Fundação Vanzolini

No último dia 16 de agosto, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), em parceria com o Fórum Inova Cidades e a Fundação Vanzolini, realizaram mais um encontro do ciclo de conversas sobre A Gestão Municipal na Era dos Dados. O tema dessa vez foi: Inovação Aberta.

Dando continuidade à série de eventos on-line do ciclo “A Gestão Municipal na Era dos Dados”, foi mantido o padrão dos debates anteriores. Dessa forma, contamos com a participação de especialistas, prefeitos e prefeitas, secretários e secretárias e equipes técnicas envolvidas no desenvolvimento de iniciativas de inovação no âmbito das administrações municipais. O objetivo dos encontros é o de promover conexões e trocas de experiências em torno de pautas atuais e relevantes, sempre com o foco em promover mudanças significativas e positivas nos serviços destinados aos cidadãos e em suas realidades locais. O tema dessa edição foi Inovação Aberta.

Os mediadores Giovanni Bernardo, secretário de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação de Tubarão (SC) e Daniel Annenberg, vereador por São Paulo (capital) iniciaram a conversa propondo algumas questões para motivar os participantes. Ao contextualizar que “as práticas de Inovação Aberta têm o papel de acelerar o fluxo de inovação dentro das instituições e trazer ideias e soluções de diferentes agentes internos e externos para apoiar a resolução dos desafios práticos”, a mediação propôs: “quais os aspectos que envolvem o campo da inovação aberta nos municípios?”; “quais metodologias têm se mostrado mais aderentes ao contexto da Administração Pública?”; “quais possibilidades de parceria vocês indicariam para os gestores municipais que querem trabalhar com a Inovação Aberta?”; “quais são as iniciativas bem-sucedidas que podem nos inspirar?”; e, ainda, “como vocês enxergam as possibilidades e os desafios frente aos fundamentos legais que tratam da inovação no setor público?”.

O prefeito de São Vicente (SP), Kayo Amado, iniciou a participação dos convidados destacando que propor inovação no serviço público vai passar, necessariamente pela mobilização coletiva e mudança de comportamentos: “buscar parcerias em qualificação e formação para que a perspectiva da inovação esteja mais presente dentro do comportamento das pessoas na Administração”. O prefeito lembra que, em muitos momentos, o comportamento no estilo “sempre foi assim”, pode travar novas soluções, mas que essa perspectiva pode ser vencida com incentivo à qualificação e atualização de conhecimentos e práticas. Trouxe ainda o exemplo da primeira edição do “Concurso de Inovação” do município, que é destinado aos servidores, aos concursados e aos comissionados para que enviem propostas e soluções para desafios reais. “Melhorias tanto em processos organizacionais quanto em serviços políticas, premiação às melhores propostas e contará com uma banca avaliadora com representantes de universidades e instituições externas que promovem a inovação aberta no setor público”. Esse incentivo à participação dos cidadãos e servidores, tem como objetivo, para o prefeito, “começa a abrir [o espaço da gestão pública] para as pessoas poderem pensar e dar soluções, é algo que vai gerar envolvimento, empoderamento” e, com isso, ampliar a visão de que “existem coisas boas saindo do governo, você começa a criar também uma cultura de integridade, uma cultura de fortalecimento do que acontece, porque há maior divulgação e maior envolvimento dos cidadãos e servidores no dia a dia da Administração”.

Na sequência, a gerente de Conhecimento e Inovação da organização social Comunitas, Mariana Collin, propôs percorrer um panorama geral dos conceitos da Inovação Aberta e destacar dicas gerais sobre como implementá-la nos municípios. Ela trouxe a definição da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (o organismo internacional, OCDE) que diz que “inovação no setor público é quando as pessoas de uma organização implementam novos jeitos de resolver um problema e gera um impacto social positivo”. Mariana quis destacar essa definição para que os presentes se lembrassem que “inovação aberta não envolve, necessariamente, o uso de tecnologias complexas. Ainda que as tecnologias digitais formem uma parte importante das inovações atuais, elas não são, obrigatoriamente, sempre a solução”. “Existe muito a crença de que inovação significa, necessariamente, criar algo novo que não existia antes. Quando na realidade, a maioria das inovações de governo, por exemplo, acontecem quando se aplicam soluções para gerar melhorias de processos e serviços que já existem, ou ainda reproduzir soluções e iniciativas que foram desenvolvidas em outros territórios. Às vezes, não é inventar a roda novamente, inovar pode ser pegar uma receita de ‘feijão com arroz’ que deu certo em outro lugar e trazer para o seu contexto local”, pontua Collin.

