançou a primeira versão do Referencial de Certificação AQUA para edifícios residenciais.
Em 2013 foi lançado o “HQETM International”, a 2ª geração da certificação HQETM. Neste trabalho, foi considerado os anos de experiência na França, no Brasil e em outros países.
Na época, já havia mais de 300 edifícios certificados AQUA no Brasil, assim, foi possível caracterizar quais critérios eram globais – requisitos comuns independentemente de qual país a certificação será aplicada e quais os critérios locais – requisitos que os aspectos locais, tais como cultura, clima e normalização têm um impacto relevante.
Nesse momento, as 14 categorias se mantiveram, porém, foram reorganizadas em quatro temas:
EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS | EDIFÍCIOS NÃO RESIDENCIAIS | ||
ENERGIA E ECONOMIAS | 4. Energia | ENERGIA | 4. Energia |
5. Água | MEIO AMBIENTE | 1. Edifício e seu entorno | |
7. Manutenção | 2. Materiais | ||
MEIO AMBIENTE | 1. Edifício e seu entorno | 3. Canteiro de obras | |
2. Materiais | 5. Água | ||
3. Canteiro de obras | 6. Resíduos | ||
6. Resíduos | 7. Manutenção | ||
SAÚDE E SEGURANÇA | 12. Qualidade dos ambientes | SAÚDE | 12. Qualidade dos ambientes |
13. Qualidade do ar | 13. Qualidade do ar | ||
14. Qualidade da água | 14. Qualidade da água | ||
CONFORTO | 8. Conforto higrotérmico | CONFORTO | 8. Conforto higrotérmico |
9. Conforto acústico | 9. Conforto acústico | ||
10. Conforto visual | 10. Conforto visual | ||
11. Conforto olfativo | 11. Conforto olfativo |
Além das atualizações dos Referenciais de Certificação para edifícios, outros esquemas de certificação foram lançados.
Planejamento Urbano foi lançado em 2010 na França e em 2011 no Brasil, nele foram estabelecidos 17 temas, em vez das 14 categorias. Em 2015, foi publicado o Referencial de Certificação para Infraestrutura Portuária, que contém 15 categorias, e, em 2019, a Fundação Vanzolini publicou a certificação AQUA-HQETM para Infraestruturas.
Em 2015, a ONU (Organização das Nações Unidas) propôs aos seus países membros uma nova agenda de desenvolvimento sustentável para os próximos 15 anos, a Agenda 2030, composta pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Em linhas gerais, os ODS estabelecem metas globais ambiciosas, para abordar questões como saúde e bem-estar, cidades e comunidades inteligentes, água potável e saneamento, energia limpa, trabalho decente, indústria, inovação, consumo e produção responsáveis, ação contra a mudança climática, vida na água e vida terrestre, paz e parcerias.
É possível correlacionar temas da agenda global de forma bastante estreita com os critérios da Certificação AQUA-HQETM, demonstrando o seu alinhamento com os interesses internacionais e sua atualidade.
Ao incorporar critérios específicos em conformidade com esses objetivos globais, a Certificação AQUA-HQETM tornou-se um instrumento prático para que edificações e empreendimentos contribuam de forma positiva para a consecução dos ODS.
Em harmonia com os ODS, a nova revisão do AQUA-HQETM 2024 foi estruturada com base em uma abordagem que traz inovação e uma visão global multicritério, em torno de 4 compromissos inseparáveis:
Isso significa que, a partir de 2024, todos os Referenciais de Certificação AQUA-HQETM terão os mesmos quatro compromissos como estrutura que se desdobram em categorias.
Como conclusão, a Certificação HQETM é uma demonstração da progressiva conscientização global sobre a necessidade de práticas sustentáveis na construção. França e Brasil, cada um à sua maneira, desempenham papéis significativos nessa trajetória, contribuindo para um futuro mais sustentável e equilibrado.
A história da Certificação AQUA-HQETM é, portanto, um capítulo fascinante na narrativa da busca por um mundo mais verde e sustentável, integrando-se de maneira notável com datas-chave na evolução da sustentabilidade global.
Caso seja de interesse, também recomendamos a leitura do nossos E-books:
Por Felipe Queiroz Coelho, responsável técnico pela certificação AQUA-HQETM e auditor líder na certificação AQUA-HQETM.
Revisado por Bianca Bonachela de Oliveira.
Medição de projetos: como fazê-la? Saiba como medir e reportar eficientemente o desempenho de projetos e mais dicas de ferramentas
A medição de projetos é parte imprescindível da execução, pois se trata do momento em que os envolvidos podem refletir sobre o que deu ou não deu certo. Porém, a análise do desempenho não pode, em nenhuma hipótese, ser feita sem planejamento.