Para finalizar sua fala, Mariana destacou que os governos municipais “têm um papel enorme de promover e impulsionar o ecossistema local, o empreendedorismo local” e que “dados do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) mostra que em países da América Latina, as compras públicas representam 15% do PIB nacional, nisso se vê um enorme potencial e a importância de os governos promoverem o ecossistema local, também, para fomentar e adquirir tecnologias de inovação”. Como propostas de ação para os governos locais, Collin sugere que possam ser feitos “desde processos de premiação de pesquisas, chamamento de ideias, ‘hackathons’ pontuais que vão incentivar o uso de dados públicos, até programas mais complexos de incubação e desafios de médio e longo prazo, que vão prever um processo licitatório de compra pública no final”, como exemplos.

E foi a vez do secretário de Governança da prefeitura de Maceió (AL), Antônio Carvalho, que já iniciou sua fala costurando a conversa com os demais convidados ao lembrar que, como dito pelos demais colegas: “gestores públicos não são super-heróis, e é necessário apoio de todo o funcionalismo, dos cidadãos, das empresas públicas e privadas, das universidades para que os desafios das cidades sejam vencidos”. Remetendo, ainda, às mudanças recentes no uso das tecnologias de informação que mudaram, por consequências, as formas de os cidadãos resolverem seus problemas e das administrações proporem as soluções. Com isso, Carvalho diz que “a partir de uma governança mais compartilhada, cada vez mais, a tendência é que a gente tenha essa maior participação do terceiro setor, do privado, do público e da academia para tentar achar, juntos, a melhor solução”. Carvalho diz ainda que não acredita que os cidadãos não estejam disponíveis ou não sejam favoráveis às inovações, mas que “a experiência de se fazer Inovação Aberta está na cultura, está nas pessoas. É mostrando, comunicando com eficiência, abrindo para as pessoas cada vez mais espaços para que elas possam se sentir parte do governo. Parte da solução dos desafios. Afinal, as questões públicas são coletivas, são de todos nós”.

Abaixo, assista ao evento na íntegra.

A Inteligência Artificial está relacionada a sistemas ou máquinas que desempenham tarefas inteligentes, imitando as capacidades humanas, como raciocinar, fazer previsões, identificar e tomar decisões.

Uma das maneiras de se fazer isso é por meio do Machine Learning, que utiliza um grande volume de dados para reconhecer e incorporar padrões e, dessa forma, se desenvolver, tornando-se cada vez mais útil às empresas.

Essas tecnologias vão, cada vez mais, transformar os empregos humanos, algumas vezes os substituindo e outras gerando mais oportunidades.

Cabe a nós sabermos onde estas tecnologias podem nos levar e nos anteciparmos ao aprender mais sobre elas.

Vamos lá? Tenha uma boa leitura!

As aplicações do Machine Learning na Indústria e em outros setores

Primeiramente, o Machine Learning auxilia na personalização da produção, na eficiência das cadeias de suprimentos e no timing (e controle) de estimativas de oferta e demanda para cada etapa do processo.

Isso tudo em decorrência de sua capacidade de fazer previsões, identificar padrões e tomar decisões com base em processamento de dados.

Além disso, esse tipo de Inteligência Artificial pode ser utilizado para manutenção do maquinário produtivo: ao se valer de máquinas com sensores, é possível utilizar o Machine Learning para reconhecer, de forma automatizada, o estado de funcionamento de determinada máquina em tempo real.

Ou seja, o sistema reconhece os padrões (e as falhas) do maquinário e prevê quando a manutenção será necessária, evitando, assim, maiores prejuízos.

Outro tipo de aplicação para Machine Learning diz respeito ao bloqueio de e-mails e ligações de SPAM.

Isso acontece porque o algoritmo consegue reconhecer palavras específicas, de onde o e-mail (ou ligação) foram enviados e também as sinalizações de outras pessoas, para identificar padrões e categorizá-los como SPAM, bloqueando-os automaticamente ou avisando ao usuário sobre a ação indesejada.

Uma aplicação também muito importante para Machine Learning está no setor de saúde. Isso porque o circuito é capaz de determinar padrões que identificam doenças, com base nos resultados dos exames do paciente.

Ainda, o aprendizado de máquina também pode auxiliar no desenvolvimento de técnicas de cirurgia e na automação de máquinas destinadas ao cuidado humano.

Perspectivas de avanços para Machine Learning nos próximos anos

Segundo um estudo global feito pelo IEEE (Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrônicos) e publicado pelo Santo Digital, Inteligência Artificial e Machine Learning estão entre as principais tendências de inovação na atualidade.

A pesquisa mostra que em torno de 32% dos Chief Information Officers (CIOs) e Chief Technology Officers (CTOs) veem a Inteligência Artificial e o Machine Learning como as principais tendências dos tempos atuais, seguidos pelo 5G (20%) e IoT (14%).

De acordo com a consultoria Gartner, em 2019, cerca de 37% de todas as empresas questionadas no estudo já estavam utilizando algum tipo de Machine Learning em suas operações e aproximadamente 80% dos avanços modernos serão baseados em Inteligência Artificial e Machine Learning em 2022.

Outro estudo global, envolvendo 350 diretores de tecnologia, diretores de informação e diretores de TI, chamado de O Impacto da Tecnologia em 2022, também promovido pelo IEEE e publicado pelo portal da revista Exame, relatou que, na opinião desses diretores, 21% veem a Inteligência Artificial e Machine Learning como os principais destaques tecnológicos para 2022, seguidos por computação em nuvem (20%) e banda 5G (17%).

Segundo Vicente Lucena, membro do IEEE e professor na Universidade Federal do Amazonas, Machine Learning vai contribuir para o desenvolvimento de uma produção mais sustentável nas empresas, pois os algoritmos contribuem para otimizar o tempo nas linhas de montagem, aumentam a qualidade dos produtos e, consequentemente, tendem a baixar custos.

O marco regulatório para uso de Inteligência Artificial

De acordo com outra publicação da Exame, em breve, tramitará um projeto de lei para regular o setor de Inteligência Artificial no Brasil. A regulação visa minimizar os riscos relacionados ao uso da tecnologia e possibilitar que a sociedade utilize de seus benefícios com total segurança e privacidade.

A lei observará os seguintes princípios:

Além disso, serão definidas etapas de segurança e privacidade de IA (Security and Privacy by Design) protegendo os usuários contra ataques cibernéticos.

Ainda, a lei irá propor práticas de governança sobre os ambientes, tecnologias e pessoas envolvidas na gestão da Inteligência Artificial, além de estabelecer um canal obrigatório para dúvidas e respostas aos usuários.

Também irá estabelecer a utilização de serviços críticos e incluir a revisão humana, de forma a prever e evitar erros fatais ou que coloquem em risco os direitos fundamentais dos usuários.

É fato que esse tipo de tecnologia vem, cada vez mais, chegando com força e influenciando diversos setores, empresas e trabalhadores. A lei vem para garantir um correto, justo e que proteja os direitos de todos os envolvidos no seu uso e influência.

Você percebeu a importância de se familiarizar e se desenvolver nesses temas? Gostaria de saber mais a respeito deles? A Fundação Vanzolini oferece o curso Inteligência Artificial e Machine Learning: Conceitos e aplicações práticas com 30 horas de duração, EaD ao vivo, em que você poderá interagir e tirar todas as suas dúvidas!

Nos vemos na aula! Até a próxima!

Fontes: 
Santo Digital
Exame; Exame

Conheça nosso conteúdo gratuito sobre o tema:

Inteligência Artificial e Machine Learning na Indústria 4.0 Entenda o que é a Inteligência Artificial (AI) e o Machine Learning e qual a diferença entre eles, além das aplicações na Indústria 4.0

Cursos de tecnologia da Fundação Vanzolini
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Por Aleksandra Zemker

GTE – Qual é o impacto da tecnologia na educação?

Eu acredito que a tecnologia vai modificar totalmente a educação e fará isso pois é algo que precisa ser feito e porque os jovens não vão mais aprender no papel, ter aulas escutando o professor falando. Eles necessitam de interação, e nós, como criadores de conteúdos educativos, competimos com o mercado de jogos. Todos os estudantes têm seus dispositivos móveis, e se não oferecermos algo interessante, eles vão começar a jogar, entrar no Facebook… Para ter impacto na mente dos jovens, temos de pensar que competimos com os melhores do mercado, ou senão não vamos fazer uma mudança.

GTE – Vivemos a era da “gameficação”. Introduzir jogos na educação é uma boa estratégia?

“Gameficar” o processo educativo, porém também fazê-lo mais interativo. E nem todos os jogos têm de ser para ganhar ou perder. Eu gostaria que todos jogassem, porém de forma colaborativa e também com o foco no que se aprende, e como melhorar as capacidades, e não em como ser melhor do que os amigos da classe.

GTE – O jogo criado por sua equipe acaba de ser premiado pelas Nações Unidas na categoria “Educação para Todos”. O que ele ensina?

Eu acredito que o sucesso do nosso jogo, o “Smile Urbo”, vem de algo muito simples, fácil de entender. Se não sabemos como colaborar e como trabalhar juntos para criar algo bom para todos, nunca teremos um mundo solidário; e o sucesso do nosso jogo também se deve ao fato de que nunca fizemos algo parecido na escola ou fizemos poucas vezes. Eu acredito que o sucesso do “Smile Urbo” está relacionado à seguinte reflexão: Por que não fazemos se podemos fazer jogando e nos divertindo? E é algo tão básico para a sociedade, que deveria ser feito dez vezes ao ano. Creio que a possibilidade do sistema educativo é a de formar pessoas capazes de trabalhar juntas, para melhorar o mundo, melhorar suas comunidades.

GTE – Você imagina o seu jogo presente nas escolas do Brasil?

Claro, eu imagino o meu jogo em todas as escolas do mundo, senão não colocaria tanta energia e minha equipe não trabalharia tanto se não tivéssemos essa visão. E me parece que é muito aplicável. É algo que me encantaria! Vendo estudantes que jogam e falando com eles, nos dá muita energia para saber que teremos de fazer o jogo chegar a mais lugares possíveis, porque vale a pena.

GTE – O que é inovação para você?

Eu acredito que inovação é utilizar maneiras simples de encontrar algo que falta, algo simples que se possa corrigir. Eu não vejo inovação como um processo muito complexo, porém como quem tem uma ideia, tem a postura de ver o mundo e pensar por que isso acontece, por que não fazemos nada com isso e como eu posso fazer isso? É um buscar os pontos em que se possa melhorar.

Aleksandra Zemker é polonesa, graduada em Sociologia pela Universidade de Varsóvia e em Resolução de Conflitos e Governança pela Universidade de Amsterdã. Criadora do game “Smile Urbo”, vencedor do World Summit Youth Award 2015 na categoria “Education for All”, premiação da ONU que reconhece projetos digitais com impacto social

Título concedido pela Fundação Vanzolini aos alunos do 5º ano de Engenharia de Produção é uma homenagem póstuma ao docente

Reunidos virtualmente, no dia 16 de abril de 2021, docentes, estudantes do curso de Engenharia de Produção da Poli-USP e convidados participaram da entrega do prêmio Prof. Otto Bekman, concedido pela Fundação Vanzolini aos alunos do quinto ano que se destacam nos Trabalhos de Formatura (TF). O prêmio leva este nome, desde 1988, para homenagear o legado e a trajetória do professor Otto Ruprecht Bekman, na Escola Politécnica. Conduzido pelo prof. Daniel Mota, o evento contou com uma banca composta pela profa. Marly Monteiro de Carvalho (Chefe do Depto. de Engenharia de Produção da Poli-USP) e o prof. José Joaquim do Amaral Ferreira (Docente do PRO e presidente do conselho curador da Fundação Vanzolini).

Para a premiação dos TFs de 2020 foram selecionados os projetos de Carolina Nakamura Chapuis, com o trabalho intitulado de “THE CASE OF B CORPS AND THE B IMPACT ASSESSMENT: An in-depth analysis onmotivations, advantages and local adaptation”, sob orientação da profa. Roberta de Souza Castro Pião; “Efficiency of brazilian public schools: a double-bootstrapped data envelopment analysis”, desenvolvido pelo aluno Daniel Sanches Montemor Augusto, com a orientação da profa. Celma de Oliveria Ribeiro; e “Modelagem e otimização de um problema de geração de escalas de trabalho para médicos: estudo de caso em uma rede hospitalar”, apresentado por Eduardo Assunção Praça e orientado pelo docente Leonardo Junqueira.

Após difícil decisão, os docentes entregaram aos alunos Daniel Sanches e Eduardo Assunção o prêmio Prof. Otto Bekman. “Fiquei muito feliz de encerrar minha graduação recebendo o Prêmio, que me proporcionou um ótimo momento para refletir o quão grato sou à Poli-USP e toda a comunidade e fundações que a apoiam por todas as oportunidades que me foram oferecidas ao longo dos últimos anos. Para sempre carregarei comigo a honra e responsabilidade de ser Politécnico”, comemorou Daniel, assim como Eduardo: “a conquista da premiação foi importantíssima para o fechamento de um ciclo que se iniciou com a graduação, com momentos prazerosos e difíceis ao longo do caminho. Trata-se do reconhecimento de que cada pequeno progresso se acumula e se torna algo relevante tanto no âmbito acadêmico quanto pessoal”.

A aluna Carolina Nakamura recebeu o Prêmio Menção Honrosa por sua pesquisa: “a indicação ao Prêmio é certamente um motivo de orgulho e um reconhecimento do trabalho desenvolvido ao longo do último ano. A menção honrosa foi altamente celebrada por mim e pelas orientadoras”.

No link abaixo você poderá assistir todas as apresentações, assim como os comentários da banca.