Sim, até mesmo a fase da medição e reporte do desempenho necessita de estruturação, caso contrário, eles não surtirão o efeito necessário para obterem sucesso.
A seguir, mostraremos como os gerentes podem (e devem!) executar essa fase primordial do projeto. Confira!
O KPI, ou Key Performance Indicator, consiste na nossa maior indicação de mensuração de desempenho de projetos, pois eles são eficazes no quesito avaliação e tomada de decisão.
Em resumo, estabelecer KPIs é essencial não somente para acompanhar o projeto, mas, sim, para realizá-lo eficientemente, ampliando os resultados positivos, a partir da compreensão de seu funcionamento.
Assim, as metas são mais bem estabelecidas à medida que o projeto avança e os resultados favoráveis aumentam, pois se percebe os possíveis erros em tempo de arrumá-los.
Afinal, quais são os KPIs?
Diferentemente dos primários, os indicadores secundários são mais detalhados e referem-se a cada parte do projeto em particular. Nesse caso, sinalizam se os métodos primários estão sendo bem-sucedidos. Exemplos:
Por último, práticos são os dados utilizados para alterar ou manter as tarefas realizadas diariamente, tratam-se de informações orientadoras relacionadas ao cotidiano. O indicador prático serve para medir as estratégias primárias e secundárias de forma mais clara e concisa. Exemplos:
Para saber mais sobre como funciona e escolher qual o KPI ideal para o seu projeto, leia: Definição e monitoramento de KPIs na gestão de projetos
O Chat GPT se trata de uma Inteligência Artificial (IA) com foco em texto. Mas o que os profissionais precisam saber é que o ChatGPT pode ser usado para auxiliá-los na Gestão de Projetos.
Gostaria de saber como? Aqui estão algumas dicas relacionadas à medição de projetos:
Ficou claro como essa IA consegue auxiliar tanto no desempenho como no reporte dos resultados? Então, está mais do que na hora de usá-la a favor da sua qualificação profissional! Falando nisso…
Veja mais: Qualificação profissional em Gestão de Projetos
As ferramentas acima possuem uma variedade de recursos e dão ao gerente muitas possibilidades, como a gestão de tarefas, monitoramento de progresso, análise orçamentária, compartilhamento de documentos, comunicação da equipe, gráficos interativos, dashboards, entre outras facilidades.
Tão importante quanto a medição de projetos é a comunicação do resultado às equipes e demais partes interessadas. No entanto, mostrá-los apenas por meio de dados e gráficos soltos e sem contexto não é, nem de longe, uma comunicação efetiva, então, confira como fazê-la da melhor maneira:
Conhecer a audiência é o primeiro passo para qualquer feedback, afinal o tom, os termos, a postura, as discussões relevantes e o que mais envolve o discurso depende das pessoas com quem irá falar.
Vá direto ao ponto! Assim, sua mensagem ficará clara a todos os interessados. Quanto mais “enrolar”, mais margem se dará para más interpretações. Torne a comunicação breve, apenas com o que realmente for relevante.
Manter a audiência engajada é fundamental e o gerente do projeto pode engajá-la ao enfatizar as conquistas. Caso contrário, somente feedbacks negativos podem prejudicar o desempenho dali em diante. Além disso, falar sobre as conquistas é um modo de manter o que está dando certo.
Ao mostrar os resultados, detalhe como ele surgiu, quais foram os passos, como foi o desenvolvimento do projeto, por quais meios, quais processos foram executados, o que deu certo, o que não deu certo, por quais motivos, etc.
Dados sem embasamento não farão sentido, então, contextualize-os!
Algo deu errado? Seja direto sobre isso, mas de forma empática. Apresente possíveis soluções aos colaboradores e também peça auxílio quanto a resolução de problemas. Jamais esconda os eventuais desafios e obstáculos.
Tudo o que mencionamos neste artigo é muito relevante em relação à medição de projetos, mas, se reconhece que essa parte da execução é um problema, não hesite! Qualifique-se em gestão de projetos e comande programas de referência em sua área.
Saiba mais sobre cursos de Gestão de Projetos e de Operações da Fundação Vanzolini:
Básico em Gestão de Projetos – 24 horas
Easy PMP® – Preparatório para a Certificação do PMI®
Gerenciamento da Rotina e Ferramentas da Qualidade
Gestão da Qualidade e Gestão por Processos
Gestão de Operações Portuárias
Gestão por Processos, Melhoria dos Processos
Gestão por Resultados e Indicadores de Desempenho
Melhoria de Eficiência nos Processos de Negócios
Fontes: